O
presidente da República faz questão de mostrar insensibilidade para causas
humanitárias, em especial no que se refere à crise da pandemia do coronavírus,
quando ele determinou, pasmem, em alto e bom som, o seguinte: “aqui é
proibido usar máscara”, por ocasião de evento em ambiente do Palácio do
Planalto.
Vejam
o tamanho da insensatez protagonizada logo pelo mandatário da nação, dando ordem
absurda e ao sabor da bizarrice, quando, ao contrário, ele tem o dever cívico e
humanitário de se colocar justamente como exemplo dos cuidados em defesa da preservação
da vida.
Não
há a menor dúvida de que a atitude presidencial é recriminável e chocante,
diante do ineditismo dela, que tem às feições de ato provocativo contra a
realidade atingida pelas críticas à pessoa dele, que sempre se comportou como
se a terrível doença sequer existisse, tamanho tem sido o seu desprezo às medidas
de combate pertinentes.
O
certo é que a doença ainda não se encontra controlada, posto que há risco de contaminação
pelo vírus e a máscara é forma preventiva contra ele, em especial em local com
aglomeração, o que não se recomenda o menor desleixo quando ao controle
sanitário.
Há
ainda que se atentar para o momento em que se fala no perigoso avanço da
variante Ômicron, que é objeto de muito medo em todo o planeta, diante de contaminação
em massa, mas, infelizmente, o presidente do negacionismo se posiciona com
total clareza contra as orientações básicos da Ciência, preferindo ser modelo
maléfico da evangelização a favor do morticínio, com a liberação da máscara no
seu local de trabalho.
A
índole negativista do presidente do país é de enorme morbidez, a ponto de se
engajar, de maneira sistemática, em movimento transparente e direto, com a finalidade
de tentar sabotar a cruzada da imunização, a exemplo de ter deixado de tomar a
vacina, de propósito, por não acreditar na sua eficácia.
O
presidente brasileiro promove a propaganda negativa em relação à Covid-19,
sempre que tem oportunidade para fazê-la, como se isso não resultasse em
malefício para a sociedade e para a sua importante imagem.
O
presidente do país já afirmou que a vacina pode causar AIDs, trombose, embolia
pulmonar, em razão de uma série de efeitos colaterais com indicativo próprio dele,
que é absolutamente leigo em medicina e sanitarismo, mas mesmo assim se atreve
a fazer diagnósticos em profusão, sem atentar que isso tem o condão de
contribuir para tumultuar ainda mais as precariedades na condução das medidas
de combate sistemático ao vírus.
Sem qualquer respaldo médico, ele consegue
levar a dúvida para o seio da população menos informada, aumentando o receio, o
medo e a incerteza quanto à melhor maneira de se prevenir contra a Covid-19,
contribuindo para dificultar o seu combate com melhores condições sanitárias.
Nesse
ponto, o presidente do país, teoricamente, como a maior autoridade da República,
tem o dever primacial de zelar pelo bem-estar da população, de modo a propiciar
tranquilidade e correção em todos os seus atos, mesmo que tenha posição pessoal
diferente, mas, na qualidade de estadista, o seu dever precisa ser sempre
inflexível e em plena harmonia com as orientações sanitárias emanadas pelas
autoridades competentes.
É
possível se constatar que não houve um único gesto, movimento ou interesse por
parte do presidente do país para, ao menor que seja, motivar a atenuação do
sofrimento causado aos brasileiros pela Covid-19, em especial àqueles que foram
afetados diretamente com a perda de entes queridos, nessa terrível crise
humanitária.
A
verdade é que, no dicionário do presidente brasileiro, não existem os vocábulos
de solidariedade, sensibilidade, compaixão nem compreensão por conta da
tragédia da Covid-19, dando a entender que, com natural simplicidade, se houve
morte, era porque tinha que morrer mesmo.
