quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Meu paraíso terrestre


Diante da crônica intitulada “Majestoso Casarão“, mais uma vez fiz os mimos que sempre faça com relação a essa moradia que foi guardiã da minha concepção, do meu berço e me deu guarida desde a passagem de bebê para criança ativa, esperta e cheia de vida, muitas pessoas se manifestaram em apoio ao meu texto e ainda ressaltando a real importância dessa obra-prima da engenharia das edificações rurais.
A admirável prima Malu Fernandes disse, em poema, o quanto ama o aludido casarão, ao enaltecer a importância dele na vida dela, nestes termos: “Lindo primo!! Todos nós que temos raízes das pessoas que viveram neste esplendoroso casarão somos eternamente gratos pela vida e educação que nos transmitiram. Eu, particularmente, não tive o privilégio de morar, mas minhas raízes estão encravadas lá e, portanto, sinto muita alegria, respeito e orgulho de dizer que a minha mãe morou e se casou lá há 60 anos atrás!! Uma casa que nos traz sem dúvida lindas e santas recordações que não se apagarão jamais do nosso coração e das nossas vidas!!”.
A propósito, ressalto que nenhum casarão do mundo mereceu tanto afago como aquele do Sítio Canadá, pelo menos com relação à minha pessoa, porque já foram escritas cerca de dez crônicas sobre a epopeia o envolvendo e a família Fernandes, além de ele ter merecido duas capas de livro e uma dedicatória, tudo para demonstrar o sublime amor que guardo no coração por ele e, certamente, se Deus quiser, novas crônicas hão de surgir, porque o amor que tenho por ele jamais há de se esgotar.
Imagine você, querida prima Malu, que esse seu sentimento tem para mim algo muito mais especial, porque o meu cordão umbilical ainda se encontra guardado ali, pelo menos no imaginário do simbolismo, porque foi no primeiro quarto frontal à direita do casarão onde eu tive a felicidade de nascer, aparecer para o maravilhoso mundo de Deus.
Foi ali que eu fui deixado pela melhor e mais inteligente cegonha - também simbolicamente - que já existiu na ordem celestial das “transportadoras de bebês” (eu gosto de brincar com o imaginário), que fez esse grande e primeiro favor para mim, tendo me deixado em local que sempre considerei meu verdadeiro paraíso terrestre, de tantos benefícios que uma pessoa mortal poderia merecer, em nascer e permanecer, na infância, em lugar abençoado por Deus, cercado por pessoas especiais e maravilhosas, onde se cultuava os melhores princípios de amor cristão.
Lá reinava a tranquila e segura liderança de pessoa da estirpe do meu avô "Major" Juvino Fernandes, adjutorada pela equipe comandada com muita competência familiar por madrinha Úrsula (amada avó, de quem copiei nome para pôr na minha querida filha Aline Úrsula), tias Ritinha (pessoa simplesmente angelical), Ana, Lourdes (que assegurava ser a minha segunda mãe – só pode ser obra de Deus, uma pessoa ter duas belezas de mães), Terezinha, Conceição, Francisca e Corrinha e os tios Raimundo, Francisco e Geraldo, além de madrinha Susete, a mais autêntica beata da família, que vivia a rezar, onde ela estivesse, sempre com o terço grudado à mão.
Meu Deus, quem não gostaria de viver cercado dos mimos de time de primeira linha celestial como esse, que vivia em ambiente do mais sadio sentimento e puro amor, onde as lições de bondade, compreensão e união fluíam, normalmente, de todos os lados e de todas as formas, com a vigilância e os cuidados sempre no sentido de mostrar exemplos que levavam ao melhor caminha da vida de retidão?
Nessas condições e nas circunstâncias que me foram oferecidas por Deus, acredito que nem em sonho se poderia pensar que existiria paraíso na Terra, mas, para mim, confesso que ele realmente existiu, porque minha vida foi um sonho maravilhoso em ter nascido e vivido, grande parte da minha infância, no casarão do Canadá, sempre cercado do carinho de pessoas amadas, sob as bênçãos celestiais.
Brasília, em 5 de dezembro de 2019

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