Diante
de notícia bombástica, dando conta da prisão de ex-governador da Paraíba e de
asseclas dele, considerada organização criminosa, escrevi crônica repudiando,
como sempre faço em casos que tais, mais um lamentável episódio de corrupção
envolvendo o desvio de recursos públicos.
De
forma surpreendente, a ilustre senhorita Vescijudith Fernandes Moreira houve
por bem atacar os termos da aludida crônica, fazendo afirmações completamente
estarrecedoras, tendo alegado que, verbis: Vim trabalhar em
Conde por currículo, não foi por indicação. E tenho grande satisfação de
trabalhar com a Prefeita Márcia Lucena, uma pessoa do bem, gestora de caráter,
excelente exemplo de superação, mãe, mulher e ética. Cuidado com as pedras que
atiram! Já mataram e destruíram pessoas e lugares!”.
Querida
prima Vescijudith, não sei para quem você faz alerta sobre o cuidado de quem
atira pedra, mas imagino que não seja dirigida à minha pessoa, porque eu apenas
analisei um fato, como faço de costume, sem citar nome de ninguém e muito menos
da prefeita, que, por sinal, é na prefeitura que ela comanda onde você exerce
função comissionada.
Senti
no dever de esclarecer aqui porque você faz o alerta inominalmente e logo
abaixo do texto que publiquei, dando a entender que o seu alerta seja dirigido
à minha pessoa, que não atirou pedra em ninguém e disse apenas lamentar que
pessoas participem de organização criminosa para desviar dinheiro público, no
melhor sentido no âmbito do princípio da moralidade na administração pública,
cuja relação dos envolvidos nos supostos atos ilícitos tem origem na Polícia
Federal, citando os nomes das pessoas envolvidas e presas, objeto de
investigações processuais, conforme notícia publicada pela imprensa, que não é
novidade de ninguém.
Agora,
parece muito estranho que alguém, como você, que não tem nada a ver com o caso,
tome as dores de outrem que tem acusação com base em determinação judicial e
ainda faça ameaça, ainda mais quando notícia, depois de publicada, passa a ser
do domínio público e do interesse de todo cidadão de bem que paga tributos,
tributos estes que foram objeto de desvio pelo então governo do estado da
Paraíba, conforme resultado de investigações.
Realmente,
é muito triste que pessoa do bem, gestora de caráter, seja envolvida em
determinação judicial, que agora precisa se justificar no sentido de demonstrar
que não tem culpa nenhuma nesse imbróglio, mas, infelizmente, enquanto não
fizer isso, não adiante estrebuchar e muito menos ameaçar as pessoas inocentes,
porque não vai resolver absolutamente nada.
Eu
lamento profundamente que pessoa de bem, conforme é assegurado pela contestadora,
seja incluída indevidamente em relação de participação em organização
criminosa, assim e exatamente assim considerada por autoridades públicas
competentes, como no caso da Polícia Federal e do desembargador do Tribunal de
Justiça do estado da Paraíba, que, no caso em apreço, autorizou as prisões de
pessoas e as buscas para a apreensão de documentos.
Em
conclusão, digo que fico preocupado pela forma constante do alerta, com
expressões fortes, que fogem aos princípios da cristandade, quando é dito, verbis:
"Cuidado com as pedras que atiram! Já mataram e destruíram pessoas e
lugares", sem se explicar quem precisa ter cuidado e se os assassinos
das pessoas podem voltar a matar novas pessoas e quem, principalmente quando nenhuma
pedra foi atirada, em se tratando que o caso é resultado de investigação
processual da Polícia Federal e decisão judicial, que compete exclusivamente aos
envolvidos mostrarem, pessoalmente, a sua inocência nesse horroroso escândalo
com dinheiro público.
Confesso,
querida prima, que não entendi o seu alerto e vou me sossegar somente quando
houver o devido esclarecimento sobre as suas alegações ameaçadoras.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília, em 31 de dezembro de 2019
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