A última pesquisa de intenções de voto divulgada pelo
Instituto Sensus revela que a presidente da República teve nova queda na
preferência dos eleitores. No levantamento anterior, foi registrada a avaliação
de 34% das intenções de voto para ela, caindo agora para o percentual de 32,2%.
Em sentido inverso à tendência da mandatária do país, o presidenciável do PSDB
subiu de 19,9% para 21,5% das intenções de voto, enquanto o candidato
socialista oscilou negativamente de 8,3% para 7,5%, considerada a variação dentro
da margem de erro de 1,4 ponto porcentual. Já os casos dos votos nulos e
indecisos caíram de 33,9% para 28,8%. Nas simulações de segundo turno, também
houve queda na diferença entre a presidente e seus potenciais adversários. Entre
ela e o tucano, o placar ficou em 37,8% contra 32,7%, com a diferença de 5,1
pontos porcentuais contra 6,7 pontos porcentuais, na pesquisa anterior. A
pesquisa Sensus, de interesse do próprio Instituto, foi realizada entre 26 de
maio e 4 de junho, com o total de 5.000 eleitores ouvidos, abrangendo 191
municípios de 24 Estados. As constantes quedas nas intenções de votos para a
presidente da República passam a refletir com maior exatidão a forma deficiente
e deletéria pela qual o país está sendo administrado, principalmente no que diz
respeito à falta de priorização sobre as políticas públicas, que são relegadas
a planos secundários, à exceção dos programas assistencialistas, consistentes
nas várias bolsas e nas cotas, instituídas com especial finalidade eleitoreira,
em harmonia com os projetos de socialização, planejados de maneira maquiavélica
com a finalidade de assegurar o sonho da perenidade no poder. Para tanto, esses
programas são fomentados e acalentados de maneira prioritária, a exemplo do
último aumento de 10% sobre o valor do benefício do Bolsa Família, que teve
reajuste, a contar deste mês, em índice bem superior à inflação oficial. A
rejeição ao desgoverno do país não constitui nenhuma surpresa, à vista da
visível complacência da mandatária da nação com os fatores que estão contribuindo
para o estrangulamento dos processos econômicos e dos fatores favoráveis ao
progresso do país, notadamente quanto à extrema resistência às reformas
estruturais do Estado. É absolutamente inadmissível que a presidente do país
não tenha condições de perceber que inexiste o menor atrativo para os
empresários, tanto nacionais como estrangeiros, fazerem investimentos no país
que tem uma das maiores cargas tributárias do planeta, taxas de juros
incompatíveis com os mercados civilizados, elevadíssimos encargos
previdenciários, burocracia de republiquetas e tantos outros gargalos que
desestimulam a manutenção do parque industrial e, sobretudo, novos
investimentos, cuja notória consequência prejudicial ao interesse nacional consiste
na falta de competitividade dos produtos nacionais, com reflexos diretos no
desempenho do Produto Interno Bruto - PIB, que patina no mar da incompetência
administrativa, capitaneada por quem não tem capacidade para vislumbrar senão o
fomento dos programas assistencialistas, quando a racionalidade gerencial, com
objetivos modernos e eficientes, recomenda que somente com maciços
investimentos públicos e privados os países são capazes de desenvolverem-se. O
Brasil é típico exemplo de nação que, lamentavelmente, teve a escolha pelo gerenciamento
sob o prisma da fraqueza extrema quanto ao zelo e aos interesses nacionais, por
nada ter feito para superar as adversidades do progresso. Diante das mazelas e
deficiências evidenciadas na administração do país, sob o estigma do
obsoletismo e da estagnação, é estarrecedor se verificar que a presidente da
República e seu governo ainda consigam avaliação altíssima de desempenho, extremamente
incompatível com os sofríveis resultados da economia e das políticas públicas,
por não ter mostrado capacidade de gerenciamento à altura da grandeza e das
potencialidades do Brasil, que não pode ficar à mercê do imobilismo, do marasmo
e da leniência com a ineficiência da administração pública, à vista da necessidade
de se acompanhar a evolução e a modernidade da economia mundial, quanto ao
império da competitividade, que seria factível mediante prementes e imprescindíveis
reformas das estruturas do Estado. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de junho de 2014
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