terça-feira, 13 de janeiro de 2015

As verdadeiras faces

Em recente encontro com comunidades, o então ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, a par de ressaltar que a presidente da República tem disposição para valorizar diálogo com o povo, dar prioridade aos pobres e combater diuturnamente a corrupção, afirmou que, no governo tucano, bilhões de reais eram destinados ao pagamento da dívida, ao contrário dos governos petistas, onde o dinheiro começou a ser empregado na distribuição de renda e "É isso que as elites não engolem. O dinheiro era destinado só aos grandes e agora começou a voltar para os pobres. É por essa lógica que as elites têm tanto ódio. Esse ódio que apareceu na eleição e que a imprensa traduziu de forma tão terrível".
Felizmente, o mencionado petista foi afastado do importante cargo de ministro possivelmente por se perceberem que ele não foi capaz de dignificá-lo, ante a sua impressionante habilidade de tentar distorcer a realidade dos fatos, notadamente quando somente enxergava que os dinheiros públicos, no governo tucano, eram destinados apenas para os ricos, enquanto os governos petistas conseguiram reverter o nefasto processo elitista, para mandar os recursos para os pobres, na pura visão do petista visando manipulação estritamente em prol do interesse partidário e do governo, que não correspondia, em absoluto, à realidade dos fatos, conforme fica muito claro com a manifestação do novo ministro da Fazenda, no seu discurso de posse, que contradiz radicalmente a assertiva do petista, que insistia em disseminar inverdades e fatos irreais sobre os governos bipolares do PT.
O novo ministro da Fazenda, de maneira digna, mostra outra realidade dos governos petistas, conforme os fatos nebulosos e nefastos que ele pretende escoimar das práticas de governança, que o petista tentava desconhecer ou acobertar, possivelmente por conveniência exclusivamente política, como forma de não prejudicar os projetos de continuidade no poder, embora as mentiras e as invencionices por ele protagonizadas tiveram sobrevivência enquanto ele estivera no governo, as quais estão sendo agora desmascaradas, senão, vejam a seguir.
Os recados do novel ministro da Fazenda são transmitidos de forma direta, sendo apresentados com muita clareza, com a transparência das deficiências consistentes em concessões ilegítimas e prejudiciais ao interesse público, que podem deixar de existir no atual governo, conforme os casos por ele enumerados a seguir, de suma importância para a melhora dos rumos da economia do país, mostrando verdadeira guinada em relação ao primeiro governo, em termos de responsabilidade e racionalidade administrativas, caso as medidas a seguir sejam realmente efetivadas.
Com a nova política econômica, foi sinalizada a extinção das desonerações de tributos para setores específicos da economia, adotadas pelo governo, sob o argumento de que isso tinha a finalidade de reduzir o custo das empresas, estimular a produção e evitar o desemprego, embora houvesse quem as criticasse, por entender que a medida beneficiava apenas aqueles que faziam melhor lobby, tiravam recursos do Estado e, em muitos casos, as contrapartidas sociais foram simplesmente abandonadas. O ministro sentenciou que o Tesouro não vai bancar esse tipo de desoneração, por apenas privilegiar alguns amigos do poder, em detrimento do interesse público.
Na realidade, nesse caso, o governo, além de ter deixado de arrecadar bilhões de reais de receitas, não conseguiu satisfazer os desejos por mais benefícios dos empresários, fato que ficou claro quando muitos não apoiaram a presidente na última eleição, deixando-a completamente frustrada por não ter sido correspondida com seus agrados àqueles que de pobreza nada intendem.
Na opinião do comandante da Fazenda, o BNDES deixará de financiar os amigos do poder a juros camaradas, no caso das empresas que têm vínculo político com o PT e o governo. Trata-se do que ele chamou de clube de amigos do BNDES que obtém empréstimos bilionários e que são, na verdade, as grandes empresas financiadoras de campanha eleitoral, que funciona como combinação letal para a política, as quais também não têm nenhuma relação com os pobres, mas se beneficiavam de recursos públicos.
A chave do possível sucesso do novo ministro e a manutenção de seu brilho pode estar na sua defesa do fim do “patrimonialismo” do Estado brasileiro, quando houve por bem avisar aos “campeões nacionais”, que se beneficiaram com ações do primeiro mandato da petista – que estão bem longe dos pobres citados pelo ex-ministro petista -, que o dinheiro barato à custa do Tesouro Nacional, notadamente à disposição do BNDES, vai minguar, uma vez que a determinação é no sentido de que as torneiras vão ser fechadas para a farra do dinheiro fácil.   
À toda evidência, as palavras honestas e equilibradas do ministro da Fazenda, evidenciando a verdade sobre os injustificáveis benefícios aos empresários e aos amigos do governo, põem por terra as assertivas fajutas, hipócritas e irresponsáveis do então ministro petista, de que o dinheiro desse governo se destina aos pobres, porque a verdade vinda à tona, agora, mostra que ele também se destinou fartamente aos ricos, aos empresários, àqueles que cuidavam do inescrupuloso financiamento de campanhas eleitorais, beneficiando a classe política no poder.
Causa perplexidade que o governo, no caso do então ministro da Secretaria Geral, se encarregue de passar para a sociedade somente a sua face de bondade, na tentativa de encobrir a sua verdadeira cara, que também foi bastante pródigo na manipulação de recursos públicos para beneficiar aqueles que não precisavam de ajuda financeira do Tesouro, que são os empresários próximos do poder, que recebiam tratamento especial em troca de financiamentos de campanhas eleitorais da classe política dominante.
Ou seja, o governo petista destinou bilionárias quantias para beneficiar os ricos que o ex-ministro petista sempre ignorou nas manifestações em defesa da administração do país, que, na versão dele, somente teria destinado dinheiro público para os pobres, que sempre acreditaram nessa absurda farsa que agora é desmascarada, a bem da verdade e da dignidade, pelo ministro da Fazenda.
Urge que a sociedade, no âmbito das suas responsabilidades cívica e patriótica, repudie e censure as afirmações inverídicas e mentirosas desmascaradas pelo próprio governo, mostrando a verdadeira situação de descalabro no âmago da administração pública, mediante a irregular concessão de benefícios envolvendo recursos públicos, em troca de apoio financeiro às campanhas eleitorais, em evidente contraposição aos princípios da dignidade, legitimidade, da honestidade e probidade, que devem sempre imperar na administração do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 12 de janeiro de 2015

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