O
ex-presidente da República petista está disposto a jogar para o espaço sideral princípios
ético, moral ou ideológico, para voltar a governar o país, por ter concluído
que é muito importante o vale tudo na disputa eleitoral, inclusive se juntando
com os piores políticos, cultores do arcaico fisiologismo.
Um
dos seus principais objetivos é trazer para seu ambicioso projeto de poder os
“traidores” do MDB, precisamente os políticos que o PT classificou os líderes
do partido que avalizaram o impeachment da presidente, em que pese a maioria absoluta
dos petistas ainda não ter engolido nem perdoado os emedebistas, mas o petista-mor
simplesmente ignora esse fato e já até se reuniu em opíparo jantar com os “algozes”,
em Brasília, na casa de ex-senador pelo Ceará, que também é investigado por
corrupção.
Ao
aludido jantar só compareceram os emedebistas integrantes da raia miúda,
ficando de fora os tubarões ou os caciques donos do partido, certamente por ainda
não terem engolido os fortes ataques deferidos por petistas, em razão das punições
impingidas à ex-presidente, por suas grosseiras pedaladas fiscais, que foram enquadradas
como crime de responsabilidade, causando o afastamento dela do poder.
Na
verdade, os caciques do MDB compreendem que o ex-presidente quer apenas usá-los
como trampolim ao poder e, já estando firme nele, descartá-los normalmente da
coalizão, ante a índole revanchista dele, que é considerado estrategista de
primeira hora e não se incomoda com o jogo sujo.
A
prova disso é que o petista-mor já fala em defesa do fim do teto de gastos no
serviço público, que foi criado no governo do MDP, que teve por objetivo à moralização
dos gastos públicos, além da interrupção dos projetos de privatização e da
revisão das reformas, que são as principais bandeiras do partido.
Como
o Centrão sempre foi o principal aliado nos governos petistas, o ex-presidente corre
desesperadamente atrás do PP e PL, com vistas às costuras políticas, cujos
presidentes são investigados por práticas de atos irregulares, quando eles eram
aliados dos governos do PT, mas agora eles estão aliados do atual governo, por
força do imundo acordo para a blindagem do presidente no Congresso Nacional.
Fato
curioso é que os petistas da corrente sindicalista, que são os mais arraigados
ao partido, não aceitam de modo algum a reaproximação que vem sendo costurada
pelo petista-mor com o MDB, por entenderem que foi o resultado das alianças do
passado que levou a maioria de seus correligionários para trás das grades,
inclusive o próprio ex-presidente, ou seja, ainda há muita coisa para ser
resolvida nesse espúrio jogo de interesses políticos, mas o “bom” senso há de
prevalecer, quando se trata da conquista do poder.
Diante
desses últimos fatos, em que o ex-presidente desembestou atrás de antigos
aliados, com visível e costumeiro atropelo dos princípios republicanos, nunca
se viu na história brasileira um candidato com estrondosa capacidade de reunir
junto à sua pessoa ou à sua possível candidatura tantas pessoas desqualificadas
e sem deméritos políticos, à vista do seu passado nada glorioso, em termos de
moralidade, a começar da própria pessoa dele, por já ter sido preso depois de julgado
pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em razão da
confirmação do recebimento de propina, envolvendo dinheiro público, a despeito
de posterior anulação das sentenças condenatórias, não por exame de mérito das
ações criminais, mas por incompetência jurisdicional do juízo que o condenou,
ou seja, houve o entendimento de que as ações criminais deveriam ter sido
julgadas em outro Estado, i.e., em juízo diferente do original, apenas.
Não
obstante, para os fins dos princípios da moralidade e da dignidade na política,
tudo isso tem a maior importância, exatamente porque o político continua respondendo
normalmente às denúncias sobre possíveis práticas de graves crimes de
improbidade administrativa, ressaltando a relevância dos dois processos já julgados,
onde ele efetivamente não conseguiu provar a sua inocência, razão, obviamente,
dos veredictos pela condenação dele à prisão e isso constitui fato incontestável.
Além
dos dois processos criminais onde já houve as referidas condenações à prisão,
ou seja, onde já foram materializados os crimes de corrupção passiva e lavagem
de dinheiro, o político ainda responde a outros cinco processos com teor idêntico,
em termos de denúncia da prática dos mesmos crimes, em consequência do
recebimento de propina, que constitui elemento positivado para torná-lo inepto
ao importante e principal cargo de representante do povo.
Impende
se ressaltar que ele, querendo, pode conseguir limpar seu nome bem antes do início
do processo eleitoral, ficando apto a pleitear seu lugar entre os candidatos,
porque não tem o menor cabimento que pessoa envolvida com denúncia sobre crimes
contra a administração pública não se conscientize de que as suas decadentes e
frágeis condições ético-morais não o habilitam a participar normalmente do
processo eleitoral, justamente por ele não preencher os requisitos mínimos para
a investidura em cargo público eletivo, ante a exigência da limpa conduta moral
e da ausência de maculabilidade na vida pública, o que não é o caso dele.
