O
presidente da Indonésia foi completamente insensível ao apelo da presidente
brasileira, que falou com ele pelo telefone, para poupar a vida de dois
brasileiros que estão presos no país asiáticos, por terem sido pegos conduzindo
cocaína. Eles foram condenados à morte, que é a pena prevista naquele país para
quem for apanhado traficando drogas.
A
execução de um brasileiro será por fuzilamento e está marcada para domingo - no
horário de Jacarta, ainda sábado no Brasil.
O
Palácio do Planalto disse que, apesar da argumentação da presidente, que falava
como mandatária do país e principalmente com sentimento de também ser mãe e
sentir a dor dos familiares do brasileiro condenado à morte, o presidente da ilha
polinésia se houve absolutamente insensível, esclarecendo que não poderia
atender ao pedido da petista.
O
governo brasileiro informou que o presidente indonésio disse que compreendia a
preocupação da presidente brasileira, nos termos do apelo formulado a ele, em
prol da clemência aos cidadãos brasileiros, mas ele ressaltou que não poderia
reverter a sentença de morte já sentenciada, agora em grau terminativo.
Lamentando
a decisão, o governo brasileiro declarou que agora espera por "um milagre" para reverter a triste e
dura situação.
Não
há a menor dúvida de que a situação atingiu o clímax, por aparentar que o caso foi
encerrado, sem se vislumbrar alternativa senão à espera de milagre, de vez que
todos os recursos já foram utilizados, não tendo surtido o mínimo de esperança
de reversão sobre a execução da sentença, que foi adotada em consonância com a
lei penal da ilha.
É
induvidoso que se trata, no presente momento, de questão humanitária de extrema
importância, por envolver a vida de ser humano, que se encaminha para o
terrível corredor do precipício sem retorno...
Não
obstante, não se pode olvidar que o crime por ele protagonizado também envolve questão
humanitária de suma importância para a sobrevida das pessoas, por se relacionar
ao tráfico de drogas, que tem a capacidade de terrível letalidade, ou seja,
caso os 13 quilos de cocaína tivessem passado pela alfândega do aeroporto de
Jacarta e abastecido o mercado consumidor dos viciados, certamente o brasileiro
teria sido causador de infortúnio e morte para muitas pessoas, com grande
prejuízo para a vida de seres humanos.
Aqui
no país, a banalização do tráfico de drogas já não espanta nem incomoda mais a
sociedade - salvo as famílias que têm pessoas viciadas - e as autoridades
públicas, inclusive a presidente da República, que nenhuma medida adotou no seu
governo para combater, com eficiência e efetividade, o tráfico e o consumo de
drogas, a exemplo do fomento da criminalidade decorrente do crescimento do
lucrativo mercado de narcóticos, que funciona livremente país afora.
Para
a presidente brasileira é muito cômodo apelar ao presidente da Indonésia, para
que o narcotraficante tupiniquim seja clemenciado, porque a atitude dela
converge com a fragilidade com que os traficantes de drogas são tratados aqui
no país, por terem plenas liberdades para negociarem seus produtos sujos, sem
serem incomodados nos seus importantes projetos de incremento da criminalidade
e das mortes dos viciados, que deveriam ser cuidados, em termos de direitos
humanos, mas, ao contrário, eles são totalmente ignorados, por serem infelizes párias
da sociedade.
Não
que a vida do brasileiro condenado à morte não seja de suma importância, agora.
Ela é tão importante agora quanto já era quando ele cometeu o grave crime de
traficar droga, mesmo sabendo que a lei daquela ilha punia com a dureza da
perda da vida quem fosse pego traficando, mas, à época, ele não deu o menor
valor à própria vida, tanto que se submeteu ao enfrentamento de empreendimento
de alto risco de vida, tendo o azar de ser flagrado conduzindo droga letal para
a vida humana.
Convém
se ressaltar que dependia exclusivamente do brasileiro preservar a própria
vida, não tendo aceitado a participação em empreitada perigosa e arriscada,
expondo a perda da vida, por alguns trocados, mesmo que valiosos, mas eram
certamente muito menos desvalorizados do que a própria vida, que por certo tem
valor inestimável.
É
bastante lastimável que esse caso termine de forma tão melancólica, mas o seu
resultado poderia servir de lição, de exemplo mesmo, para mostrar que o tráfico
de droga é um câncer que mata tanto o narcotraficante como o usuário, sendo
aconselhável, por questão de bom senso e racionalidade que as pessoas
envolvidas com narcóticos tivessem mais respeito à vida humana, já que as
autoridades públicas não esboçam o menor esforço para se sensibilizar sobre a
gravidade dessa grave questão que inferniza perenemente a paz dos brasileiros.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de janeiro de 2015
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