Pesquisa de opinião
pública realizada pela Datafolha sobre o desempenho do governo da presidente da
República, que acaba de ser divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, revela
que a sua aprovação caiu para 30%, verificando-se queda de 27 pontos percentuais
do número de eleitores que consideram o governo bom ou ótimo. Essa abrupta e
gigante descida é reflexo das manifestações de protestos espraiados pelo país.
Há exatamente três semanas, a aprovação dela era de 57%, significando, de
acordo com o instituto, a maior queda de popularidade registrada desde o início
da gestão presidencial. Foram coletados dados nos últimos dias 27 e 28, com a
abrangência de 4.717 pessoas, em 196 municípios. Por sua vez, passou de 9% para
25% o percentual das pessoas que consideram a gestão presidencial ruim ou
péssima. Já a nota média da presidente, na escala de 0 a 10, também caiu de 7,1
para 5,8. Na pesquisa, também foi avaliado o desempenho da presidente em
relação aos protestos, tendo sido verificado que a sua postura foi ótima ou boa,
para 32%, regular, para 38%, e ruim ou péssima, para 26%. Em resposta às
manifestações de protestos nos país, a presidente fez pronunciamento na
televisão, depois de ter se reunido com governadores e 26 prefeitos de capitais,
para apenas anunciar intenções de medidas referentes à responsabilidade fiscal,
reforma política, saúde, transporte, e educação, sem nenhuma efetividade. A insatisfação
quase generalizada, à exceção da opinião dos asseclas, apaniguados dos
governistas e assemelhados, demonstra que, enfim, foi descerrada a cortina que impedia
de ser enxergada pela sociedade a vergonhosa e espúria forma desse governo
administrar o país, com o emprego de métodos estrategicamente preparados para
se amoldar aos interesses político-eleitoreiros, com vistas à exclusiva perenidade
no poder, onde eram visíveis os arranjos e as alianças destinados à coalizão de
governo, envolvendo a distribuição de ministérios aos partidos, em troca de
apoio político, em indecente e aviltante toma lá, dá cá, impróprio na democracia,
que se lastreia em respeitosos princípios éticos, morais, legais e
transparentes, em sintonia tão somente com a satisfação do atendimento do
interesse público. Num país sério e evoluído, inexiste essa forma de
pouca-vergonha de governar e quem sequer imaginar fazê-lo é sumariamente afastado
do poder, levando consigo toda espécie malévola à administração dos recursos públicos.
Foi preciso solavanco na tarifa do transporte público para vir à tona e serem
despertados os brios dos brasileiros, que perceberam o quanto tem sido perversa
para o país a realidade criminosa da gestão dos recursos públicos. Não que essa
revelação agora tenha sido sentida de forma repentina, porquanto a gigantesca
debandada das pessoas às ruas não foi somente em virtude do reajuste de poucos
centavos na tarifa de ônibus, mas em razão do conjunto das obras presidenciais
e também da falta delas, i.e., da suficiência das mazelas acumuladas, em termos
de má administração do país, e a deficiência das medidas de incentivo ao crescimento
da nação, que contribuíram para agravar a péssima qualidade do desempenho
presidencial. Até que, enfim, embora com eterna demora, a sociedade se torna intolerante
não somente contra a escrachada forma privilegiada de tratamento dispensado aos
políticos, que, apesar da qualificação questionável, sempre mereceram reverências
e endeusamentos pelos que se consideram donos da República tupiniquim, mas
também o desleixamento com as políticas públicas concernentes à saúde,
educação, segurança pública, moraria, infraestrutura, ao sistema de transporte
etc., que vêm sendo conduzidas sem o
devido zelo, permitindo que a sua qualidade seja criticada e comparada aos países
subdesenvolvidos e pouco preocupados com o desenvolvimento da nação. Fica
provado que as pesquisas anteriores não refletiam o desempenho correto da presidente,
por não ter feito absolutamente nada que as justificassem, cujo resultado contribuía
para dissimular o seu convencimento de que, apesar de a sua ridícula gestão voltada
ao estímulo ao fisiologismo e à desmoralização das políticas públicas, vinha
administrando bem o país. O povo brasileiro merece os melhores encômios, por
ter, conforme a pesquisa em causa, se conscientizado, embora com bastante
atraso, sobre a ruindade gerencial da mandatária do país, despreparada e ainda
assessorada por pessoas sem a qualificação desejável para o país. A sociedade
demonstra que a presidente da República tem a obrigação de cuidar e zelar com exclusividade sobre as causas nacionais e ainda se preocupar, de forma prioritária, com as
políticas que beneficiem a melhoria das condições de vida dos brasileiros, sob
de encontrar sérias dificuldades políticas se continuar apenas privilegiando o
afago à politicagem inescrupulosa. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de junho de 2013