Em
comentário que fiz diante de crítica na crônica intitulada “Declaração de amor
a Uiraúna”, eu disse que é perceptível a dificuldade de se transmitir para as
pessoas que as minhas ideias e opiniões não têm nada a ver com pessoas, mas sim
com os fatos em si, e até gostaria de dizer que, se o prefeito acusado do que
foi tivesse sido o José Padeiro, o Joaquim Manoel, sem qualquer relevância, eu
teria dito exatamente o que disse, em coerência com a minha linha de pensamento
manifestada de longa data, nos meus livros, sempre condenando, com veemência,
os atos irregulares sejam de onde surgirem e os meus seguidores sabem muito
disso, mostrando que a minha história de escriba se confunde com a
intransigente defesa da moralidade na administração do Brasil.
Diante dessas
colocações, o sempre atento conterrâneo Ditinho Minervino escrever mensagem afirmando
a seguinte: “Adalmir, gostei das duas respostas, e um ponto me chamou
atenção foi quando você falou que poderia ser o José Padeiro ou Joaquim Manoel,
pois tenho lido suas crônicas e até já comentei que não vejo partidarismo. Você
sempre fala o que tem que falar seja sobre quem quer que seja. PARABÉNS.”.
Em
resposta à agradável mensagem, eu disse ao ilustrado amigo Ditinho Minervino
que fiquei muito agradecido e sensibilizado com o importante apoio dele, vindo em
meu socorro.
Não
basta eu dizer que tenho a imparcialidade e a verdade como as marcas fortes no
conteúdo dos meus comentários, porque procuro escrever o que sinto e enxergo nos
fatos, analisando precisamente o que eles evidenciam, sem necessidade de
agradar ou contrariar interesse de quem quer que seja, porque isso não faz
parte da minha cartilha como cidadão que ama o que faz, sem vislumbrar nada em
meu benefício.
Eu
lamento profundamente escrever sobre esse terrível episódio que maculou
terrivelmente a rica história da amada Uiraúna e confesso que fiquei
completamente desestruturado, porque partiu justamente de onde jamais se
poderia imaginar, por um de seus protagonizadores pertencer à brilhante e
honrada família, de pessoas do mais puro sangue, em se tratando de moralidade
ao extremo, mas nem por isso eu poderia deixar de me manifestar, porque quem
está em jogo, no redemoinho da patifaria, é apenas um integrante dessa mais nobre
família, que precisa ficar preservada por seus valores consagrados ao longo da
história uiraunense.
Neste
deplorável acontecimento, não foi a primeira vez que escrevi acerca de corrupção
na gestão pública, porque eu havia acabado de analisar os fatos igualmente
lamentáveis de que trata a Operação Calvário, envolvendo, entre outros
políticos, o ex-governador da Paraíba, onde discorri igualmente em harmonia com
o meu já consagrado pensamento de repúdio à falta de dignidade na administração
do Brasil e exigindo a sua moralização.
Peço
a Deus que fortaleça as mentes dos homens públicos brasileiros, para que eles
nunca caiam na medíocre tentação pelo dinheiro fácil e também ninguém precise
escrever nada pertinentes a eles, haja vista que eu, na velhice, só tenho o
ofício de escrever justamente sobre os fatos da vida, o que acontece no dia a
dia e não posso deixar de falar dos principais assuntos do momento, que gostaria
que eles fossem somente versando sobre coisas saudáveis e alegres para os
brasileiros.
Também
vou pedir a Papai do céu que as pessoas sejam justas na avaliação dos fatos,
condenando quando tiver que punir e perdoando quando for o caso, tendo por base
os fatos como eles tenham acontecido, sem essa de misericórdia divina para caso
que precisa situar no âmbito terrestre, porque, para isso, é preciso que somente
se possa aplicar o perdão quando se tratar de pecado venial, em caso em que o
agressor aos bons costumes tenha agido involuntariamente e ainda quando ficar
demonstrado que ele não poderia evitar seu erro.
Essa
tentativa da busca do perdão para quem se envolveu, de forma consciente, em terríveis casos irregulares,
tendo plena convicção de que procedia em terra minada, correndo risco e perigo de
revelação, mas mesmo assim agia tranquilamente, não tem o menor cabimento em se
falar em misericórdia, quando houve a subtração de dinheiro público.
