A
ala mais à esquerda petista vem utilizando tom de intensa agressividade contra
a presidente da República, inclusive com distribuição, nas redes sociais, de artigos
e mensagens com críticas às primeiras medidas anunciadas pelo governo para o
segundo mandato.
Um
integrante desse movimento afirmou que o governo caminha para “perigosa guinada à direita” ao anunciar
as primeiras medidas do pacote fiscal, que foi criticado nestes temos: “A guinada à direita do novo governo se dá,
portanto, no próprio terreno das ‘políticas sociais’, intocáveis segundo o
discurso presidencial, e afeta fundamentalmente benefícios dos trabalhadores:
seguro-desemprego, seguro-defeso, pensão por morte e outros, cuja concessão se
tornará muito mais difícil daqui para frente”.
Não
há dúvida de que a ideologia partidária do PT vem contribuindo para o
desastroso afundamento do país, principalmente no que diz respeito às políticas
econômicas, porque somente tem validade a medida que o partido entende que deva
ser adotada, independentemente das conjunturas socioeconômicas do país e do
mundo. Atualmente, o Brasil funciona sob o talante dos sindicalistas, que
entendem que a política economia deva ser executada segundo o seu talante,
pouco importando se os resultados satisfazem ou não os interesses nacionais.
A princípio, justifica-se que as medidas de ajustes
objetivam promover correções nas contas públicas, que são imprescindíveis à
administração eficiente. Agora, o fato em si demonstra enorme incoerência da
presidente da República, que, de forma leviana e insensata, criticava seus
adversários, quando eles se referiam à necessidade de ajustes nas contas
públicas, a exemplo do que a petista decidiu promovê-los logo no início do seu
segundo mandato.
A presidente do país chegou a afirmar que não
mexeria em direitos conquistados nem que a vaca tussa. Todavia, a vaca tossiu
logo no início do governo, demonstrando completa quebra de compromisso de
campanha e incoerência político-ideológica.
O pior de tudo isso é que o governo não trata o
assunto com responsabilidade e seriedade, ao justificar que se trata de
"correções" necessárias, quando as medidas em si devem resultar significativo
corte de despesas que podem atingir a expressiva cifra de R$ 18 bilhões, ou
seja, são cortes profundos que certamente vão doer na pele de pessoas pobres,
de trabalhadores, possivelmente que votaram na petista sob a convicção de que a
presidente não mexeria nos direitos dos trabalhadores.
Não há dúvida de que a presidente vem percebendo,
embora com enorme atraso, que as críticas feitas sobre o governo dela tinham
plena pertinência, tanto que ela agora começa a promover profundas correções
sobre falhas que não eram aceitas por ocasião da campanha eleitoral, como forma
de não dá a mão à palmatória, inclusive transmitindo para seus fanáticos
seguidores fatos que ela sabia que não condiziam com a realidade e que, mais
cedo ou mais tarde, deveriam ser tratados com responsabilidade e seriedade,
mesmo sob pena de serem contestados por seus correligionários, como é o caso da
insurreição que já começa entre os petistas, que demonstram insatisfação diante
de medidas adotadas por ela, que parecem justas, mas não estavam previstas no script ideológico do partido, que tem
arraigado sentimento às causas defendidas pela agremiação, em evidente prejuízo
ao interesse da nação.
Para solucionar a grave crise nacional, não importa
qual seja a ideologia defendida senão aquela que seja capaz de contribuir para
o melhor encaminhamento da saída das dificuldades, porque o sentimento de
brasilidade está acima de qualquer paixão partidária, diferentemente do
pensamento dos petistas, que acreditam que seu partido se sobrepõe aos interesses
nacionais, ante o fanatismo que tomou conta de seus integrantes, que não
conseguem enxergar senão aquilo que satisfaz ao seu ego de superioridade sobre
os demais seres humanos.
Compete à sociedade, no âmbito da sua responsabilidade
cívica, exigir que o país seja governado segundo o interesse nacional, com
embargo das questões pessoais ou partidárias, que não condizem com as
finalidades primaciais da administração pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de janeiro de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário