Em
demonstração de sensibilidade perante uma de muitas crônicas que escrevi tempos
atrás, algumas pessoas se manifestaram em apoio aos seus termos, na qual foi enfocado,
a propósito, o verdadeiro caos que impera mansa e tranquilamente no tráfego de veículos
automotores na querida cidade de Uiraúna, Paraíba, onde há integral e
irrepreensível desprezo às prescrições das normas insculpidas no Código de Trânsito
Brasileiro, que têm aplicação obrigatória em todo território nacional, mas ali
há o consentimento de que ninguém, mas ninguém mesmo, nem mesmo quem tem o
dever constitucional e legal de zelar e exigir a sua observância precisa sequer
se preocupar sobre a sua existência.
Como
o aludido código é totalmente ignorado, também não há necessidade do
cumprimento de qualquer regra nesse sentido, por mais comezinha que seja, a começar
da sinalizar obrigatória nas cidades, com a indicação de sinais, velocidade
permitida, direção dos veículos e outras formas ali previstas, em termos de
vias locais, preferenciais, sentido obrigatório, locais permitidos ou proibidos
de estacionamento etc., porque tudo isso é obrigatório, como forma de
civilidade e da necessidade do respeito aos direitos e às obrigações dos
motoristas, tendo em vista a imprescindibilidade da preservação e da
integridade da vida, por meio da segurança e do controle que precisam existir
nas vias públicas.
Uma
das mensagens foi escrita por meu mui querido irmão Francisco Fernandes, também
conhecido por Cláudio, na qual ele foi bastante incisivo e deixou muito clara a
sua indignação sobre o desprezo das autoridades de Uiraúna incumbidas de cuidar
da questão em comento, no que tange aos cuidados que precisam existir naquela
cidade, com relação à organização do sistema de trânsito, que se mostra
completamente abandonado.
A
sua mensagem foi escrita nos seguintes e precisos termos: “É profundamente
lamentável a inércia das autoridades e da população em relação ao trânsito em
nossa Uiraúna. Vejamos: recentemente houve uma colisão envolvendo duas motos em
uma das ruas do centro da cidade. Falta sinalização? De quem era a mão de
tráfego? Velocidade empreendida era permitido na via? Os motociclistas usavam
capacetes? Os motoqueiros têm habilitação? O que se percebe é que esses
acidentes têm se tornado rotineiros, vidas são ceifadas, pessoas que não vem a
óbito ficam com sequelas para o resto de suas vidas. A Cofermac já fez várias
matérias a esse respeito, mais recente o Adalmir tem batido na mesma tecla há
algum tempo, e pouco tem sido comentado a esse respeito. Até parece que estes
acidentes só acontecem com os outros, nunca com alguém da família dos
responsáveis e autoridades. Uiraúna está crescendo e ainda está em tempo de as
pessoas, autoridades e pessoas em geral se unirem em prol de um crescimento
ordenado. Levanta gente! Vamos exigir que as pessoas responsáveis façam
acontecer. Não esperem que algo neste sentido bata a sua porta. Na minha
família, o infortúnio já bateu à porta.”.
Na ocasião, eu respondi a essa expressiva e bem
direta forma de se concitar os uiraunenses a lutarem em defesa da vida, por
meio da estrita observância das normas primordiais previstas no supracitado código,
que tem normas rígidas e seguras para a proteção da sociedade em geral.
Eu me expressei dizendo muito bem, professor
Cláudio, com a afirmação de ele foi muito preciso nas ponderações em apelo ao
despertar da sociedade para a cruel realidade que está equilibrada sobre linha
tênue, pondo a perigo uma comunidade inteira, que têm muito a ver com a urgente
necessidade de o povo perceber o real valor da vida ou da integridade do ser
humano, a exemplo de pai família que acabara de se envolver em trágico acidente,
com a triste conclusão da sua perda ainda no limiar da juventude, deixando
enorme e irreparável vazio, cuja vida poderia até ser preservada se houvesse
interesse de todos, para o seu bem, porque a preciosidade da vida não pode
ficar à mercê da própria sorte, que nem sempre se faz presente nas tragédias.
Nesse
e noutros casos, é visível a participação de culpa e responsabilidade do poder
público, que não pode simplesmente lavar as mãos, como teria feito Pilatos, por
imaginar que o problema não é seu, em cristalina demonstração de falta do
cumprimento funcional e de amor ao próximo, porque não custaria o mínimo de
esforço para se exigir o cumprimento das regras de trânsito já existentes e que
são obrigatórias.
É
preciso sim lutar pela vida, pela integridade do ser humano, porque esse é o
bem mais precioso em termos de valor, que pode ser contabilizado com cuidado e
zelo.
É
extremamente estranho que, de tanto se bater, com fortes marteladas e na mesma
tecla, nunca antes acontecido com tanta intensidade, em termos de chamamento
para essa triste e fatal realidade, no que diz respeito ao grave problema da
maior importância, não se percebe atitude de absolutamente ninguém, assumindo a
responsabilidade pelo caos em apreço, a demonstrar total indiferença para
gigantesco problema que é crucial e precisa de urgente solução.
Essas
terríveis e inadmissíveis formas de omissão e irresponsabilidade dão a exta
dimensão do claro entendimento de que os fortes gritos de pedidos de socorro para
a necessária e urgente organização do trânsito de Uiraúna foram apenas ecoados em
grande deserto, porque eles foram ouvidos apenas por pouquíssimos interessados,
mas ficou ao longe de quem tem a incumbência legal de tomar as providências
saneadoras pertinentes, assumindo o ônus da insensibilidade e da
irresponsabilidade de quem se omite do seu dever funcional.
A
cristalina e irrefutável certeza é que os gritos implorando por urgente atenção
tiveram sim endereço certo e os destinatários precisam ter a dignidade para
responder com a urgência e a efetiva ação que eles exigem, para garantir à
sociedade que o problema tem solução sim e as providências vão ser tomadas
imediatamente e com a intensidade proporcional à sua gravidade, porque caracteriza
extrema irresponsabilidade funcional se nada for feito no sentido da rigorosa
observância do Código de Trânsito Brasileiro em Uiraúna.
É
preciso se acreditar que as autoridades públicas incumbidas de organizar, zelar
e cuidar do sistema de tráfego de Uiraúna vão ser sensibilizadas para a real
gravidade da questão em evidência e se comprometerem a assumir a
responsabilidade pelo seu saneamento. Acorda, Uiraúna!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 31 de maio de 2018
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