Conforme foi noticiado pelo destacado portal
Cofemac, pessoas de Uiraúna, Paraíba, realizaram, na tarde de ontem, manifestação
de protestos em frente à prefeitura municipal.
Segundo a organização do evento, o ato teve por
objetivo protestar contra a corrupção e a falta d'água em Uiraúna e que ele foi
o "primeiro protesto democrático acontecido nesta cidade.”.
Ainda de acordo com a Cofemac, a manifestação
contou com a participação de autoridades políticas do grupo da oposição, que usaram
da palavra, entre as quais alguns vereadores.
Quanto
à situação do abastecimento de água naquela cidade, a Cagepa informou,
recentemente, que, apesar de a situação ser considerada crítica, à vista do baíssimo
nível da barragem Capivara, a distribuição de água para o consumo deverá ser
mantida até a primeira quinzena de janeiro e que "Mesmo que não ocorra
chuvas para recarregar a barragem nesse período, será feito todo possível para
que o serviço seja mantido -- possivelmente -- até o final de janeiro.".
Ou
seja, a distribuição de água para o consumo dos moradores dessa cidade já se encontra
na UTI, na esperança de que São Pedro seja generoso com o povo da terra de
padre José de França, que deve estar intervindo junto aos demais santos, no
sentido de que o colapso seja descartado, para o alívio dessa grave crise hídrica.
No
que se refere à manifestação de protestos, isso faz parte do direito do
cidadão, em harmonia com o Estado Democrático de Direito, em aderência à
situação de calamidade pública por que vivencia a cidade de Uiraúna, em
decorrência da iminente falta da distribuição de água.
Não
há a menor dúvida de que a reivindicação por providências na solução desse
gravíssimo problema já deveria ter sido manifestada há bastante tempo, ainda
quando já se vislumbrava a possibilidade da instalação do caos que cada vez
mais se encaminha para ser efetivado, pela decretação da inexistência do abastecimento
do precioso líquido, a ponto de haver uma das maiores tragédias hídricas na
cidade.
O
certo é que nem precisa ser especialista nessa área para se perceber que, há algum
tempo, havia urgência, urgentíssima, na busca de solução para essa questão
angustiante, mas, ao que parece, nada de efetivo foi feito para, ao menos,
minimizar as gritantes dificuldades no abastecimento da cidade.
É
muito importante que as questões com reflexo na sociedade sejam discutidas e
encaminhadas pela comunidade, exatamente em convergência com o sentido de solidariedade,
união de todos, na busca da melhor solução que possa satisfazer aos anseios em
geral, como nesse caso, em que, infelizmente, somente poucas pessoas resolveram
participar de movimento que deveria ter maciça participação coletiva, em
quantidade expressiva a demonstrar que todos igualmente vão sofrer e muito com
a falta de água,
Convém
ficar claro que o martírio não será apenas para aquelas pessoas, identificadas
como de oposição, que compareceram à prefeitura local para manifestar, em viva
voz, a angústia que é de todos os moradores de Uiraúna, que não podem nem devem
se omitir diante de situação que tem tudo para afetar diretamente quem defende,
com unhas e dentes, ideologia política e as outras pessoas, que igualmente não
conseguem viver sem o valiosíssimo líquido.
Fico
muito feliz com o despertar da letargia que domina o povo de Uiraúna, que já demonstrou
absoluto conformismo com gestão pública distanciada da participação
comunitária, que é forma extremamente prejudicial ao aperfeiçoamento das
relações entre a administração pública e os munícipes, que precisam ser
contatados, por via direta, e ouvidos sobre seus problemas, muitos dos quais de
fácil solução quando se tem boa vontade para o conhecimento deles, por via da
aproximação das comunidades.
Aproveito
o ensejo para sugerir aos futuros candidatos a prefeito de Uiraúna que incluam,
nos seus programas de gestão, a obrigatoriedade de reunião com as pessoas, em
forma de participação periódica, mensal ou conforme a conveniência e a possibilidade
administrativas, porque essa é maneira moderna da verdadeira prática da
democracia, onde o governo, que é do povo, não pode funcionar eficiente e
efetivamente sem a participação do povo.
Ao
parabenizar a participação pioneira e heroica de alguns uiraunenses nesse
protesto histórico do usufruto da autêntica cidadania, concito os conterrâneos de
Uiraúna a se unirem, independentemente de ideologia política, religiosa ou o
que for, em movimento pacífico de reivindicação de seus legítimos direitos de
denunciar, em bom e alto som, o que esteja realmente errado e fazer chegar às
autoridades públicas tudo o que seja objeto de obrigação do poder público, em
especial aquele que não esteja funcionando na melhor forma a satisfazer o
interesse da comunidade local.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 29 de dezembro de 2019
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