sexta-feira, 20 de junho de 2014

Socialização à brasileira?

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Para cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que tira de outro alguém. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”. Adrian Rogers, 1931
 
Na proximidade da companha eleitoral, está circulando na internet excerto do programa do Partido Socialista Brasileiro – PSB, chamando atenção para princípios nele insculpidos, que tratam do seu pensamento ideológico e fisiológico quanto à forma para o enquadramento do capital, da propriedade de bens e da incidência de impostos. Nessa mensagem, consta chamamento para cuidados para quem pensa em votar no socialista ex-governador de Pernambuco, para o cargo de presidente da República, à vista da forma clara, objetiva e específica como o seu partido estabelece regras que fulminam a liberdade capitalista, ao impor medidas para que o Estado nacionalize empresas e se aproprie das riquezas das pessoas para a finalidade a que ele denomina de socialização, que nada mais é do que a distribuição da renda apropriada para as pessoas carentes, aqueles que normalmente nada produzem nem contribuem para o desenvolvimento do país. A reforma agrária também é destaque no programa socialista, com a previsão do fracionamento das propriedades e dos latifúndios, produtivos ou não, pois importa mesmo é o loteamento das propriedades entre os sem terra. Vejam a seguir os principais pontos do programa do PSB, que se destacam pela maneira extremosa com que trata a intervenção na propriedade e na riqueza dos brasileiros: Classes Sociais – O estabelecimento de um regime socialista acarretará a abolição do antagonismo de classe. Socialização – O Partido não considera socialização dos meios de produção e distribuição a simples intervenção de Estado na economia e entende que aquela só deverá ser decretada pelo voto do parlamento democraticamente constituído e executada pelos órgãos administrativos eleitos em cada empresa. Da Propriedade em Geral – A socialização realizar-se-á gradativamente, até a transferência, ao domínio social, de todos os bens passíveis de criar riquezas, mantida a propriedade privada nos limites da possibilidade de sua utilização pessoal, sem prejuízo do interesse coletivo. Da Terra - A socialização progressiva será realizada segundo a importância demográfica e econômica das regiões e a natureza de exploração rural, organizando-se fazendas nacionais e fazendas cooperativas, assistidas estas, material e tecnicamente, pelo Estado. O problema do latifúndio será resolvido por este sistema de grandes explorações, pois assim sua fragmentação trará obstáculos ao progresso social. Entretanto, dada a diversidade do desenvolvimento econômico das diferentes regiões, será facultado o parcelamento das terras da Nação em pequenas porções de usufruto individual o­nde não for viável a exploração coletiva (...). Na Indústria – Na socialização progressiva dos meios de produção industrial, partir-se-á dos ramos básicos da economia. Do Comércio - A socialização da riqueza compreenderá a nacionalização do crédito, que ficará, assim, a serviço da produção. (...) - Serão suprimidos os impostos indiretos e aumentados, progressivamente, os que recaiam sobre a propriedade territorial, a terra, o capital, a renda em sentido estrito e a herança, até que a satisfação das necessidades coletivas possa estar assegurada sem recurso ao imposto. - Os gastos públicos serão orçados se autorizados pelo Parlamento, de modo que assegurem o máximo de bem-estar coletivo. (...) VII – O objetivo do Partido, no terreno econômico e a transformação da estrutura da sociedade, incluída a gradual e progressiva socialização dos meios de produção, que procurará realizar na medida em que as condições do País a exigirem. (...) 5º - Nacionalização do crédito e das operações de seguro. Abolição dos impostos sobre o comércio interestadual, sobre os gêneros de primeira necessidade, vestuário indispensável às classes pobres e médias, livros, medicamentos e demais utilidades destinadas à educação e saúde públicas, instrumentos manuais do trabalho do operário urbano ou o trabalhador rural, e dos pequenos agricultores e, ainda, sobre a renda mínima necessária a uma subsistência digna e eficiente e sobre as pequenas propriedades agrícolas. Abolição gradativa dos impostos indiretos e taxação fortemente progressiva sobre a terra, a renda, o capital e a herança; (...)”. É engraçado como os políticos são capazes de manipular a criação de programas mirabolantes, preparados para funcionar como verdadeiros sofismas e engodo, tendo por finalidade dar aparência de verdade somente para a sociedade, enquanto para os integrantes da agremiação socialista suas regras não passam de letra morta, considerando que, na prática, os socialistas não se dispõem a distribuir seus bens e suas riquezas para as pessoas carentes, como forma primacial e efetiva de mostrar bom exemplo de socialização. Contudo, não há dúvida de que, no caso de vitória do candidato socialista, o ideário do partido será objeto de discussão e possível imposição aos brasileiros, sob o argumento de que quem voltou no candidato socialista concorda implicitamente com o seu programa que prevê, entre outras maldades, a intervenção no patrimônio e na riqueza dos cidadãos, para fomentar sua filosofia de socialização, cujo resultado objetivado pelo socialismo pode ser mirado, desde logo, na gestão desastrada do país bolivariano, que submeteu seu povo ao regime da miséria, do sofrimento e do subdesenvolvimento, em nome do famigerado socialismo. Como se trata de política tupiniquim, não será novidade se o programa do candidato socialista omitir do povo brasileiro a essencial do ideário socialista insculpido no Estatuto do Partido Socialista Brasileiro, que tem por princípio a socialização das riquezas, que nada mais é do que tirar de quem tem para distribuir para os coitadinhos carentes, aqueles beneficiários dos programas assistencialistas do atual governo, calculados em cerca de cinquenta milhões de brasileirinhos, que nada produzem, mas têm a certeza do benefício no final do mês, em sintonia com os princípios socialistas de distribuição de renda às pessoas carentes. Para quem interessa, o socialismo nada mais é do que a organização social mediante a qual se processa a distribuição equilibrada de riquezas e de propriedades, com a finalidade, segundo os socialistas simpatizantes, de proporcionar a todos o modo de vida mais justo, uma vez que o capitalismo pertence à burguesia. A sociedade visada pelo socialismo nada mais é do que aquela onde não existem classes e as pessoas devam ter as mesmas condições de vida e de desenvolvimento, baseadas nos mesmos ganhos e nas mesmas despesas, em evidente desprezo ao capitalismo, que gera riquezas e contribui para o desenvolvimento das nações. O exemplo clássico de socialismo é o regime praticado por Cuba, imposto pela ditadura dos irmãos Castros, que é mantido sob total ausência de democracia e terrível repressão aos direitos humanos, cujo resultado efetivo não passa do completo subdesenvolvimento social, político, econômico e democrático, ou seja, a existência do socialismo-comunista em Cuba foi capaz de isolar o país do resto do mundo civilizado, cujos povos se beneficiam normalmente da evolução e do desenvolvimento da humanidade. A sociedade brasileira precisa se despertar, com urgência, da letargia que a domina, para se conscientizar sobre as práticas de socialização que estão sendo implantadas, de forma sorrateira e direta, nas políticas públicas, não permitindo que os homens públicos transformem o Brasil numa vil república bolivariana, que tem como princípio o socialismo do retrocesso e do subdesenvolvimento social, econômico, político e democrático. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 19 de junho de 2014

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