Jornalistas da
agência France Presse comprovaram que o novo site de notícias “14ymedio” da
blogueira opositora ao regime dos irmãos Castros teve vida curtíssima, haja
vista que, depois de três horas de ter sido inaugurado, foi bloqueado para os
servidores cubanos, permanecendo no ar para o resto do mundo. Quem acessava o
site www.14ymedio.com, percebia
que seu conteúdo armazenava matéria diferente da que seria para a página
genuína, por representar a estranha denominação de “Yoanislandia.com”, contendo
fortes ataques contra a famosa blogueira opositora cubana e ainda incluía vários
artigos assinados por blogueiros governistas cubanos. O site da blogueira teria
sido lançado às 8h05 e bloqueado a partir das 11h, horários locais da ilha. Ele
teria sido o primeiro site como meio de comunicação independente em 50 anos em
Cuba, que funcionaria como portal de notícias “14ymedio”, da blogueira
opositora e ferrenha desafiadora do feroz controle do governo comunista de Cuba.
A blogueira cubana ainda chegou a declarar: "Quando se realiza um projeto que foi desejado por muito tempo, vem a
sensação de que devemos traçar novas metas. “14ymedio.com” foi minha obsessão
por mais de quatro anos. Hoje alcancei um sonho (...), um espaço jornalístico
no qual muitos colegas me acompanham. Nasce com o desejo de chegar a muitos
leitores dentro e fora de Cuba, de oferecer um espectro completo de notícias,
colunas de opinião e dados sobre a realidade de nossa Ilha. Dará muito
trabalho, não há dúvidas. Cresceremos pouco a pouco, tentando fazer com que a
qualidade acompanhe cada conteúdo publicado”. Segundo correspondentes da
France Presse em Havana, o site "14ymedio
é fruto da evolução de uma aventura pessoal que se transformou em um projeto
coletivo". A primeira edição do site inclui reportagem sobre a
violência noturna em Havana e entrevista com o um escritor opositor preso sob
acusações de violência intrafamiliar, bem assim uma carta de 28 personalidades
mundiais, incluindo o Prêmio Nobel de Literatura peruano e o ex-presidente
polonês e Nobel da Paz, com apelos para que o governo cubano “respeite o
direito”' de existência do portal. Vale lembrar que, pasmem, a imprensa
independente foi silenciada na ilha no início da década de 1960 pelo
comunista-mor, cujo controle da mídia continua sem trégua até os dias atuais.
Essa maldade perpetrada contra a mídia e a liberdade de expressão demonstra a exata
dimensão do quanto a administração da ilha é impiedosa, perversa e cruel contra
o ser humano, por impedir que os fatos do quotidiano possam ser divulgados
internamente no seio do povo cubano, apenas como forma de disseminar a
realidade do cotidiano da ilha, confirmando a forma cruel e desastrosa como o
governo controla sob rédea curta seu povo, que somente tem direito de conhecer
os fatos sociais na versão divulgada pelos meios de comunicação do Estado,
naturalmente tendo por base tão somente o que interessa ao governo para se
tornar ostensivo, de preferência os assuntos enaltecendo com exclusividade
as absurdas “qualidades” da administração do país, que cada vez mais tem sido
capaz de degenerar em ruínas, tragédia e catástrofe as condições de vida dos
ilhéus, pela destruição dos princípios humanos, que são totalmente subjugados à
precariedade e ao subdesenvolvimento social e econômico. Diante da decadência
administrativa de Cuba, causa enorme perplexidade se perceber a pequenez da capacidade
de líderes tupiniquins e dos seus fiéis seguidores em reconhecer as “qualidades”
de liderança revolucionária de quem foi capaz de arrasar por completo a
consciência e a racionalidade de uma nação que era considerada progressiva e
avançada, submetendo-a aos caprichos da miserabilidade e da absoluta pobreza,
em nome de uma revolução que trucidou mais de dezessete milhões de patrícios,
que se opuseram à bestialidade e à mediocridade da ideologia
socialista-comunista. A sociedade brasileira tem o dever cívico e patriótico de
avaliar, enquanto ainda houver possibilidade, as intenções dos homens públicos
tupiniquins que são completamente abarrotados de amores pelos líderes cubanos,
apesar de toda desgraça disseminada por eles, em tão longo período de
crueldade, destruição e sofrimento impingidos ao povo cubano, que é privado dos
direitos humanos, das liberdades de expressão e do exercício democrático. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 03 de junho de 2014
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