A
maneira que se cogita para a aplicação do sistema da misericórdia, em se
tratando de administrador primário, que tenha prestado relevantes serviços à comunidade,
teria desgraçado efeito deletério, porque todos os péssimos agentes públicos
que caísse em tentação desviando dinheiro, bastava se invocar o princípio da
misericórdia e seria automaticamente perdoado de seus pecados cabeludo. Induvidosamente,
fica muito feio para quem insiste em minimizar os estragos, criando
estrambótica figura da compreensão humana, diante da grandeza dos trabalhos
prestados pelo acusado, em forma de complacência, sob a alegação de que errar é
humano.
Sim
errar é próprio do homem, mais tudo tem limite, como nesse caso do desvio de
dinheiro de obra importante, onde os envolvidos participavam conscientemente de
percentual do contrato pertinente, sabendo da situação irregular de dinheiro
para outros caminhos, em cristalina evidência de que isso é caso a ser tratado
no âmbito do interesse público, longe dos domínios divinos, não tendo o menor
cabimento que as pessoas fiquem se solidarizando com eles e se esforçando em
defendê-los, quando o mais correto, com vistas aos princípios ético e moral,
seriam recriminação por tudo que há de errado.
A
propósito, é perceptível o nível de muitas pessoas com relação ao sentimento de
moralidade da coisa pública, porque, para elas, pouco tem importância o
respeito ao princípio ético, diante de cena risível protagonizada por pessoa defensora
declarada de um dos autores desse triste episódio, quando, certamente apenas
vendo o lado dele, assim se expressou, com relação a quem defende a dignidade
na gestão pública e também na vida como cidadão, verbis: “Oh
, homem ,do meu nojo , vai procurar o que fazer.”.
À toda evidência, todos nós, na qualidade de ser humano,
não podemos deixar de prestar solidariedade a quem se envolveu em situação nebulosa,
porque é visível que, diante de tanta opulência como homem público, não é fácil,
de hora para outra, a pessoa ser enquadrada como integrante de organização criminosa,
tendo a sua vida complicada e jogada dentro de tenebroso labirinto.
Enfim, que culpa tem nesse imbróglio pessoa que condena
procedimento contrário à boa conduta, aos bons costumes, enfim, à integridade
moral?
Causa estranheza maior o fato de se demonstrar ter nojo por
quem condena a agressão aos bons princípios, ou seja, por quem defende a
moralidade do Brasil, mas essas pessoas, que talvez se considerem certinhas,
puras e donas da razão, não condenam o ato nefasto de desvio de dinheiro, dando
a entender, com muita clareza, sob seu senso crítico, que o errado é aquele que
recrimina e não o que ofende as boas práticas na gestão pública, que sequer
pode ser criticado pelo que fez de traquinagem.
Esse episódio somente demonstra o quanto muitas pessoas insensatas
ainda vivem no seu mundinho próprio, onde o que tem importância precisa se
ambientar no recinto das suas conveniências, dos seus interesses, sem a menor
preocupação com o interesse público, embora elas também sejam obrigadas ao pagamento
de pesados tributos que dizem em muito com a necessidade da moralidade para a
aplicação dos recursos pertinentes, em seus benefícios, como cidadãos que também
deveriam exigir rigor na regular e boa destinação do dinheiro público.
É
preciso que as pessoas entendam que o Brasil precisa mudar e não se muda nada
se houver a continuidade do pensamento pelo coração, como nesse caso, onde pessoas
estão com o foco na defesa de quem nem se preocupou que ele poderia se tornar objeto
de encrenca com a polícia.
Na
realidade, é preciso que se aja muito mais pela razão, procurando aceitar a
realidade dos fatos, como eles são realmente, com implicação séria com a moralidade
pública, porque o sofrimento é bem maior para as pessoas que não querem
interpretá-los na forma como é devida.
A
verdade é que, por ser preciso que se diga, se esse caso de Uiraúna tivesse
acontecido, ao contrário, somente envolvendo pessoas da oposição, os atuais intransigentes
defensores do prefeito certamente estariam se esgoelando, pedindo justiça e
pretendendo esfolar seus adversários políticos, o que mostra que os fatos devem
ser tratados e avaliados com mais consciência e com o sentimento de justiça.
Por
seu turno, convém a ponderação no sentido de que, não fosse o ato injustificado
da principal autoridade de Uiraúna, nada disso estaria acontecendo, mas, já que
aconteceu, resta aceitar a realidade, que é duríssima até demais e não adianta
tentar pôr panos quentes, porque não resolve absolutamente nada, diante da
dolorosa e implacável situação.
Agradeço ao amigo Ditinho Minervino, por sua prestimosa
colaboração ao meu trabalho literário, ao servir de importante testemunha.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 28 de dezembro de 2019
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