Conforme
notícia estampada, em manchete, no site G1.Globo, a Polícia Federal deflagrou, neste
sábado, a operação “Pés de Barro”, que investiga desvios de recursos para as obras
da adutora em construção entre os municípios de São José do Rio do Peixe e
Uiraúna, no sertão da Paraíba.
Um ministro do Supremo
Tribunal Federal autorizou a busca e a apreensão de documentos e equipamentos
no gabinete de um deputado federal pelo PTB da Paraíba, que nasceu em Uiraúna,
tendo também determinado o seu afastamento do cargo.
Por
força da decisão do citado ministro, houve a prisão do prefeito de Uiraúna e de
mais três pessoas, todos envolvidos nas irregularidades levantadas pela Polícia
Federal.
Os mandados de busca e
apreensão já foram devidamente cumpridos e os elementos recolhidos ficam à
disposição da força-tarefa pertinente, para as investigações de praxe.
A reportagem assinala
que, “Em imagens coletadas pela Polícia Federal, o prefeito de Uiraúna, João
Bosco Nonato Fernandes (PSDB), aparece depois dos encontros para entrega de
propina escondendo dinheiro dentro da cueca.”.
Embora
a Polícia Federal tenha pedido a prisão do citado deputado, o ministro a
indeferiu, tendo autorizado a prisão de outras quatro pessoas envolvidas nas
irregularidades em apreço.
A defesa do deputado afirmou
que ele "recebe com respeito e acatamento a decisão do Ministro Celso
de Mello" e que "está absolutamente tranquilo e demonstrará,
em momento oportuno, a inexistência de qualquer relação com os fatos
investigados".
O partido do deputado, o
PTB, informou que "acompanhará o andamento das investigações" e
que "espera que Wilson Santiago consiga provar sua inocência.".
Além
do deputado, a operação “Pés de Barros” tem outros sete alvos, entre eles três
assessores e um funcionário do parlamentar, além do prefeito de Uiraúna (PB),
um funcionário dele e um empresário.
Ao todo, foram autorizados 13 mandados de busca e apreensão, nas cidades de
João Pessoa, São João do Rio do Peixe, Uiraúna (PB) e Brasília (DF).
Consta da notícia que há
ordens de afastamento das funções públicas para outros seis alvos da operação,
além do deputado.
Conforme foi
esclarecido pela Polícia Federal, os envolvidos podem responder pelos crimes de
peculato, lavagem de dinheiro, fraude licitatória e formação de organização
criminosa, cujas penas, se condenados, podem passar dos 20 anos de reclusão.
A
Polícia Federal informou que a investigação objetiva apurar o pagamento aos
suspeitos de propina que atinge o valor de R$ 1,2 milhão, cujo dinheiro teria
vindo do superfaturamento nas obras de construção do sistema adutor referido na
inicial.
A
aludida obra tinha orçamento inicial do valor de R$ 24,8 milhões, cujas
investigações sobre irregularidade na sua execução tiveram por base informações
obtidas em delação premiada, que tramita sob sigilo.
Finalmente, saliente-se
que o ministro do Supremo determinou ainda a indisponibilidade dos bens das pessoas
suspeitas.
Trata-se
de notícia bastante infeliz, envolvendo homens públicos de minha querida terra
natal, Uiraúna, onde a sua vida pacata não combina em nada com a evolução
desses tempos carregados de nuvens escuros que transportam a imundície da corrupção por todos
os quadrantes do país, mesmo em se tratando do recôndito do Brasil, onde
poderia sim acontecer tudo neste mundo, mas não o pior com o envolvimento de
falcatruas protagonizadas por pessoas da própria terra.
Os
políticos de Uiraúna sabem melhor do que ninguém sobre as terríveis agruras que
se abatem sobre o seu povo, que sofre e muito diante da estrema carência de
recursos para a produção de milagres do benefício relacionado com o arranjo da
água, que é considerado bem muito raro e extremamente valioso, do que mesmo o próprio ouro.
Convém
que não seja, desde logo, menosprezada a força que existe na notícia vinda à
lume, diante da existência, entre outras informações, das poderosas imagens
obtidas pela Polícia Federal, dando conta de que, conforme afirmara, o prefeito
de Uiraúna fez entrega de propina, levando dinheiro escondido dentro da cueca,
ou seja, são colocações extremamente graves e pesadas para a autoridade que ele
representa, caso essa indecência for mesmo verdade, levando-se em consideração
que esse fato integra a notícia do G1.Globo, que deve ter a conseguido junto
àquele órgão federal.
É
evidente que as investigações ainda estão em pleno desenvolvimento, cabendo, a
partir de agora, o cumprimento do protocolo legal de praxe, em casos que tais,
com a concessão da ampla defesa e do contraditório aos envolvidos, por meio dos
quais os denunciados precisam provar a sua inculpabilidade quanto aos fatos
inquinados de irregulares.
Não
obstante, só o fato de haver suspeita de deslize na aplicação de recursos públicos,
com pagamento de propina, conforme atestado pela competente e responsável Polícia
Federal, algo cheira mal, muito desagradável, e não condiz com os salutares princípios
republicanos da moralidade, da ética, da dignidade, entre outros, que precisam imperar
sempre onde houver a aplicação do dinheiro público.
Enfim,
o juízo de valor sobre esse vergonhoso e inadmissível escândalo somente será possível
após a conclusão a cargo da Justiça, que dirá se os envolvidos são culpados ou
inocentes, mas, até lá, fica a impressão de que Uiraúna, terra de gente
extremamente honesta e humilde, que prima pelo sagrado culto aos conceitos da
honestidade e da moralidade, não merecia golpe tão violento, a causar doloroso
sofrimento ao seu povo, que precisa repudiar com veemência atos da maior
indignidade, diante da mácula que jamais será esquecida pela sociedade
apunhalada pela fraqueza moral de seus representantes políticos.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 21 de dezembro de 2019
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