domingo, 8 de dezembro de 2019

Por que não oficializar os heróis?



 A propósito da crônica intitulada “O herói de Uiraúna/PB”, versando sobre o heroísmo do doutor Osvaldo Bezerra Cascudo, por sua incansável luta pela independência de Uiraúna, tempos atrás, não muito distantes, eu me aventurei a esclarecer e explicar, de maneira o mais didaticamente possível, em texto escrito para um dos mais importantes filhos de Uiraúna, o meu real sentimento acerca da figura do herói de um povo, evidentemente com o direcionamento para muitos heróis que já povoaram essa cidade, conforme texto a seguir, devidamente atualizado.
Infelizmente, o aludido texto foi iniciado dizendo que eu estava plenamente convencido de que a pretensão de se aprovar o título de “Herói ou Heroína de Uiraúna” é absolutamente inviável, na atual concepção dos homens públicos, notadamente em razão da gigantesca dificuldade quanto à compreensão sobre a real importância dessa figura para o contexto cívico-cultural de um povo, levando-se em conta a sua finalidade em termos de valorização da história da cidade, que estaria sendo elevada ao patamar mais sublime o legado daqueles cidadãos que se sacrificaram em benefício da comunidade.
Nesse ponto, havia o falso argumento de que alguém já havia sido homenageado com o seu nome ostentado em um estabelecimento público e isso já seria mais do que suficiente para não se falar mais sobre o assunto referente à concessão do título de herói.
Não obstante, eu reafirmei que é preciso se entender que, mesmo que o cidadão já tenha sido homenageado, nada pode impedir, à luz do sentimento de gratidão, que ele volte a ser lembrando, em termos de reconhecimento, tantas vezes quantas forem necessárias, porque o herói tem direito de ser enaltecido muitas e repetidas vezes, ainda que isso aconteça reiteradamente, que nada mais é do que a prova da importância do seu legado, que apenas representa o seu sacrifício em prol de causa humanitária e nada melhor do que haja redundância salutar nesse sentido.
Como é do conhecimento dos uiraunenses, o meu principal herói de Uiraúna, já destacado por várias vezes,  foi homenageado por mim, por meio de crônicas que somam mais de quinze, todas versando sobre o mesmo tema de gratidão à sua pessoa, embora sob prismas diferentes, mostrando os infinitos atributos e qualidades de verdadeiro herói que precisa ter a sua obra reconhecida e enaltecida, de maneira efetiva e definitiva, porque isso faz parte da sua consagração como lídimo herói.
Pouco importa que o cidadão já tenha sido objeto de reconhecimento com o nome de praça, rua, avenida etc., porque essa manifestação pública só demonstra a sua relevância e o seu reconhecimento pela sociedade, em forma de gratidão, que é absolutamente normal e muito bonito quando o gesto evidência o carinho pela lembrança de alguém que somente se dedicou e se esforçou, em forma de trabalho e amor ao povo, ao seu semelhante, que tem tudo a ver como a maneira mais pura de reconhecimento da sociedade, que sabe valorizar a nobreza e a importância da obra de quem merece ser considerado herói como realmente foi ou ainda é.
Mesmo que o meu declarado herói já tendo sido homenageado com a aprovação do seu nome em estabelecimento público, que é fato da maior importância, isso não significa que ele não possa ser novamente e sempre homenageado, porque o seu legado implica exatamente que ele seja lembrado sempre que surgir oportunidade e nada melhor do que considerá-lo herói, diante da maneira reiterada de se dizer que seu trabalho ficará marcado indelevelmente nos corações das pessoas que compreendem o real valor da gratidão.
Ou seja, o cidadão que tem os atributos de herói deve ser enaltecido tantas vezes que se tornarem necessárias, em se tratando que o seu feito heroico não tem mensuração senão de ser eternamente evidenciado como modelo para as gerações, porque a sua obra foi e continua sendo instrumento valioso  para a cultura do povo, em qualquer época, cuja população precisa dos bons exemplos deixados por pessoas heroicas, considerando que elas só praticaram o bem e este convém que seja disseminado para os quatro cantos do mundo.
Nessa questão, o que importa é se criar, em termos de pioneirismo, o título de “Herói ou Heroína de Uiraúna”, para que todos os heróis possam ser reconhecidos pela população da cidade como sendo modelos de dedicação, voluntariedade, esforço, abnegação e amor ao povo da cidade, servindo como exemplo de altruísmo em alguma área cujo feito se traduza em algo notório e em benefício da sociedade.
Na verdade, o resgate dos heróis de nossa cidade é obrigação da atual população, para que eles possam ser lembrados por esta e futuras gerações e isso é da competência das autoridades públicas que se interessarem pelos valores cultural e social, que é maneira natural de engrandecimento da sociedade, que pode encher o peito e dizer em alto e bom som que a sua cidade tem sim muitos heróis que honraram o nobre sentimento de humanismo.
Uma cidade que não cuida de seus valores cultural e social tende a envelhecer muito mais rapidamente e ainda tem o condão de contribuir para sepultar o que de melhor pode existir com a rica vida de seu povo, simplesmente pelo fato de desprezar os fatos históricos inerentes aos seus antepassados que marcaram época e são dignos do reconhecimento como heróis de fato e de direito.
Não à toa que as nações evoluídas se esforçam em preservar a riqueza de seus habitantes, incluído aí a lembrança daqueles que, por um motivo ou outro, deixaram o nome gravado nas páginas que contam a história da cidade, quanto ao conteúdo da sua contribuição em benefício da sociedade.
