Em vídeo que circula na internet,
um cientista se manifesta contrário ao passaporte sanitário, tendo como
principal argumento que as vacinas disponibilizadas para a população não podem
ser consideradas senão drogas experimentais, com teor de toxidade que jamais
deveriam ser aplicadas nas pessoas, que correm sérios riscos, diante da falta
de segurança quanto à sua comprovada eficácia, associada aos graves efeitos colaterais.
Os argumentos fundamentais do
cientista centram nas suas ideias segundo as quais: “(...) Essa coisa alienista
que estamos falando agora, chamar isso de vacina é como chamar uma vaca e cachorro.
(...) Chamar essas drogas experimentais tóxicas, esses venenos genéricos
de vacinas não tornam isso vacina. Eu não sou contra vacina. Eu sou a favor de
vacinas. Eu sou contra essas substâncias tóxicas que tão querendo empurrar para
dentro da gente. Tóxicos e experimentais, além de utilizarem tecnologias que
jamais foram empregadas em massa, como vacina de vetor viral e RM mensageiro,
tem que ficar muito claro na cabeça de você. (...) Vamos chamar isso de
droga experimental, porque é exatamente o que ela é (...)”.
No vídeo, o cientista esclarece
que, se as vacinas não fossem verdadeiras drogas experimentais, os laboratórios
não precisariam fazer alertas sobre possíveis efeitos colaterais graves.
À
toda evidência, o personagem principal desse vídeo se mostra extremamente
competente e tem domínio amplo sobre os assuntos relacionados com as vacinas e
quanto a isso ele merece os melhores aplausos, exatamente por ter se esforçado
em dominar o mundo mágico dos imunizantes, tendo oportunidade para colocar em
debate as suas experiências, na expectativa de que seus conhecimentos possam
lançar luzes para a melhor compreensão sobre a matéria científica da maior
importância para a humanidade.
Tudo isso é verdade, mas o
respeitável cientista, se julgando o dono da verdade, passa a imagem de que têm
sido praticado o mais grave erro da humanidade na aplicação, nos seres humanos,
dessa experiência que insiste na recusa de chamar de vacina.
Não se quer dizer com isso que
ele esteja absolutamente correto em defender as suas ideias, que estão sedimentadas
nas suas experiências científicas, mas há fatores preponderantes que também
merecem ponderação, em defesa da população, mesmo que o passaporte sanitário
seja agora o centro das discussões, ou seja, não se deve exigi-lo porque somente
existem drogas experimentais que não devem ser obrigatórias?
A questão de fundo diz respeito
sim se as vacinas são eficazes ou se elas são deficientes ou se tratam de
drogas tóxicas, porque tudo fica a depender da comprovação científica sobre a
sua materialidade como vacina em definitivo, no entender do cientista, que simplesmente
somente as considera como sendo drogas tóxicas alienígenas, com caráter de experimentação
em seres humanos, em que pese sobre o mesmo tema sobressair a questão central,
que a pandemia da pandemia, que causou terror perante a população.
Na verdade, as vacinas condenadas
e recriminadas pelo cientista são os remédios milagrosos que já demonstraram
que a sua existência foi capaz de frear, de forma sensível e brusca, a
incontrolável mortalidade causada pela desgraça da Covid-19, sem se esquecer
que realmente existem registros sobre inúmeros casos de efeitos colaterais
gravíssimos.
Se é verdade tudo o que esse
estudioso diz e defende, naturalmente que ele deve ter alternativa para oferecer
capaz de salvar vidas, diante da desgraça que se abateu sobre a humanidade.
A questão que fica é a forma
incisiva das críticas, para se afirmar que só há malefício, quando também se espera
que ele tenha capacidade para desenvolver algum antídoto contra a Covid-19.
Nesse caso, o seria valioso que o
cientista ofereça algo capaz de dispensar o emprego das vacinas aprovadas pelos
organismos incumbidos da fiscalização e liberação das vacinas, evidentemente
depois de minuciosos estudos e análises a se permitirem a aplicação delas na população,
porque, do contrário, eles estariam sendo cúmplices com a maldade praticada
pelos laboratórios, na sua tresloucada e irresponsável experimentação das ditas
drogas tóxicas.
