O
presidente da República brasileiro se encontra em Roma, na Itália, para
participar da reunião do G20, neste fim de semana.
O
presidente brasileiro está enfrentando resistência para visitar a basílica de
Santo Antônio, em Pádua, por parte de religiosos, conforme nota da diocese local,
que afirma que não está disposta a recebê-lo de maneira oficial.
A
diocese deixou bem claro que, caso o presidente brasileira queira visitar a
basílica, será como qualquer outro peregrino, sem nenhuma pompa oficial de praxe
normalmente dedicada às autoridades de outros países.
A
aludida medida é apoiada pelo prefeito de Pádua e pelo bispo local, o que bem
demonstra o desprestígio do mandatário brasileiro, pelo menos, nessa região.
A
diocese paduana ainda destacou, em reforço no seu comunicado, que alguns
religiosos da região, como, por exemplo, dois ex-padres, foram assassinados no Brasil.
Os
bispos, segundo a nota, têm denunciado a "violência, a exploração da
religião e devastação ambiental, além de severa crise de saúde", com sinalização
de que esses fatos não condizem com a imperiosidade de reverência ao mandatário
brasileiro.
Na
nota, a diocese de Pádua também pede que o presidente brasileiro "promova
políticas que respeitem a Justiça, saúde e meio ambiente", tendo dito,
por fim, que a homenagem que se planeja ao brasileiro criou "um forte
embaraço diante da voz de tantos que sofreram".
Além
da recusa da visita oficial ao presidente brasileiro, há movimentos sociais de
Pádua que planejam a realização de protesto em rechaço à visita do mandatário
brasileiro.
Ainda
na Itália, conselheiros regionais de oposição no Vêneto reivindicaram a
revogação da cidadania honorária concedida ao presidente brasileiro pelo município
de Anguillara Vêneta, a 80 quilômetros de Veneza, sob o argumento de que essa forma
de homenagem deve ser conferida somente a "personalidades de altíssimo
valor", evidentemente dizendo com isso que o presidente brasileiro tem
apenas valor relativo a qualquer outro cidadão, não merecendo nenhuma distinção
honorária.
O
aludido título de cidadania honorária foi concedido ao presidente brasileiro
sob o argumento de que um bisavô dele teria nascido nessa pequena cidade de
pouco mais de 4 mil habitantes.
O
comunicado dos conselheiros assinala, em forma de indagação: "Quais méritos
pode ter um presidente acusado de crimes intencionais na gestão da pandemia em
seu país? Além da gestão da pandemia, o presidente se distinguiu negativamente
por ter dado o impulso para o desmatamento da Amazônia. Existem todas as
condições para que a cidadania honorária a Bolsonaro seja retirada".
À
toda evidência, trata-se de mais demonstração de reprovação internacional ao
presidente brasileiro, que muito envergonha o povo comandado por ele, que
coleciona manifestação de repúdio e desprezo, em razão de suspeita de má
gestão, pelo menos aos olhos da opinião pública do exterior, tendo reflexo na
imagem gloriosa do Brasil, por ser governado por pessoa que se permite que se
façam juízo de valor bastante negativo sobre o seu desempenho à frente dos negócios
brasileiros, não havendo a menor reação à altura, em forma de contestação por
meio do governo.
Em
termos de competência, esperava-se que o governo reagisse e não aceitasse que a
imagem do presidente brasileiro fosse tão maltratada com adjetivações representativas
do negativismo e de atitudes contrárias aos interesses da humanidade, fatos
estes que precisam ser contestados, com veemência, para o fim de se mostrar a
realidade dos fatos, como reafirmação em contrário daquelas alegações desagradáveis
de pura inferiorização do governo brasileiro.
Não
há a menor dúvida de que é extremamente desagradável o presidente brasileiro deixar
de ser recebido oficialmente em importante templo religioso, no exterior, o que
bem demonstra a péssima condução da diplomacia tupiniquim, que permite que a
principal autoridade do Brasil seja tratada com extremo desprezo fora do país,
quando deveria merecer o máximo de respeito, justamente porque ele representa o
país com toda a sua grandeza.
O
Itamaraty tem obrigação institucional de cuidar e diligenciar com presteza e bastante
antecedência, providenciando todas as medidas capazes de demover quaisquer suspeitas
sobre maculabilidade atribuída ao presidente brasileiro, de modo a se evitar tamanho
constrangimento moral, como efetivamente acontece nessa viagem e ficar tudo por
isso mesmo, como se aceitando as graves suspeitas referentes aos fatos motivadores
do inadmissível impedimento, no âmbito da normalidade.
Na
verdade, a vergonha nem é tanta para o presidente do país, que demonstra conformismo
e insensibilidade até mesmo para caso singelo como esse, em ele ser barrado dessa
forma degradante e desrespeitosa, sob alegação da prática de atos contra a
humanidade, mas sim aos brasileiros, que estranham e ficam perplexos por serem
comandados por pessoa que tem o dever de bem representá-los, também no exterior.
O
presidente da República precisa se conscientizar de que os acontecimentos com a
sua pessoa têm reflexo direto com a imagem do Brasil e, nesse caso, não é
diferente, justamente porque a sua presença no exterior, como nesse caso, não é
bem aceita em situação bem particular, é verdade, em forma de protestos, mas
mesmo assim em total dissonância com os princípios republicanos que somente se
harmonizam com as melhores relações diplomáticas.
Ou
seja, se a imagem do presidente não a das melhores também no exterior, é muito
possível que realmente algo errado está acontecendo, propriamente com ele, se
confirmando com as suspeitas sobre a existência de fatos cuja autoria é atribuída
à pessoa dele, ou com a diplomacia brasileira, que deixa de tempestivamente rechaçá-las,
por meio dos devidos esclarecimentos da verdade, acompanhados da comprovação
pertinente, com vistas a nunca se chegar a tamanha humilhação de ele não ser
recebido em importante instituição católica, por suspeitas de práticas erráticas
na sua gestão.
É
preciso que a importante lição seja aprendida pelo governo, com vistas a se
evitar desastre semelhante, no futuro, porque não é bom que o Brasil volte a
passar por desnecessária e desagradável humilhação.
Brasília, em 30 de outubro de 2021
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