Não é novidade para ninguém que tenho sentimento o
mais nobre possível em deferência e veneração ao professor, que exerce uma das
mais importantes missões desempenhadas pelo homem, tendo a respeitável incumbência
de educar pessoas e orientá-las exclusivamente para o bem da humanidade.
Hoje, data especial dedicada às homenagens ao professor,
tive a ideia de publicar fato real acontecido com uma professora, na cidade de
Patos de Minas, Minas Gerais, por ocasião da forma de alunos, que traduz sentimento
muito especial que pode acontecer normalmente com todos os professores, ou que
pelo menos algo parecido pode ter acontecido com todos aqueles que participam
das atividades escolares e teriam manifestação iguais ou próximas da autora dessa
situação simplesmente agradabilíssima, que publico aqui em homenagem aos
professores, em forma de gratidão, reconhecimento e agradecimento.
Pois bem, outro dia, li no Facebook belíssima
mensagem de professora que dirigia a palavra à turma concluinte de curso colegial
que ela paraninfava e o texto apresentado por ela é daqueles que chamam a atenção
da gente, do começo ao fim, com a finesse vernacular que impressiona não somente
o âmago do coração e da mente, mas em especial também da alma, porque a mestra
usava as palavras na mais pura elegância ajustada ao momento solene, com a sublime
suavidade da mais natural objetividade a denotar o seu especial carinho para
com os paraninfandos.
As palavras da professora tinham a força de
expressão que impressiona e toca à sensibilidade não só dos alunos, mas das
pessoas que gostam de texto escorreito, objetivo e acolhedor, como verdadeira lição
da boa e amada mestra, que tem por finalidade aquela que diz realmente que o
encerramento de um ciclo de estudos que se encerra foi realmente maravilhoso,
mas tendo o cuidado de deixar o derradeiro recado de que os alunos precisam se
preparar para o início de nova etapa, sem olvidar dos importantes ensinamentos hauridos
até àquele momento.
Vi
no texto o carinho impregnado normalmente no coração de todas às demais professoras
que têm o carinho permanente de cuidar de seus alunos, que se despedem se seus
alunos com os corações cheios de saudades, mas desejosos de que eles continuem
tendo muito sucesso na continuidade dos novos cursos, porque esse é o processo
natural da vida.
Eis a mensagem que li na página do Facebook,
escrito exatamente na forma a seguir.
“DISCURSO PRONUNCIADO PELA PARANINFA (HÉLIDA
ALVES TIBÚRCIO) POR OCASIÃO DA CONCLUSÃO DE CURSO DOS ALUNOS DA 3ª SÉRIE A - DA
ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ZAMA MACIEL DE 1º E 2º GRAUS - 08 DE DEZEMBRO DE
1976.
Quando fui chegando, notei vozes altas, o riso
contido, o arrastar de cadeiras, o movimento contínuo, alguns braços agitados,
parecendo ramos de árvores em dia de ventania e logo depois uma voz, pedindo
silêncio para que eu pudesse escutar o que a turma queria me dizer, naquela
sexta-feira de setembro.
Uma pausa e o recado foi dado. De tudo que me foi
dito só uma palavra ficou impressa e eu a ouvia: Madrinha! Repetida como eco:
madrinha, enquanto intimamente me perguntava: Por que eu? Ainda hoje me
pergunto sem entender, Por que eu? Pergunta cuja resposta somente pode ser
explicada por uma afeição que empresta às pessoas (vocês queridos afilhados)
olhos especiais para ver micro valores de outras.
Agora, caros jovens, vocês se encontram em minha frente
e me dão a honra e o custo de seu silêncio e de sua atenção. Tenho vontade e
confiança de falar para dentro de vocês. É tão raro em suas vidas, esta postura
receptiva!
Por isso, coloco-me bem defronte de vocês. É porque
quero vê-los de perto, quero vê-los por dentro. –e vejo. Sabe como?
- Como sol da existência, dando sobre a pessoa de
vocês e projetando no chão um gráfico variante, onde podemos recordar o
passado, viver o presente e projetar o futuro.
VEJO-OS NO PASSADO.
Meninos ainda, quando chegaram a esta casa de
ensino. Alguns buliçosos, outros quietos; às vezes com passos vacilantes,
outros com pisadas seguras, ora com um sorriso alargando o rosto, ora com olhos
tristes e até marejados de lágrimas, de repente com grito agudo de vitória,
seguido de silêncios que prenunciam derrotas.
E eu ao lado de vocês.
Provava a mesma impressão do empresário que calcula
o valor de uma pedreira virgem, ou o lucro de uma jazida de petróleo, ou a
dourada esperança de uma seara em flor.
E eu sabia, como o princípio é difícil, como tudo
às vezes parecia não dar certo. Requeria paciência, segurança e amor.
E eu via o edifício da vida em construção e vocês
eram um monte de terra, ferro, cimento, madeira, água e pedra.
VEJO-OS NO PRESENTE.
Juventude que traz inquietude de modos, com
pareceres sumariamente arrasantes. Ingênua nas deduções e uma sinceridade que
às vezes dói.
Juventude com passos que vacilam, com corpo que
requebra, com gestos de ventanias, com gritos sem cadência e sem compasso.
Juventude que revela um mundo interior, onde reina
agitação, tumulto, sorvedouro, que trabalha, joga, brinca, estuda, canta e
dança.
Juventude com rota de passos irrequietos, desenhando infinitos
ziguezagues; mas capaz de grandes realizações.
E eu ao lado de vocês.
Vejo-os por dentro e por isso estou cheia de
esperança, como todos aqueles que lidam com gente de sua idade.
Certifico-me de que vocês assustam seus mestres,
seus pais e parentes que já estão com a paciência avariada e não acompanharam o
seu correr.
E eu sei como é difícil, porque educar significa
tirar para fora, encontrar e atuar seus verdadeiros valores, descobrir atrás da
camada de minério o coração da mina que dorme milionária e maciça no seio da
terra.
E eu vejo o edifício da vida em fase adiantada de
construção.
Vocês são pedras transformadas em alicerces; massa,
forjada de cimento, terra e água. Vocês são pedras colocadas sobre pedras e
transformadas em escada, são madeirame talhado, concreto em armação.
VEJO-OS NO FUTURO.
Preparados para enfrentar a vida. Sim, acertei com
o verbo. ENFRENTAR – uma vez que a sequência dos dias é uma verdadeira batalha
a ser ganha ou perdida.
Vejo-os cientes, responsáveis, certos do que levam,
no meio daqueles que sabem trabalhar, sabem pensar, sabem lutar.
Eu gostaria de estar ao lado de vocês.
Poderia vê-los homens íntegros, tendo dentro e fora
de si um estado de verdade. Profissionais capazes, honestos e diferentes da
multidão irresponsável.
Eu veria o edifício da vida de vocês terminando.
Imponente, altaneiro, iluminado, como um farol, para mostrar àqueles que
iniciam o caminho da vida, qual a rota a seguir.
Entretanto, a realidade é dura e se impõe. Sei que
hoje, nossos caminhos se bifurcam.
Eu continuarei, aqui, com novas crianças que irão
chegando e a juventude turbulenta que aqui permanecerá. Vocês seguirão, em
frente:
- Terei sobre vocês um radar afetivo que sempre os
acompanhará.
A estrada está livre. Sigam em frente, virem à
direita ou à esquerda, obedecendo a sinalização de sua consciência. Encontrarão
nevoeiros, trechos acidentados, pedaços planos, tempestades e sol brilhante,
curvas perigosas e tuneis, neste caminhar.
Não se assustem! Vocês poderão transpor todos os
obstáculos e depois encontrarão novamente a luz.
Busquem em Deus esta luz e Ele há de ser o caminho.
Andem sempre nesta estrada! Sigam este traçado, e vocês atingirão o futuro caminhando
sobre sorrisos.”.
Na
ocasião da leitura, eu escrevi que mensagem linda, professora Hélida, extraída
de mente muito brilhante de inteligência e intelectualidade que têm o dom de cativar
com ensinamentos de mestra que ama seus discípulos, a qual continuava na sua
linda missão de ensinar e educar, depois da formatura de mais uma turma, na
certeza de que a sua contribuição tinha precioso significado para os ex-alunos,
que é o de possibilitar a abertura de horizontes para a plêiade de jovens
ávidos por novas oportunidades na vida, como o prosseguimento dos estudos ou a
colocação no mercado de trabalho, não importando qual seja o seu destino,
porque todos são sonhos que cabem nas suas mentes.
Como
é bom se deparar com mensagem tão lúcida e cheia de estímulos edificantes,
dirigida para quem realmente carece das belas lições das pessoas imbuídas de
transmitir ensinamentos recheados de nobres sentimentos de boa vontade, carinho
e amor às novas gerações que são o futuro do Brasil.
Enfim,
que texto maravilhoso de se lê e apreciar com o coração esperançoso do porvir,
por conter palavras buriladas e cheias de lições de luz e ensinamentos que
dizem com muita clareza que todos têm o poder de brilhar na vida, desde que se
esforcem e deem o melhor de si, fazendo bom uso dos seus conhecimentos para se
alcançar sucesso e vitória na vida.
Que
Deus tenha preparado festiva recepção para a ex-professora Hélida, porque ela
merece os melhores carinhos, por possuir alma de muita nobreza e pureza humanas,
pelo bem que ela disseminou durante a vida terrestre, como exemplar educadora.
Fico
muito feliz em tentar interpretar o maravilhoso texto em comento, com o
sentimento de que todo professor tem realmente no coração a mesma pureza de bondade
exposta com muito amor pela professora Hélida, motivo pelo qual expresso
carinhosos parabéns aos queridos professores de todo mundo, pela grandeza do
seu trabalho.
Parabéns,
professor!
Brasília,
em 15 de outubro de 2021
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