O que, enfim, ele propõe que se
faça para se opor às vacinas ou até mesmo a sua substituição por remédio eficaz
e sem risco à saúde, diante da atrocidade causada pela Covid-19, ou seja, qual é
o mal maior, sem se deixar que o vírus aja livremente ou se aplique a
questionável vacina na população, porque a impressão que se tem é a de que
muito mais vidas são salvas com o uso da vacina?
Tudo isso não passa de absurda
utopia, diante da mais cristalina realidade, como vemos, com a espantosa
redução das mortes, que se encaminhavam para abissal e progressiva tragédia
humanitária, mas, graças às vacinas, mesmo com todos os riscos de que nem
vacinas elas sejam, as pessoas estão conseguindo ultrapassar algo que parecia
impensável: sobreviver à peste do século.
Penso que esse cientista poderia
aproveitar a sua rica experiência na área dos imunizantes, no sentido de reconhecer
que as vacinas realmente não são imunizantes como ele gostaria que fossem, mas,
na tentativa de se evitar desastre contra a humanidade, é preciso se reconhecer
que Deus foi generoso em se permitir a formulação de remédios que conseguem
salvar vidas humanas.
Agora, sobre a compreensão da
exigência do passaporte sanitário, a se exigir em determinadas situações, é
preciso que se tenha o entendimento democrático não no sentido sem o menor
fundamento esposado por esse renomado cientista, em se afirmar que não aceita
tomar a vacina porque ela não pode ser considerada como tal, mas sim como droga
experimental, embora o resultado da sua aplicação não permite a mínima dúvida
possível sobre a sua visível eficácia, quando o Brasil agora registra 250 mortes
diárias contra 4 mil antes da imunização, ressalvados, evidentemente, os casos
de efeitos colaterais que incidem normalmente com a aplicação de todos os
remédios.
Esse fato é apenas fantástico e
maravilhoso e põe por terra qualquer argumento de que se trata apenas de droga tóxica
experimental e não de vacina, mas a existência dela trouxe a esperança de se viver
com mais tranquilidade, quando antes dela era só terror e medo.
Tudo bem que a população que
tiver o mesmo pensamento sobre as vacinas do respeitável cientista não deve se
vacinar, porque isso se insere perfeitamente no respeito aos direitos humanos,
em que somente deve ser obrigado a fazer aquilo que seja extensivo para a
sociedade em geral, evidentemente em harmonia com os verdadeiros princípios
democráticos.
Ou seja, a ninguém seja obrigado a
fazer algo que a sua consciência entende que não concorda, o que é
absolutamente natural, no âmbito da liberdade inerente aos direitos humanos,
mas isso não dá o direito de quem não tomar a vacina possa usufruir de algo que
se torne obrigatório para a população, a exemplo de que somente pode viajar para
o exterior quem apresentar o passaporte sanitário.
Nesse caso, não vale alegar que
não tem esse documento porque não concorda em tomar a vacina, devendo se manter
coerente com o seu entendimento, no sentido de que não ser imunizado contrapõe
o direito das pessoas que foram vacinadas e correm o risco do seu contanto com
quem se opôs à vacina.
Ou seja, parece perfeitamente aceitação
que alguém prefira não se vacinar, mas também precisa se submeter às regras
vigentes, no sentido do normal relacionamento social, porque não faz sentido
que a pessoa diga que não reconhece a vacina, mas, ao mesmo tempo, querer ser
aceita normalmente no convívio social, sobrelevando, em especial, a situação de
gravidade da Covid-19, que ainda não foi totalmente superada.
Subentende que a exigência do
passaporte sanitário somente se aplica às pessoas que saírem para o exterior e
entrarem no Brasil, evidentemente por se tratar de situação especial, porque os
outros países já estão fazendo exigência nesse sentido, fato este que não se
pode generalizar, no sentido de se tornar obrigatória a aplicação da vacina em
todo mundo, porque isso é clara violação dos direitos humanos.
Enfim, é preciso que haja a conscientização
dos brasileiros no sentido de que convém sim ser discutida a implantação do passaporte
da vacina, porque se trata de importante medida de natureza sanitária, extremamente
necessária à proteção da sociedade, ficando muito claro de que ninguém é
obrigado a se vacinar, em respeito aos sagrados direitos humanos, mas, nos
casos previstos para o uso do desse documento, não haverá exceção, por motivo
algum, por mais relevante que ele seja.
Brasília, em 12 de dezembro de 2021
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