Nessa
mesma linha harmoniosa com as práticas nada republicanas, o candidato tem como coordenador
da sua estratégia política correligionário que também foi condenado à prisão pelos
mesmos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pelo recebimento de
propina, tendo sido igualmente preso.
Causa
perplexidade esse candidato ser indiscutivelmente mentor e mantenedor, ante o
surgimento dos fatos irregulares no seu governo, dos maiores escândalos de
corrupção e roubalheira de toda história brasileira, quando os fatos investigados
mostraram os mais perfeitos mecanismos que permitiram o maior assalto aos
cofres públicos, com destaque especial para os cofres da Petrobras, que chegou
a ser a maior empresa devedora do mundo.
Esses
fatos são incontestáveis e extremamente deploráveis, à luz dos princípios
republicanos da ética, da moralidade, da honestidade, do decoro, da dignidade e
dos demais condutos de decência exigidos para o exercício de cargo público eletivo,
por serem incompatíveis com o exercício de gestor de recursos públicos.
Em
um país sob a consciência democrática da sociedade, centrada sobre os pilares
dos princípios da moralidade, da dignidade e da seriedade, qualquer candidato,
não somente esse político que tenta ressurgir das cinzas, jamais se apresentaria
à nação e aos eleitores sem antes assumir cabalmente e de cabeça erguida todas
as irregularidades e roubalheiras perpetradas contra os cofres públicos, conforme
mostram os resultados das investigações realizadas, de modo que o seu retorno à
vida pública somente pudesse acontecer depois de provada a sua inocência, em
todos os processos em tramitação na Justiça, porque é exatamente assim que deve
proceder os homens públicos que respeitam a dignidade do eleitor.
Ao
contrário disso, na forma como o político vem procedendo, tentando juntar ao
seu redor a maior coligação de políticos da pior qualidade moral, sem nenhuma manifestação
sobre os horrorosos fatos acontecidos no seu governo, que precisam ser urgentemente
passados a limpo e justificando perante a nação e os brasileiros, como forma de
prestação de contas obrigatória inerente a todo homem público, que tem sim o
compromisso de ser fiel ao mandato recebido dos eleitores, para somente a
prática de atos regulares.
Em
princípio, cabe ao petista apresentar circunstanciadas justificativas pelas irregularidades
protagonizadas pelo PT, que é indiscutível foi imposta à nação e aos
brasileiros, em forma de mea culpa pelos desmandos cometidos em benefício
da agremiação e de integrantes e aliados políticos, por 13 anos de fraudes e desmoralização
da coisa pública, conforme mostram os fatos investigados.
Não
obstante, medida nesse sentido jamais será implementada, tendo em conta que o
petista-mor se julga inocente, mesmo diante dos robustos fatos que envergonharam
o Brasil e o mundo,
É
evidente que, nessas circunstâncias, resta aos brasileiros honrados fazerem a
devida avaliação e eliminar da vida pública político que aproveitou a sua
passagem pelo poder para aprontar tudo isso que é do conhecimento público, no
sentido de que foi devidamente provado, à vista das investigações legais, o tanto
do descaminho de recursos públicos, sob a égide deliberada por integrantes
desse partido.
Em
que pese a passagem arrasadora desse político pelo governo, conforme os fatos
supracitados, a volta do velho cacique já sinaliza para a regulação da mídia,
que é forma explícita de censura à imprensa livre, a adoção de uma série de
retrocessos econômicos e sociais e o mais pernicioso para os interesses do Brasil,
que é o reatamento e a consolidação de alianças com a velha política, que foi fiel
parceira no apoderamento de dinheiro público e no empobrecimento do país, por
conta da falta de investimentos em obras públicas de impacto, reformas
estruturais e políticas de incentivos à retomada do desenvolvimento e do emprego.
O
momento aconselha que os brasileiros honrados se conscientizem sobre a
imperiosa necessidade de avaliação profunda sobre o que é realmente melhor e
mais importantes para os valores e os interesses do Brasil, ponderando o que
poderia acontecer com a sua administração por pessoa que já foi capaz de fazer
o estrago que não teve dignidade para assumi-lo, sob o perigo de haver desastre
ainda mais intenso, quando os tempos são outros, diante da evolução causada
pela modernidade, onde o próprio sistema econômico de agora é bem diferente do
passado, o que é absolutamente natural.
Os brasileiros precisam, com o máximo de
urgência, se conscientizar sobre a imperiosa necessidade do seu apoio a candidato
à Presidência da República que seja verdadeiramente ficha limpa, em todos os
sentidos, cujo currículo só contenha exemplos de conduta de dignidade e
honradez, como forma de se assegurar que as suas qualificações têm aderência aos
saudáveis princípios republicanos da moralidade na administração pública, com
clara demonstração de repúdios às alianças com os cultores da velha política,
que defendem o abominável fisiologismo, entre outros atributos que somente
confirmem os seus interesse e zelo para com a coisa pública, em harmonia com a construção
dos conceitos de competência, honorabilidade, sensibilidade, eficiência,
efetividade e responsabilidade.
Brasília,
em 5 de dezembro de 2021
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