quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Para o bem do Brasil

 

A pesquisa Genial/Quaest aponta queda de seis pontos percentuais da reprovação do governo do presidente da República, com redução em todas as faixas de renda.

Em novembro, a avaliação negativa do governo, tendo por base pesquisa idêntica,  era de 56% e, agora, o índice está em 50%, o que ainda demonstra, mesmo com a redução, que ela é muito expressiva para o presidente do país.

Na avaliação realizada há um mês, foi verificado que o governo tinha desempenho regular, na casa de 22% e, em dezembro, essa avaliação subiu para 26%, enquanto o seu desempenho positivo subiu de 19% para 21%, ou seja, neste tópico, somente um quinto dos pesquisados aprova as ações presidenciais.

A empresa promotora da pesquisa esclarece que foram ouvidas 2.037 pessoas, com 16 anos ou mais, não tendo informado se elas são eleitoras ou não, como também não foi esclarecida a quantidade de cidades onde teriam sido feitas as consultas, uma vez que as regiões sinalizam para a preferência dos ouvidos, a exemplo do Nordeste e outras localidades, que tendem mais para determinado político.

Em síntese, tem-se que a avaliação do desempenho do governo, entre os consultados, é negativa, em 50%; regular, em 26%; e positiva, em 21%.

A reprovação do atual governo, entre os consultados, caiu entre todas as faixas de renda analisadas.

Entre os consultados que recebem até 2 salários mínimos, a queda foi de sete pontos percentuais, porque, em dezembro, a avaliação negativa dele era 60% e, em dezembro, passou para 53%.

Ainda assim, é neste grupo econômico que o presidente do país tem maior índice de reprovação entre os consultados e menor aprovação, de apenas 17%.

Entre os consultados que recebem de 2 a 5 salários mínimos, a reprovação ficou em 49%, em dezembro, contra 55%, em novembro.

Já entre os consultados que ganham mais de 5 salários mínimos, 44% avaliam o governo como negativa, havendo redução de 7 pontos percentuais em relação ao mês passado.

Em todas as regiões do país, a reprovação do governo caiu, com exceção do Nordeste.

A queda mais expressiva foi no Centro-Oeste, com redução de 10 pontos percentuais, na percepção negativa em relação ao governo, chegando ao índice de 44%.

À toda evidência, não se pode fazer avaliação de peso e com a necessária abrangência, exatamente em razão da quantidade quase insignificativa das pessoas consultadas, em apenas pouco mais de duas mil consultas, quando o ideal fosse sobre amostra realmente representativa, à vista da existência de milhões de brasileiros, em um universo de mais 150 milhões de pessoas habilitadas a opinar, que são os eleitores.

Extreme de dúvida, pesquisa de tão somente pouco mais de 2 mil pessoas, sim, apenas duas mil, mostra a real insignificância dela, mesmo em termos de amostragem, porque é impossível se fazer afirmações sobre o desempenho do governo, tendo por base tão diminuta fonte, por ser absolutamente impossível que quantidade tão irrisória seja capaz de contribuir para conclusões da maior importância, que é o desempenho do governo, embora os fatos mostrem que a tendência, no geral, não possa ser diferente, mas, mesmo assim, não têm cabimento informações definitivas como as apresentadas, em razão dessa pesquisa.

É evidente que não significa que a credibilidade do governo possa ser diferente e até se acredita que pode ser, mas faltam parâmetros seguros e precisos para se aquilatá-la, posto que, na minha modesta avaliação, as pesquisas em torno de duas mil pessoas são insuficientes para a garantia de algo afirmativo sobre a devida consistência do resultado pretendido, que é o de se aquilatar o nível do desempenho do presidente do país, diante da importância a se atribuir à pesquisa, que se reveste de preciosidade informativa para ambas as partes, no que diz ao governo e ao povo.

Isso parece até surreal diante do resultado de outra pesquisa, de abrangência internacional, em que o presidente brasileiro foi vitorioso na disputa do personagem mais influente do ano, promovida pela revista norte-americana Time, em que a sua preferência contrasta com o resultado da pesquisa realizada pela Genial/Quaest, mostrando a baixa popularidade dele entre duas mil pessoas.

Com certeza, o presidente brasileiro deve levar em consideração a pesquisa de âmbito internacional, por realmente afagar plenamente o seu ego, onde ele foi consagrado, em total desprezo à parcela da opinião pública interna, quando esta é que deveria prevalecer sobre aquela, por ter contado com o sentimento exclusivamente dos brasileiros, que acompanham de perto, no dia a dia, o seu governo.

Na verdade, o presidente brasileiro deveria se basear não em pesquisas sobre o desempenho do seu governo, mas sim na satisfatoriedade dos brasileiros acerca dos resultados positivos das políticas públicas executadas na sua gestão, porque eles refletem a realidade do seu efetivo desempenho.

À toda evidência, muito pouco ainda foi realizado pelo governo, em relação às promessas de melhorias que seriam implementadas na gestão dele, que se mantém praticamente fazendo absolutamente o mesmo que os governos anteriores vinham executando, ou seja, o mesmo mínimo necessário como incumbência constitucional do Estado, quando se esperavam as mudanças anunciadas, que ainda estão por vir, decerto.

Na realidade, não é do conhecimento dos brasileiros a implantação de programas inovadores e revolucionários em benefício da população, como as reformas na educação, na saúde, na segurança pública, salvo as melhorias na infraestrutura, onde alguém resolveu contrariar o pensamento do presidente e se desembestou incontrolavelmente no rumo da construção de estradas e linhas férreas em todo Brasil, em verdadeira demonstração de que os demais ministérios não passam de verdadeiros parasitas, porque somente executam, de forma religiosa e obsequiosa, as políticas mínimas e necessárias previstas no governo dominado pelo conformismo e sem vontade em promover novos e revolucionários ideias e projetos que visem ao fomento do bem-estar da população.

Em síntese, a ideia que se tem é a de que, para o presidente do país, pouco importa a opinião de brasileiros que estão acompanhando o dia a dia do seu governo, mas sim o sentimento mostrado por estrangeiros, que, na verdade, somente a pesquisa, porque os votantes foram os seus fiéis seguidores, que fingem certamente nada saberem quanto ao efetivo desempenho dele à frente dos destinos doo Brasil.

É pena que isso possa acontecer quanto à avaliação do governo, porque só demonstra situação incompatível com a realidade dos fatos, a despeito de que a opinião internacional seja da maior importância somente se ela tivesse por base o conhecimento do real trabalho do mandatário brasileiro, que se acha o máximo no poder, tendo por parâmetro, infelizmente, a avaliação nada confiável de quem finge não conhecer o que realmente acontece no Brasil, a exemplo da votação maciça nessa pesquisa da Time.

Espera-se que os brasileiros cônscios da sua responsabilidade cívica e patriótica tenham a dignidade de honrar os princípios da seriedade e da justiça, no sentido de avaliar o verdadeiro desempenho do governo brasileiro, tendo por parâmetro o efetivo resultado das políticas públicas executadas por ele, em benefício da população, com embargo da deplorável ideologia política, que tem sido péssimo artifício para a destruição da verdade.                 

Brasília, em 15 de dezembro de 2021

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