O
presidente do país tem mostrado, de forma muito estranha, altíssimo nível de insensibilidade
e falta de sentimento de pesar pelo sofrimento dos brasileiros que perderam
entes queridos, em especial porque o seu governo não promoveu absolutamente
nada de especial para combater a Covid-19, apenas tendo a capacidade de executar
as políticas necessárias exigidas para a situação que é excepcional, mas ela
não foi vista com essa dimensão de gravidade.
As
atitudes e declarações do presidente são próprias de comportamento que consegue
se distanciar do caos, dando a impressão de que o problema não é com ele, como
se ele pudesse, ao contrário, se beneficiar da letargia na gestão pública, que
tem sido a marca do seu governo.
Vejam-se
que, na mais recente discussão visando à implementação de medidas sanitárias
necessárias, o presidente do país mostrou desprezo pelo melhor controle da
Covid-19, tendo feito tudo para impedir a exigência do passaporte vacinal de viajantes
que desembarcam no país, ao se posicionar absolutamente contrário à ideia.
Para
tanto, ele foi capaz de exigir do ministro da Saúde, que é médico especialista no
assunto, que se posicionasse firmemente contra, quando o seu dever seria o de
determinar que o órgão estudasse o assunto e estabelecesse o que fosse melhor
para o controle sanitário, mas aquele assessor, motivado certamente por
ambições políticas e sede de poder, se omitiu, tendo preferido se pronunciar em
harmonia com o chefe, ao proferir a lamentável e irracional frase, que viralizou,
nestes termos: “melhor perder a vida do que a liberdade”.
Quanto
ao passaporte sanitário, parece que o bom senso terminou prevalecendo no
Supremo Tribunal Federal, que decidiu pela exigência do bendito comprovante, por
entender sobre a importância do melhor controle sanitário, precisamente
desprezado pelo governo, sob a orientação do chefe do Executivo.
Diante
da determinação do Supremo, o mandatário brasileiro, além de não ter reconhecido
o mérito dela, achou por bem proferir argumento o mais infantil possível, tendo
alegado que, “se eu não tomei (a vacina) por que vou obrigar os
outros a comprovar que tomaram (sic)?”.
À
toda evidência, o pensamento do presidente do país é a prova inconteste do
retrocesso humano, ao se mirar e adotar como parâmetro pessoal para decidir em
instância de Estado e em nome de uma nação, como se a pessoa dele fosse a
autenticidade dos bons exemplos a serem religiosamente seguidos pelo resto da
humanidade.
O
presidente do país, por dever constitucional, tem obrigação de ser absolutamente
isento e imparcial, tendo a obrigação de agir exclusivamente como estadista,
que tem por metas a plena satisfação do interesse público, que jamais pode se
confundir com situação pessoal, como imaginado no seu discurso completamente
inapropriado ao caso.
Não
há a menor dúvida de que a interpretação pessoal do presidente do país vai
muito além dos limites do bom senso e da racionalidade, em termos de
gerenciamento dos negócios do Estado, quando ele precisa, por ser do seu dever
constitucional, se pautar estritamente em salutares regras compatíveis com as
necessidades públicas, em sintonia com a liturgia do relevante cargo
presidencial.
Enfim,
merece total recriminação por parte dos brasileiros lúcidos, que se preocupam
com a prevalência dos princípios sanitários, as atitudes e os atos do presidente
do país, em contrariedade às medidas pertinentes à vacinação, ao passaporte sanitário
nas fronteiras brasileiras, ao uso de máscara, enfim, a tudo que seja
dissonante ao combate à crise da pandemia do coronavírus.
Convém
que os brasileiros cônscios da sua importante responsabilidade cívica e de
cidadania, repudiem, com veemência, as estultices protagonizadas pelo presidente
da República, que tem se posicionado na contramão de importantes medidas sanitárias,
necessárias à preservação da vida humana.
Brasília,
em 18 de dezembro de 2021
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