É até normal que alguém, diante da sua índole, não se conscientize sobre a real necessidade da valorização cultural de seu povo, mas ninguém tem o direito de impedir que as pessoas interessadas possam defender o rico legado deixado por ele.   
Os homens públicos, que são os legítimos representante do povo, com maior grau de conhecimento acerca do que significa a importância do atendimento à satisfação do interesse público, sabem melhor do que as pessoas normais o que realmente significa para a história da cidade, em termos de valores culturais, o reconhecimento do legado de nossos heróis, que precisam ser honrados e valorizados pelo tanto que fizeram em benefício de causas que consideraram justas e importantes para a comunidade.
Essa é a forma mais singela de carinho que eleva a moral e a dignidade de um povo, ao enobrecer e pôr em destaque a cultura de seu povo, que se interessa em mostrar a sua gratidão àqueles que, desinteressadamente, contribuíram para o progresso de seus contemporâneos, tendo apenas como recompensa o nobre e imprescindível gesto de reconhecimento por algo que é notório.
A despeito dessa questão, a história deixou cristalino o sacrifício dos heróis, que jamais seriam lembrados senão por meio de atitude tão importante como essa de se conceder o título de herói, que ficará registrado nos anais da história da cidade, ou seja, no “Panteão dos Heróis”, registrado em livro próprio, cujas obras serão objeto de permanente divulgação, com a apresentação dos nomes dos heróis nos momentos cívicos, para se patentear a glória de seu povo e mostrar o que de melhor cada herói representou para os seus conterrâneos.
Ao contrário disso, infelizmente, os nomes dos verdadeiros heróis vão ficando esquecidos para sempre, no passar dos tempos, caso nunca haja esse merecido e justo reconhecimento pela sociedade e pelos homens públicos, que precisam ter sensibilidade para questão, aparentemente simples, mas de extrema importância para a história cívico-cultural de um povo.
Convém ficar muito claro que, embora possa transparecer que estou em intransigente defesa, com exclusividade, de algum cidadão, tenho plena convicção de que o meu interesse é amplo e abrangente, procurado mostrar excelentes exemplos com relação ao nome de alguém especificamente, com a finalidade de justificar a criação, por lei, da figura do “Herói ou Heroína de Uiraúna” e possibilitar a abertura das novas indicações de heróis, devidamente justificadas, na forma como tem sido o histórico verdadeiro dele, como sendo uma das melhores imagens de herói impregnadas nas mentes de todos nós uiraunenses.
Tenho absoluta certeza de que mais cedo ou mais tarde, as autoridades públicas, talvez com diferenciada e ampliada visão político-cultural sobre o verdadeiro significado da valorização da figura de herói da cidade, na forma que se encontra exposta nas crônicas versando sobre o meu modelo de herói, em especial a que se intitula “O significado do herói”, saberão muito bem reconhecer a importância de seus heróis para a cidade e haverão de aprovar o título de “Herói ou Heroína de Uiraúna”.
O mesmo entendimento valerá para o autor do projeto pertinente, que passará para história como o homem público que teve lúcidas e vanguardistas visão de sabedoria para compreender o real sentimento cívico-cultural da cidade, que é de suma importância para seu povo, porque, ao contrário, ele fica privado da atualização da sua história, em especial a vida das pessoas que se destacaram em benefício da sociedade.
Há de se convir que a medida em si não acarreta nenhum custo, mas tem enorme importância cívico-cultural para a cidade, na materialização do valor que representa o herói para seu povo, fato que procura apenas seguir o modelo existente no âmbito nacional, onde os nomes de seus heróis estão registrados no Panteão da Pátria, com destaque e ostentação nas Praça dos Três Poderes, em Brasília.  
A propósito desse tema, que considero da maior importância para a sociedade uiraunense, já ofereci minutas de projeto de lei e de justificativas, para caso específico, que precisam e aguardam definição sobre a boa vontade por parte de quem se interessar a empreender gestão no sentido da aprovação da figura do “Herói ou Heroína de Uiraúna”, por ser demonstração das mais justas de reconhecimento e gratidão aos heróis uiraunenses.
Confesso, como não poderia ser diferente, que tenho o maior respeito aos homens públicos, porque todos são cônscios das suas responsabilidades cívico-patrióticas, mas sinto-me na obrigação de chamar a atenção para assunto da maior importância para a cidade de Uiraúna, que depende apenas do gesto de grandeza deles para a materialização de medida nobre de genuína valorização dos verdadeiros heróis e heroínas da cidade, porque isso se insere, necessariamente, na história cívico-cultural de um povo.
Embora vislumbrando enormes dificuldades na aprovação de matéria nesse sentido, à vista do tanto que venho lutando por objetivo considerado da maior nobreza cultural de um povo, ainda nutro a esperança de que os fortes e veementes apelos que venho fazendo nas minhas crônicas possam despertar o límpido sentimento dos homens públicos em se declinarem à realidade dos fatos e decidirem abraçar causa da maior importância cívico-cultural para o povo de Uiraúna, por ser de lídima justiça que se concretize bonita maneira de reconhecimento e gratidão às pessoas que tanto honraram e dignificaram os valores humanitários dessa amada cidade.
Brasília, em 8 de dezembro de 2019            

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