quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

A eleição da inteligência?

 

Circula, nas redes sociais, a foto do ex-juiz da Operação Lava-Jato, com a barba imitação da usada pelo ex-presidente da República petista, encimada de mensagem que diz, verbis: “Nova estratégia do Moro para ganhar votos”.

Na mesma página, diante dessa mensagem deselegante, eu disse que o sentimento mais bonito da política é o eleitor ter a dignidade de defender, até de forma intransigente, no âmbito do salutar princípio democrático, as qualidades do seu candidato, mostrando o que ele realmente é capaz e as suas competência e honestidade como homem público, em todos os sentidos, podendo se tornar instrumento bastante importante em defesa dos interesses dos brasileiros.

São exatamente isso e algo mais que o Brasil precisa para construir o seu desenvolvimento socioeconômico, diante de tantas precariedades e deficiências protagonizadas pelos últimos governos.

À toda evidência, fica muito claro que não faz o menor sentido, diante da irrelevância da intenção estampada na mensagem em comento, se pretender tentar a criação de artifícios para menosprezar a imagem de homem público ou denegrir o nome do candidato que não seja da sua simpatia, com a finalidade de diminuir seus atributos como pessoa pública.

Não há a menor dúvida de que esse comportamento oblíquo, visivelmente deselegante e deturpado, só evidencia o sentimento atrofiado sobre a importância das atividades políticas, denotando ainda ares de possível vingança ou mesmo de tentativa de ridicularização do adversário, que merece respeito do seu semelhante, até que se provem em contrário, principalmente diante da relevância do sentimento humano e do respeito mútuo que precisam prevalecer nas relações sociais.

Nesta vida, ninguém pode se arvorar a se considerar tão puro que seja capaz de julgar e condenar as pessoas, por mero capricho de perseguição, por força de sentimento meramente ideológico, que apenas elege o seu ídolo e menospreza seus adversários.

Quem procura diminuir os outros candidatos, via de regra, com a deliberada tentativa de expô-los ao ridículo, como parece ser exatamente o caso em tela, comete o grave erro de se sentar em cima das máculas do seu próprio candidato, uma vez que todos os concorrentes ao Palácio do Planalto carregam consigo alguma nódoa no seu currículo, ou seja, ninguém é tão perfeito a se imaginar que os outros não prestam.

Assim, em atenção aos saudáveis princípios da sensibilidade e do respeito ao ser humano, convém que os brasileiros cuidem de apoiar, com todo fervor, seus candidatos, mostrando e publicitando as suas qualidades e seus verdadeiros atributos, sem necessidade de tentar agredir os outros com ardis que apenas denotam a falta de inteligência e criatividade políticas.  

Convém que as pessoas se conscientizem de que o juízo de valor sobre o seu semelhante é tão importante que ele somente possa ser feito depois de detida autoavaliação, de modo que se evite o cometimento de injustiça contra a sociedade.

É importante que sejam observados os princípios da inteligência e da sabedoria, nas atividades político-ideológicas, como forma de respeito à dignidade do ser humano, ante a relevância da disputa eleitoral em si, porque o povo evoluído prefere a prevalência do alto nível da interlocução onde se mostrem os verdadeiros valores de cidadania e civismo.

Enfim, é muito importante que a pessoa “declare o seu apoio ao seu candidato, mas não ofenda o seu semelhante. Faça uso da inteligência e não da sua falta de educação.” Autor desconhecido.  

Brasília, em 22 de dezembro de 2021

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