O ex-presidente da República
petista, ao demonstrar preocupação com a condução da política econômica, fez
questão de ressaltar que a prioridade da presidente da República é aproveitar a
trégua do período da Copa do Mundo para a reorganização da sua estratégia na
economia e na política, tendo a obrigação de explicar aos eleitores a maneira
adequada para melhorar a economia e responder dúvidas acerca do descontrole da
inflação. Ele esclareceu que foi essa a orientação dada por ele para melhorar a
caminhada em rumo à reeleição da sua pupila. Não há dúvida de que é espinhosa a
missão incumbida à mandatária do país, que terá enormes dificuldades para explicar
o porquê de a economia brasileira, no seu manche, seguir de marcha à ré, porquanto
não somente é preocupante a alta da inflação, como o pífio desempenho da
economia, demonstrado pelos acanhados e ridículos resultados do Produto Interno
Bruto, as altíssimas taxas de juros, os exagerados e injustificáveis gastos com
as obras da copa, além de muitos escândalos de corrupção, com destaque para a
desastrosa gestão da Petrobras. A presidente tem o dever constitucional de
explicar a péssima administração do país com relação também à segurança
pública, à educação, à saúde pública, ao saneamento básico, aos transportes e,
enfim, aos demais serviços públicos que são comparáveis às piores republiquetas
do planeta, ante a precariedade e a falta de efetividade de seus resultados, em
que pese a suntuosidade dos recursos disponibilizados para tais
empreendimentos, que padecem de competência para sua implementação, notadamente
quanto ao acompanhamento, à fiscalização e ao controle, como instrumentos
capazes de aquilatar o resultado satisfatório acerca do custo-benefício. Outro
ponto importante que exige urgente explicação se refere à progressiva e fantástica
elevação da dívida pública, que passou de R$ 850 bilhões, em 2002, para R$ 2,2
trilhões, em 2014, cujo crescimento tem significativa repercussão no
desenvolvimento da nação, por ser fator impeditivo e limitativo aos
investimentos públicos. Convém se esclarecer, a propósito, ao petista que
inflação não se explica, apenas se combate com competência gerencial, mediante
rigorosos ajustamentos dos gastos públicos e controle das políticas fiscal e
tributária à realidade do país, com o enxugamento da máquina pública, a redução
das despesas públicas e a eficiência e eficácia das políticas públicas, em
estrita observância ao princípio da economicidade. Na verdade, o petista comete
ato da maior crueldade, ao exigir que a sua sucessora explique algo que para
ela é totalmente inexplicável, porque a inflação já fugiu ao controle da sua
equipe econômica. Talvez fosse melhor se exigir que o governo explicasse o
conjunto do desgoverno, englobando a decadente gestão da Petrobras, que foi
submetida à cruel ingerência pelo Palácio do Planalto, com aparelhamento da
empresa por sindicalistas, petistas e afilhados de caciques dos partidos da
base de sustentação do governo, em troca de apoio político, em consonância com
o indecente sistema do “toma lá, dá cá”, além dos investimentos temerários na
aquisição de refinarias a preços superfaturados, gerando enormes prejuízos para
o país e os investidores da estatal. O certo é que não somente a inflação estar
a exigir explicações convincentes, tendo em vista que as potencialidades e as
riquezas do país não se coadunam com o acanhado, mesquinho mesmo, desempenho da
economia, que não consegue deslanchar, em razão, certamente, das visíveis inaptidão
e incapacidade técnico-especializadas que são incapazes de adotar medidas que
contribuam para o crescimento do país, a exemplo do desempenho do Produto
Interno Bruto - PIB, que apenas patina, ano após ano, sobre os gargalos da
incompetência administrativa do país, que não vislumbra a mínima solução para
destravar o arcaico processo produtivo nem consegue se desvencilhar das garras
dos juros nas nuvens, da injustificável carga tributária, considerada uma das
maiores do mundo, dos insuportáveis encargos previdenciários, tidos por
inexplicável amplitude, e tantos outros não menos graves entraves que
interferem diretamente no estrangulamento da competitividade, que incide sobre a
produção nacional, que se distancia dos produtos importados similares, fato
esse que vem causando afastamento dos investidores estrangeiros, cuja realidade
econômica mundial somente não é perceptível pela despreparada equipe
governamental, que se encontra inserida nesse terrível cenário apenas
assistindo ao desenrolar dos acontecimentos, mas nada é feito para reverter o
caótico quadro de visível estagnação econômica do país. Compete à sociedade
dizer, com absoluta convicção, que não concorda mais com essa patética situação
de inapetência e de passividade diante da regressão do crescimento econômico da
nação, que certamente não se encontraria nesse estágio de estagnação se
estivesse sendo administrada com a competência compatível com suas
potencialidades econômicas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de junho de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário