Parcela significativa dos brasileiros é favorável ao passaporte da vacina, no sentido da necessidade de comprovação de que houve a imunização contra a Covid-19, para transitar em locais públicos ou privados, onde possa haver fluxo de pessoas.
Essa
importante constatação é resultado de pesquisa realizada pelo Instituto FSB
Pesquisa, sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De
acordo com a consulta, que foi divulgada nesta data, 65% das pessoas ouvidas responderam
afirmativamente pelo apoio à implementação do passaporte vacinal ou sanitário,
enquanto 22% delas se colocaram contra à exigência.
A
aludida pesquisa consultou 2.016 pessoas, com mais de 16 anos, de forma
presencial, no período de 18 e 23 de novembro, em unidades da federação.
O
levantamento também mostrou que, apesar de a maioria das pessoas aprovar o
passaporte da vacinação, apenas 18% já precisaram utilizá-lo, ao entrarem em estabelecimento,
nos últimos três meses.
Segundo
a pesquisa, 66% das pessoas consultadas demonstraram real temor em ser preciso
conviver, diariamente, com pessoas que ainda não se vacinaram.
De
acordo com estatística oficial, atualmente, o Brasil tem 65% da população
imunizada com o ciclo vacinal completo.
A
participação em shows e eventos artísticos desperta mais medo de contágio nos
entrevistados, conforme a declaração de 61% dessas pessoas.
Já
no que diz respeito ao uso obrigatoriedade de máscaras, houve a constatação média
de opiniões, em que 49% dos entrevistados disseram que essa proteção deve continuar,
exatamente como obrigação, enquanto 39% avaliam que a medida deveria ser
facultativa e outros 10% não são nem a favor nem contra, restando 2%, que
disseram não saber responder.
Entre
os que não se vacinaram, o uso obrigatório da máscara é menos popular, porque 50%
são contra a obrigatoriedade, enquanto entre os vacinados, o índice é de 38%.
A
pesquisa ainda mostrou que, entre quem está vacinado, o uso de máscara em
locais abertos ou fechados é de 59%, enquanto entre os não vacinados, esse
número cai para 29%.
A
referida decisão faz importante alerta, lembrando sobre a ameaça de se promover
"turismo antivacina", diante da falta de ação e cuidados precisos
e preventivos por parte do governo federal.
Parece
muito estranho que o presidente da República, a principal autoridade do Brasil,
seja abertamente contrário à exigência de comprovação de vacinação, sendo ele
próprio é péssimo exemplo de combate à Covid-19, em razão de não ter tomado a
vacina apropriada ao caso.
Como
princípio cívico, é evidente que seja preciso se respeitar o pensamento das
pessoas que acham conveniente não se vacinar contra a Covid-19, porque isso faz
parte da liberdade individual, que se insere harmonicamente nos direitos
humanos.
Não
obstante, é preciso também se respeitar o direito daqueles que entendem que a vacinação
é conveniente, porque ela forma tranquilizadora de proteção das pessoas, tendo
por objetivo a diminuição drasticamente dos riscos de contágios da Covid-19.
É
preciso se entender que não se exige o passaporte vacinal por mera vontade de
momento, mas sim por ainda existir em atividade a pior crise sanitária do
século, causada pela terrível Covid-19, que já matou mais de 600 mil
brasileiros e muitos dos quais devem ter morrido exatamente por terem deixado
de tomar algum cuidado básico, a exemplo do que se exige em forma de comprovação
da vacina.
No
caso do passaporte sanitário, a sua exigência não é aleatória, mas sim em casos
específicos, em que o exigido somente tem acesso se comprovar a vacinação, o
que vale dizer que a sua liberdade de opção de não se vacinar continua
preservada, apenas tendo também a compreensão de que a sua restrição da liberdade
de ir e vir tem como causa maior precisamente a necessidade de proteção sanitária
e a segurança de pessoas, o que parece ser natural, à vista do envolvimento de
vidas humanas.
Ou
seja, o respeito precisa ser de mão dupla, tanto por parte de quem foi vacinado
como pelos não vacinados, sendo que estes têm todo direito de não se submeter à
vacinação, mas não pode se opor às medidas de segurança e proteção da vida, em
especial porque ainda existe fator preponderante que justifica a exigência do
passaporte, que, diga-se de passagem, não é garantia de total imunidade, mas é
sim forma civilizada e humanitária de cuidados que precisam estar em evidência,
em forma de valorização da vida humana, que precisa de segurança.
É
preciso que os brasileiros de boa vontade se conscientizem de que as duras
lições deixadas pelo auge da incidência da Covid-19, quando as restrições foram
plenas, tinham por finalidade justamente se evitar mortandade ainda maior e o
resultado certamente foi bastante benéfico e importante para a humanidade.
À
toda evidência, as mencionadas medidas preventivas contaram com o apoio de todos,
que igualmente se sacrificaram e se solidarizaram com o isolamento social,
porque ele era absolutamente necessário para a salvação de muitas pessoas, em
que pese a insensibilidade humana somente reconhecer malefícios naturais causados
à economia, em total desprezo à importância da vida humana, que deveria ter sido
sacrificada, no entender dos insensíveis, para não prejudicar à economia.
Convém
que os brasileiros, sob os auspícios dos sentimentos humanitários, se esforcem
para a melhor compreensão no sentido de puderem contribuir com importante parcela
de sacrifício na condução das medidas necessárias ao combate, de alguma forma,
à terrível Covid-19, a exemplo do que se pretende com a adoção do passaporte
sanitário, cuja medida não é extensiva à população em geral, mas sim a casos
específicos, absolutamente justificável, em termos de medida sanitária de proteção
à vida humana.
Brasília,
em 14 de dezembro de 2021
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