No
dia 2 de dezembro de 1953, há exatamente 66 anos, a cidade de Uiraúna, Paraíba,
foi presenteada com o prêmio da sua emancipação político-administrativa, sendo
desvinculada em definitivo da sede do então município de Antenor Navarro.
A
população de Uiraúna era composta por vila muito bem estruturada e organizada, que
sonhava e lutava pela conquista das suas independência e autonomia para puder
administrar os próprios negócios, posto que isso era condição imprescindível
para o ansiado desenvolvimento social, econômico, político e administrativo.
A
vila de Uiraúna existia basicamente em torno de pequeno comércio e sob o cultivo
da agricultura familiar de subsistência, com a economia praticamente precária e sem a menor perspectiva
de progresso.
Não
obstante, esse vilarejo já estava decidido a criar as próprias asas e desbravar
os obstáculos que impediam o seu crescimento, graças à inspiração trazida pela
tão ansiada independência, que custou o denodo empenho de bravos homens públicos
que acreditaram nas potencialidades das geratrizes do progresso da nova cidade
paraibana.
Imbuídos
do espírito de impetuosidade e da valentia dos sertanejos mais longínquos do
estado da Paraíba, aliados ao firmado propósito da conquista de causa considerada
justa no momento político, em que pesem as ingentes dificuldades e adversidades
da época, persistentes cidadãos, de invejável quilate político, com forte
desejo idealista de mudanças, resolveram encarar as fortes oposições e se
lançarem na batalha em busca da definitiva independência de Uiraúna.
Tratava-se,
na verdade, de objetivo ambicionado também pelo pequeno núcleo populacional
encravado nas terras doadas pela prodigalidade do benemérito Padre José de França,
na certeza de que as pessoas manifestavam desejos de contribuir para o
desenvolvimento social e econômico da nova cidade, que já vinha se aprontando para
a nova jornada em rumo ao progresso propiciado com a sua emancipação político-administrativa,
na certeza de que o caminhar, dali em diante, seria com as próprias pernas, na construção
da aspirada comunidade próspera, fraterna, trabalhadora e animada pelos fluidos
benfazejos da independência.
Todo
movimento empreendido em prol da emancipação da vila de Uiraúna tinha o
respaldo da firmeza e da consistência em torno desse propósito, tanto que a
união de todos foi fundamental para que a ideia se materializasse e ganhasse força
e unanimidade da população, cuja persistência foi transformada na aprovação da
lei pertinente, nesta data, há 66 anos, pela Assembleia Legislativa da Paraíba.
Naquela
data, eu era criancinha que ainda usava chupeta, mas tive a subida alegria de
desfrutar de momentos maravilhosos de muitas alegrias e comemorações festivas
sem fim, com o povo nas ruas vibrando e aplaudindo as autoridades que lutaram
bravamente para a concretude de extraordinária conquista, contando com a incontestável
liderança do Dr. Osvaldo Bezerra Cascudo, que, apesar de ter nascido na cidade vizinha
de Luís Gomes, foi o verdadeiro guerreiro e herói em defesa do projeto
vitorioso, apesar de ter forte contestação por parte opositora à iniciativa separatista.
Tenho
a lembrança de que avião do tipo teco-teco, aeronave considerada moderna da
época, com capacidade para apenas duas pessoas, que tinha base na progressiva
cidade de Cajazeiras, soltava panfletos em alusão ao momento histórico e festivo,
com ênfase às boas novas vindas para os uiraunenses, que se orgulhavam da tão promissora
autonomia político-administrativa de Uiraúna.
Em
que pesem a notória e a ferrenha resistência à independência de Uiraúna, o
ilustre e batalhador luisgomense foi reconhecido como autêntico gigante em razão
do esforço e da dedicação com vistas ao convencimento vitorioso pela causa
separatista, como se genuíno uiraunense ele fosse, na ingente luta travada
heroicamente pela emancipação cogitada desde o segundo lustro da década de quarenta,
em cristalina evidência do seu verdadeiro e imensurável amor à causa que teve
final feliz, precisamente graças à sua firme e brava liderança.
Vale
lembrar que, naquela época, havia a predominância do atraso da mentalidade de
políticos históricos, que se julgavam os donatários das capitanias,
dificultando, ao máximo possível, o desmembramento de núcleos populacionais de
seus domínios políticos, a exemplo do que certamente deve ter acontecido com Uiraúna, que demorou a se separar
do então município de Antenor Navarro, evidentemente porque isso contrariava interesses
de poderosos políticos com domínio naquele município, diante da natural perda
de influência e poder.
À
toda evidência, os abundantes fatos históricos mostram que não foi em vão o homérico
esforço desprendido por visionários homens públicos, que certamente se dedicaram
ao máximo em nome de excelente causa, haja vista que Uiraúna é a exuberância da
cidade que representa para o seu povo, empolgado e feliz com o seu progresso socioeconômico,
fruto dos investimentos realizados na região, nos últimos tempos.
Não
há dúvida de que me considero partícipe daquele inesquecível momento histórico,
desde quando foi lançada a pedra fundamental da cidade que soube muito bem aproveitar
os bons fluidos bafejados por idealistas e visionários homens públicos, que se
tornaram épicos na busca de causa da maior importância para os uiraunenses: a
sua independência político-administrativa.
Nesta
data memorável e histórica, de nascimento da querida Uiraúna, é motivo de honrosa
satisfação em relembrá-la, a par da imperiosa necessidade do reconhecimento e
da gratidão às pessoas heroicas que se empenharam bravamente para que Uiraúna
pudesse dar o seu grito definitivo de liberdade político-administrativa.
Neste momento especial, associou-me, com
prazer, aos demais filhos de Uiraúna, para parabenizá-la pelo seu aniversário, na
esperança de que esta data seja sempre marco para os melhores augúrios de
progresso, que se faça presente constante em todo o seu território.
Ao
ensejo, auguro os melhores sentimentos de felicidade, paz, proteção, segurança,
benquerença e amor para todos os filhos dessa sempre amada terra dos célebres
pássaros pretos, eternizados no belíssimo Monumento aos Pássaros, obra-prima
erigida em sua homenagem.
Enfim,
é com alegria que parabenizo a querida Uiraúna, minha terra natal, pelo
transcurso de seu aniversário de emancipação político-administrativa, rogando a
Jesus, Maria e José que concedam ao seu povo benfazejas e milagrosas bênçãos celestiais,
para que se façam presentes esperança e progresso no seio da sociedade.
Brasília,
em 2 de dezembro de 2019
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