Conforme notícia publicada na mídia, o ex-presidente da
República petista vem liderando intensa campanha com ofensas à sua pupila presidente,
tendo por objetivo a formação de clima de instabilidade institucional no país,
com consequente perca de apoio político por parte dela, de modo que, com o enfraquecimento
político, ela se sinta isolada a ponto de restar a alternativa de recorrer ao
suporte do maquiavélico núcleo lulista do PT, de quem a petista se distanciou
no seu segundo mandato, cuja ruptura não foi nem será digerida.
O
processo de desgaste da petista começou com as declarações bombásticas da
senadora petista por São Paulo, ao tecer pesadas críticas às políticas
econômicas do governo, mostrando que sua administração é constituída de
ministros incompetentes, tudo com a finalidade de irritar a presidente, que se
mantém em completo fogo cruzado amigo, porém silente diante das propositais ofensas.
Os
ataques foram potencializados com críticas ácidas do ex-ministro da Casa Civil
da anterior gestão petista, condenado na ação penal do escandaloso caso do mensalão,
que bateu com mão pesada desaprovando a condução da política econômica do
governo, a par de sinalizar para a premência do enfrentamento de enormes
dificuldades em curto prazo.
Veja-se
que, após o anúncio dos ajustes fiscais do governo, a Fundação Perseu Abramo,
do PT, critica a gestão petista, afirmando que ela “adota estratégia bastante conservadora e ortodoxa na política
econômica. O problema é que, diante da continuidade de um mundo em crise e da
desaceleração abrupta do mercado interno (ultimo motor de crescimento da
economia nacional que ainda funcionava), a possibilidade desses ajustes
aprofundarem as tendências recessivas da economia nacional não é desprezível”.
Outro petista, insatisfeito com
os rumos das medidas econômicas adotadas no segundo mandato da petista,
declarou que “Sou
PT, mas não sou cordeiro nem omisso. Para enfrentar a crise, o governo optou
por achacar os assalariados, como sempre fizeram os governos de direita, em vez
de enfrentar os sonegadores e o grande capital. Não foi nisto em que votamos.
Em defesa de nosso projeto e do PT, FORA LEVI. Não trairemos nosso projeto NEM
QUE A VACA TUSSA!”.
Como
se vê, a tática desenvolvida pelo ex-presidente é de se manter a distância, no comando
das sessões de massacre e de críticas ao governo, que são destiladas em doses
bem cuidadas, com o veneno de letalidade peculiar da especialidade estratégica
petista de desconstrução e destruição das pessoas, com a finalidade de abater lentamente
as forças da vítima, para que esta se sinta carente de apoio, que será, por
inevitável, procurado justamente junto ao grupo responsável pela debilidade
político-administrativa dela.
Tendo em
conta que esse lastimável episódio se restringe na ferrenha disputa de poder
entre grupos do próprio partido, seria da maior conveniência, para o bem do
Brasil, que os petistas se engalfinhassem de morte entre si, de modo que, ao
final da contenda, não restasse nenhum vivente sequer para contar essa história
de imundície travada em razão de interesses contrariados.
Nunca se
viu tanto apequenar de um país, em tão pouco tempo, em termos de condições
social, econômica, política e democrática, em razão da incompetência na
execução das políticas públicas, com destaque para a política econômica, cujo
desempenho desastroso é evidenciado pelo ridículo resultado do Produto Interno
Bruto, que, em 2014, se aproximou muito de zero e, em 2015, poderá atingir
0,5%, o que significa dizer que haverá terrível dificuldade para os
investimentos públicos e privados, acarretando diminuição da arrecadação,
retração da oferta de empregos, redução dos salários e principalmente forte
tendência da desindustrialização, diante da falta de condições para a
competitividade da produção nacional.
Não há a
menor dúvida de que a situação econômica do país é desanimadora, em face da
falta de reformas das estruturas pertinentes ao processo produtivo, notadamente
pela resistência às reformas previdenciária - a partir da racionalização dos
encargos, que são elevadíssimos - e tributária - mediante a diminuição da
altíssima carga dos tributos -, além da falta de aperfeiçoamento e
modernização dos mecanismos capazes de contribuir para fomentar os
investimentos e a produtividade, que são indispensáveis à retomada do
desenvolvimento do país.
Para
completar a tragédia da gestão dos recursos públicos, cite-se, por ser
inevitável, a terrível crise de credibilidade do governo, que não consegue se
desvencilhar das corrupções endêmicas e sistêmicas, a exemplo dos escândalos da
Petrobras, que desmoralizam por completo a administração do país, em face da
demonstração de incapacidade para combater essa grave chaga que foi
potencializada nos últimos anos, em evidente prejuízo para os interesses do
país.
A
sociedade precisa, com urgência, despertar-se da letargia que permite que a
nação seja administrada de forma incompetente e ineficiente, à vista da
situação caótica em que se encontra o país, sempre envolto em despudoradas disputas
quanto à dominação político-administrativa, como se a República pertencesse ao
partido que se consolida na perenidade no poder, em completa demonstração de
desprezo ao salutar princípio de alternância no poder. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de janeiro de 2015
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