domingo, 29 de junho de 2014

Inexistência de moralidade

Ao comentar as vaias e os xingamentos proferidos contra a sua sucessora, por ocasião da abertura da Copa do Mundo, o ex-presidente da República petista declarou, em entrevista ao Jornal do SBT, que seu partido não pode fazer campanha sem discutir o tema corrupção: “As pessoas mais humildes, as pessoas que trabalham neste país, não têm a cultura de ofender as autoridades. Aqueles palavrões me cheirou (sic) a coisa organizada, o preconceito, a raiva demonstrada, possivelmente a gente tenha culpa de não ter cuidado disso com carinho. O PT não pode fazer uma campanha sem discutir o tema da corrupção, não podemos fazer como avestruz e enfiar a cabeça na areia e falar que este tema não podemos debater.”. Ele disse que o julgamento do mensalão sofreu com a pressão da imprensa: “A minha tese é de que, possivelmente, esse tenha sido o processo que tenha sido julgado com a maior pressão de determinados setores dos meios de comunicação da história da humanidade. Nunca as pessoas envolvidas num processo foram condenadas com tanta antecedência. Não estou julgando os ministros e não vou julgá-los, mesmo que uma decisão ou outra não me agrade. Não é meu papel julgar a Suprema Corte. Agora, o que temos que fazer é recontar essa história. As penas desses companheiros já foram dadas. O que esses companheiros agora precisam conquistar é o direito de andar de cabeça erguida nas ruas desse país.”. O petista precisa se despertar, com urgência, da letargia da ignorância política e se conscientizar de que o Brasil é constituído não somente de pessoas humildes, principalmente aquelas carentes e beneficiárias do programa Bolsa Família, que dão graças do “todo-poderoso” petista por ter turbinado o assistencialismo para cerca de cinquenta milhões de brasileiros, que não precisam trabalhar nem produzir coisa alguma, porque, mesmo sendo ninharia, não vai faltar o dinheiro para a cesta da família. Esses brasileiros, que não têm a menor preocupação com o destino do país, evidentemente também não vão perceber a forma deletéria como o país vem sendo administrado, com as políticas públicas voltadas para as coalizões de governabilidade direcionadas para o apaziguamento dos interesses pessoais e partidários, consistente na distribuição de cargos públicos sem o menor escrúpulo e sem a nenhum compromisso com a eficiência e o interesse público, porquanto o que importa mesmo é o apoio político em troca de um ou dois minutos de programa eleitoral, para que a candidata do governo tenha mais tempo para apresentar à nação as inverdades como sendo as realizações mais fantásticas deste mundo, quando se sabe que as potencialidades e as riquezas sociais e econômicas brasileiras, se administradas com competência, eficiência e responsabilidade pública, certamente não permitiriam que a nação estivesse na situação de precariedade quanto à prestação de serviços públicos, refletida, de forma realista, nos resultados de avaliação promovidos pelos organismos internacionais confiáveis, mostrando que o Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil figura bem distante de países sem nenhuma expressão econômica, que jamais teriam condições de se encontrar onde estão se não tivessem dado prioridades às políticas públicas em prol da melhoria das condições de vida do seu povo, justamente em contraposição ao que é feito pelo governo tupiniquim, que permite o aprofundamento da precariedade dos sistemas de saúde pública, educação, segurança pública, transportes, saneamento básico, infraestrutura etc., que subsistem em permanente sucateamento e degradação. A outra parte da população, totalmente esclarecida, responsável pela produção do país e não dependente das benesses assistencialistas do governo, que funcionam sob sistema estruturado como se os recursos pertinentes tivessem origem no PT, tem sido capaz de enxergar não somente a plena incapacidade gerencial do país, a fartura de atos de corrupção no governo, a leniência com a impunidade, a ausência de projetos de impacto e de obras de infraestrutura, que, se tivessem, seriam capazes de contribuir para o progresso do país, mas também a forma nociva aos interesses do país, com os espúrios conchavos políticos, a complacência com a corrupção, a ausência de reformas estruturais do Estado e tantas outras deficiências que conspiram fortemente contra a continuidade administrativa, que seria ainda mais prejudicial aos interesses nacionais. São exatamente esses brasileiros que têm a dignidade de dizer ao mundo, em bom e alto som, que existe insatisfação contra o desgoverno, dita com bastante clareza, embora em linguagem não muito clássica para o momento solene. Por sua vez, custa acreditar no nível de sinceridade e de honestidade que o PT possa ter para se discutir o tema da corrupção, notadamente por se tratar do partido cujo governo mais se envolveu com casos de corrupção com recursos públicos, sendo também pródigo em se omitir quanto às medidas saneadoras das irregularidades havidas, a despeito de nenhuma apuração ter sido disponibilizada para o conhecimento público e de ninguém ter sido punido pelo partido, a exemplo dos mensaleiros, que foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal, por ministros nomeados pelo governo petista e com base em provas legalmente coligidas aos autos, que, ao contrário, foram transformados em verdadeiros heróis e suas multas pecuniárias foram quitadas, em processo de mutirão entre os cumpanheiros, que, a exemplo do líder-mor, não acreditam sequer na existência do esquema ilegítimo da compra de parlamentares, para a aprovação de projetos de interesse do governo. A sociedade precisa se conscientizar sobre o conjunto da nefasta obra petista que tem sido altamente prejudicial aos interesses da sociedade e do país, por ter ficado devidamente evidenciado que a sua atuação no governo se traduz na exclusiva consecução da perenidade no poder, não importando a forma nem os fins para serem atingidos seus objetivos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de junho de 2014

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