Em mensagem postada em WhatsApp
de grupo de amigos, um deles escreveu o seguinte texto: “Só dois loucos tiveram
a coragem de combater o comunismo. O primeiro foi o herói de 1964, o general
Olímpio Mourão e agora está sendo Bolsonaro, mas que está amordaçado pelo
sistema, porque não tomou a decisão certa após 7 de setembro, mas sem ele
estamos ferrados no comunismo e na corrupção generalizada e sem liberdade é o
caos. Aí só Deus para nos salvar da tirania mas vai custar muito caro porque
vamos ter que lutar igual Davi (sic).”.
Em ligeira análise sobre o
aludido texto, eu disse ao admirável amigo, se ele me permitir, com o devido respeito, pode
até ser que o último herói dele, mencionado acima, esteja realmente amordaçado,
o que é pura verdade, porque os fatos mostram isso, de forma sobeja.
Não obstante, há de se convir, que
não é, em absoluto e a bem da verdade, por conta de sistema nem de nada
estranho às cercanias do citado ídolo.
Tudo que que ocorre de nefasto,
precário ou adverso aos interesses ao seu ídolo, quer queira ou não seus entusiastas
seguidores, tem como causa acentuada e notória incompetência ou a
insensibilidade protagonizada dentro do Palácio do Planalto, em decorrência de
atos sem a devida avaliação estratégica própria da administração pública
competente, eficiente e responsável.
Para ilustração dessa assertiva,
basta tão somente a citação de um exemplo clássico pertinente ao combate à
pandemia do coronavírus.
Somente os seguidores do
presidente do pais, com rara exceção, reconhecem nele qualidades de efetivo
cuidado, em forma de contribuição positiva e efetiva, com o máximo de
excelência, com as medidas de combate àquela gravíssima crise, que abalou as
estruturas da saúde dos brasileiros, à vista de tantas mortes, infelizmente,
contabilizadas, conquanto o resto dos brasileiros sensatos simplesmente o
qualificam como sendo autêntico negativista, por ele ter atuado muito mais na
contramão das orientações e políticas emanadas pelas autoridades e organizações
incumbidas da disseminação das medidas sanitárias pertinentes.
Ou seja, o balanço que se pode
fazer, evidentemente sob o prisma do bom senso e da racionalidade, sem o
sentimento da ideologia política, é que o presidente brasileiro conseguiu
desprezar o que existe de mais nobre na figura do estadista, que é a sensibilidade
humanitária, aquele em que o ser verdadeiramente humano somente demonstra amor
às causas em benefício da sociedade.
Nesse aspecto, o presidente do
país sempre quis agir contra as negociações para a compra do imunizante e
quando o fez, enfim, já era muito tarde, quando outros países sensíveis às
causas humanitárias já tinham começado a vacinação quase um mês antes do Brasil
e isso mostra o indiscutível desprezo à vida humana, porque a acentuada queda
das mortes somente aconteceu depois da segunda dose da vacina, que foi retardada
pela demora no início da imunização.
Ou seja, se a vacinação tivesse
acontecido o mais cedo possível, certamente que muitas mortes teriam sido
evitadas, por conta dos devidos cuidados adotados pelo governo e isso é fato
inexorável.
Sim, é evidente que há culpa formada
pelas mazelas existentes, a partir da declaração do general ministro da Saúde
de que, questionado sobre a suspensão da compra de vacina, ele respondeu com a
serenidade dos monges que cumpriu ordens superiores, que somente poderiam ter
vindas do chefe do Executivo.
Vejam-se, a propósito, que o
ministro da Saúde nem médico era para cuidar, pasmem, da pior e gravíssima
crise da saúde pública brasileira, por causa da pandemia do coronavírus, com foi
causadora de verdadeiro massacre sobre a saúde e a vida dos brasileiros.
A verdade é que esse pequeno
histórico acima é parte mínima da mordaça criada dentro do Palácio do Planalto,
que precisa ser assimilada pelos dignos seguidores do seu ídolo.
