sábado, 25 de novembro de 2023

Sensacionalismo?

 

Em conformidade com vídeo postado na internet, alguém alardeia, sem a indicação de absolutamente comprovação alguma confiável, que autoridades norte-americanas atestam irregularidades nas últimas eleições brasileiras, a ponto de concluírem que o candidato empossado no cargo presidencial não teria sido vitorioso, de forma legítima.

Essa é a reportagem típica da irresponsabilidade patética, em que se diz que os Estados Unidos aprovam a vitória do candidato à reeleição, tendo por base, segundo se alega, fraude na votação, conforme provas técnicas e científicas, sem a devida indicação da sua origem.

Para que as possíveis provas possam ter validade, convém que elas sejam atestadas, autenticadas, provadas e indicadas as suas fontes confiáveis de origem, inclusive mostrando como elas foram efetivamente obtidas, além da indicação dos devidos detalhes sobre a operação pertinente, de modo que seja possível se questionar perante o sistema eleitoral brasileiro, que tem obrigação constitucional de esclarecer qualquer dúvida quanto ao processo eleitoral.

É evidente que essa medida tem por base o princípio insculpido no artigo 37 da Carta Magna, que determina a publicidade dos atos da administração pública, para assegurar a sua validade jurídica.

Não basta se dizer que se chegou a tal estágio sobre determinado assunto, para se dar crédito ao fato em si, ante a necessidade de parâmetros validadores dos atos em si.

Convém que haja a apresentação de elementos suficientes para o aprofundamento das buscas e para a perseguição da sua verdade, ante a importância da matéria de que se trata, posto que eleição implica, em última instância, a delegação de poderes pelo povo.

No presente caso, a notícia não passa de fake news, porque ela, em si, é destituída de elementos sólidos, se confundindo muito mais com algo sensacionalista, inclusive se apelando para a sua divulgação, quando é muito mais prudente e preferível o emprego da cautela, no caso de somente se divulgá-la se surgirem elementos capazes para respaldarem as informações de que de tratam.

Na verdade, como o tema de que se trata é de suma importância para o Brasil, é prudente que ele seja tratado com muito cuidado, sendo aconselhável que a sua disseminação seja evitada enquanto não forem juntados importantes elementos para a garantia das devidas e necessárias averiguações pertinentes ao assunto.

Na verdade, não é de bom tom que fiquem espalhando notícias sem o menor fundamento, porque isso somente tem o condão de se criar perspectivas que nunca se realizam, exatamente por falta de elementos consistentes e confiáveis.

O certo mesmo é que a falta de transparência, na administração pública, leva, inevitavelmente, a se imaginar que realmente houve manipulação de resultados, de modo que teria sim o emprego proposital e deliberado de fraudes, diante de rumores, desconfianças e dúvidas que foram jogados para debaixo do tapete vermelho.

Diante disso, se pode concluir que a falta de publicidade sobre as eleições brasileiras conduz, necessariamente, às piores hipóteses de dúvidas, inclusive de fraudes, como perversa forma de desonestidade e de desprezo aos salutares princípios republicanos e democráticos.

Infelizmente, essa forma clara de negação da transparência, com sede constitucional, se coaduna com os deploráveis governos tirânicos, em que é comum o desprezo não somente aos direitos humanos e democráticos, mas especialmente às verdades sobre os atos da administração pública.

Brasília, em 25 de novembro de 2023

Nenhum comentário:

Postar um comentário