quinta-feira, 31 de maio de 2018

Apelo à sensatez


Em demonstração de sensibilidade perante uma de muitas crônicas que escrevi tempos atrás, algumas pessoas se manifestaram em apoio aos seus termos, na qual foi enfocado, a propósito, o verdadeiro caos que impera mansa e tranquilamente no tráfego de veículos automotores na querida cidade de Uiraúna, Paraíba, onde há integral e irrepreensível desprezo às prescrições das normas insculpidas no Código de Trânsito Brasileiro, que têm aplicação obrigatória em todo território nacional, mas ali há o consentimento de que ninguém, mas ninguém mesmo, nem mesmo quem tem o dever constitucional e legal de zelar e exigir a sua observância precisa sequer se preocupar sobre a sua existência.
Como o aludido código é totalmente ignorado, também não há necessidade do cumprimento de qualquer regra nesse sentido, por mais comezinha que seja, a começar da sinalizar obrigatória nas cidades, com a indicação de sinais, velocidade permitida, direção dos veículos e outras formas ali previstas, em termos de vias locais, preferenciais, sentido obrigatório, locais permitidos ou proibidos de estacionamento etc., porque tudo isso é obrigatório, como forma de civilidade e da necessidade do respeito aos direitos e às obrigações dos motoristas, tendo em vista a imprescindibilidade da preservação e da integridade da vida, por meio da segurança e do controle que precisam existir nas vias públicas.   
Uma das mensagens foi escrita por meu mui querido irmão Francisco Fernandes, também conhecido por Cláudio, na qual ele foi bastante incisivo e deixou muito clara a sua indignação sobre o desprezo das autoridades de Uiraúna incumbidas de cuidar da questão em comento, no que tange aos cuidados que precisam existir naquela cidade, com relação à organização do sistema de trânsito, que se mostra completamente abandonado.
A sua mensagem foi escrita nos seguintes e precisos termos: “É profundamente lamentável a inércia das autoridades e da população em relação ao trânsito em nossa Uiraúna. Vejamos: recentemente houve uma colisão envolvendo duas motos em uma das ruas do centro da cidade. Falta sinalização? De quem era a mão de tráfego? Velocidade empreendida era permitido na via? Os motociclistas usavam capacetes? Os motoqueiros têm habilitação? O que se percebe é que esses acidentes têm se tornado rotineiros, vidas são ceifadas, pessoas que não vem a óbito ficam com sequelas para o resto de suas vidas. A Cofermac já fez várias matérias a esse respeito, mais recente o Adalmir tem batido na mesma tecla há algum tempo, e pouco tem sido comentado a esse respeito. Até parece que estes acidentes só acontecem com os outros, nunca com alguém da família dos responsáveis e autoridades. Uiraúna está crescendo e ainda está em tempo de as pessoas, autoridades e pessoas em geral se unirem em prol de um crescimento ordenado. Levanta gente! Vamos exigir que as pessoas responsáveis façam acontecer. Não esperem que algo neste sentido bata a sua porta. Na minha família, o infortúnio já bateu à porta.”.
Na ocasião, eu respondi a essa expressiva e bem direta forma de se concitar os uiraunenses a lutarem em defesa da vida, por meio da estrita observância das normas primordiais previstas no supracitado código, que tem normas rígidas e seguras para a proteção da sociedade em geral.
Eu me expressei dizendo muito bem, professor Cláudio, com a afirmação de ele foi muito preciso nas ponderações em apelo ao despertar da sociedade para a cruel realidade que está equilibrada sobre linha tênue, pondo a perigo uma comunidade inteira, que têm muito a ver com a urgente necessidade de o povo perceber o real valor da vida ou da integridade do ser humano, a exemplo de pai família que acabara de se envolver em trágico acidente, com a triste conclusão da sua perda ainda no limiar da juventude, deixando enorme e irreparável vazio, cuja vida poderia até ser preservada se houvesse interesse de todos, para o seu bem, porque a preciosidade da vida não pode ficar à mercê da própria sorte, que nem sempre se faz presente nas tragédias.  
Nesse e noutros casos, é visível a participação de culpa e responsabilidade do poder público, que não pode simplesmente lavar as mãos, como teria feito Pilatos, por imaginar que o problema não é seu, em cristalina demonstração de falta do cumprimento funcional e de amor ao próximo, porque não custaria o mínimo de esforço para se exigir o cumprimento das regras de trânsito já existentes e que são obrigatórias.
É preciso sim lutar pela vida, pela integridade do ser humano, porque esse é o bem mais precioso em termos de valor, que pode ser contabilizado com cuidado e zelo.
É extremamente estranho que, de tanto se bater, com fortes marteladas e na mesma tecla, nunca antes acontecido com tanta intensidade, em termos de chamamento para essa triste e fatal realidade, no que diz respeito ao grave problema da maior importância, não se percebe atitude de absolutamente ninguém, assumindo a responsabilidade pelo caos em apreço, a demonstrar total indiferença para gigantesco problema que é crucial e precisa de urgente solução.
Essas terríveis e inadmissíveis formas de omissão e irresponsabilidade dão a exta dimensão do claro entendimento de que os fortes gritos de pedidos de socorro para a necessária e urgente organização do trânsito de Uiraúna foram apenas ecoados em grande deserto, porque eles foram ouvidos apenas por pouquíssimos interessados, mas ficou ao longe de quem tem a incumbência legal de tomar as providências saneadoras pertinentes, assumindo o ônus da insensibilidade e da irresponsabilidade de quem se omite do seu dever funcional.
A cristalina e irrefutável certeza é que os gritos implorando por urgente atenção tiveram sim endereço certo e os destinatários precisam ter a dignidade para responder com a urgência e a efetiva ação que eles exigem, para garantir à sociedade que o problema tem solução sim e as providências vão ser tomadas imediatamente e com a intensidade proporcional à sua gravidade, porque caracteriza extrema irresponsabilidade funcional se nada for feito no sentido da rigorosa observância do Código de Trânsito Brasileiro em Uiraúna.
É preciso se acreditar que as autoridades públicas incumbidas de organizar, zelar e cuidar do sistema de tráfego de Uiraúna vão ser sensibilizadas para a real gravidade da questão em evidência e se comprometerem a assumir a responsabilidade pelo seu saneamento. Acorda, Uiraúna!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
          Brasília, em 31 de maio de 2018

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