Não obstante, infelizmente, parece
ficar muito mais cômodo se apontar para as mazelas dos outros, não que elas não
existam, porque os fatos mostram que a incompetência campeou à vontade em todas
as direções, mas seria muito mais interessante que a trava fosse retirada
primeiro dos olhos de quem critica e acusa, para que seja possível se enxergar
melhor a verdade sobre os fatos e ter condições
de enxergar onde estão as maiores mordaças ao desenvolvimento socioeconômica
brasileiro.
Impende se deixar claro que a
análise em apreço é genérica, sem conotação pessoal. Diante do meu texto, o
nobre amigo escreveu outra mensagem, mandando seus ensinamentos, na seguinte forma:
“Ao eminente colega escritor Adalmir o poderoso da minha vida Deus mas
dependermos de homens que não são perfeitos mas por seus gestos causam admiração
pela coragem de defender a pátria contra o comunismo e a corrupção generalizada porque são heróis só por tentar caro colega
não podermos fugir da realidade do teatro de operações que vive nosso país a
você e a todos os colegas desejo um Brasil pujante e alavancado para o mundo
com as bênçãos de Deus. Temos obrigação de defender nossos heróis, mas nem por
isso, devemos fechar os olhos para os seus deslizes.”.
Em se falar em herói, o
presidente do país tem muitas qualidades, mas muitas delas são empanadas por vários
atos que jamais ele deveria ter praticado, a exemplo da sua briga com o Supremo
Tribunal Federal, uma vez que os assuntos com a Justiça se combatem por meio de
recursos competentes, onde devam prevalecer, apenas e necessariamente, os
argumentos jurídicos e da verdade.
Em toda discursão em público
travada por ele, em público, apenas os assuntos entraram e saíram pelos
"ouvidos" da Justiça, sem ter surtido efeito algum e o presidente
apenas perdeu o seu precioso tempo jogando conversa fora.
Os exemplos de deslizes são
muitos e isso só serve como desgaste e perda de credibilidade do mandatário do
país, que vem se afundando em gravíssimo e desnecessário processo de impopularidade,
caso ele tivesse o mínimo de sensibilidade político-administrativa.
Sim é preciso defender a pátria,
em especial contra os inescrupulosos aproveitadores e o próprio presidente do país se
insere como um deles.
A prova maior dessa assertiva é a
aliança espúria dele com o famigerado Centrão e a sua filiação a partido
integrante desse grupo político, de índole nitidamente fisiológica, tendo por
finalidade exclusivamente a obtenção de condições para a viabilização da
reeleição dele ao cargo presidencial.
Ou seja, o presidente do país
resolveu escolher, a dedo, o melhor partido para a acomodação de seus planos
políticos, mesmo sendo ele de índole nada republicana, em termos de ética e moralidade,
conforme mostram os fatos, para se filiar, na certeza de que ele contará com fartos
recursos financeiros e maior tempo de televisão, não importando, para tanto, que
os fins justificam os meios.
Tudo isso tendo por objetivo final
a tão sonhada manutenção no poder, que vale qualquer negócio sujo e
visivelmente escuso, como nesse notório caso de união com grupo político recriminável pela sociedade
que prima pela moralidade na administração do Brasil.
À toda evidência, nesse negócio
visivelmente escandaloso, à luz dos salutares princípios da ética, da moralidade
e da dignidade, o presidente do país fica cristalino que foi traída a confiança
de muitos eleitores que votaram nele para o cargo que ele exerce, quando ele defendia,
de maneira triunfante, a pureza da bandeira da moralidade, empunhada durante a
campanha eleitoral.
Infelizmente, agora, ele está
metido de corpo e alma no imundo Centrão, com a cara mais lisa e ainda, por
pior, continua merecendo os aplausos se seus fiéis fanáticos seguidores, como
se tudo isso fosse normal, em que pese ele próprio ter dito que aquele grupo
era da "velha política", onde só tinham aproveitadores de recursos
públicos e do poder, só que, agora, ele se tornou, indiscutivelmente, um deles.
É preciso que os brasileiros honrados
tenham a dignidade de se envergonhar dos erros de seus “heróis”, com vistas a
exigirem deles a devida compostura da honra de estadista perante o mandato delegado pelo
povo.
Brasília,
em 21 de dezembro de 2021
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