Diante da crônica que fiz explanação sobre as competências constitucionais dos poderes da República, mostrando que cada qual tem atribuições independentes e definidas, onde ninguém pode ficar à mercê da competência ou não para o cumprimento do seu dever funcional, um distinto e respeitável cidadão escreveu a mensagem a seguir.
“Cara Antonio Adalmir
Fernandes, tudo que VSA escreveu nessa pagina, concordo. Infelizmente, grande
parte das pessoas, confundem apontar erros, em vez de cobrar obrigações dos
diversos poderes. A função do Executivo é enviar matérias de suas competências,
para apreciação do Congresso Nacional. Ao mesmo tempo, pode fazer dentro dos
permitidos constitucionais, pressões políticas, e negociações. Isso faz parte da
Democracia. Porque o povo, que apoia o executivo, fará suas pressões. porém, o
que vejo, é o executivo, apoiando, matérias do Congresso que não interessa ao
povo, apenas a alguns grupos e amigos. E o Congresso, legislando matérias, que
muitas vezes, apenas interessa aos poderosos. (...)”.
Prezado
amigo, quero deixar bem claro que não defendi os congressistas e também não os
acusei, apenas deixei muito claro no meu texto, e isso você concorda comigo,
que cada poder precisa apenas cumprir o seu dever constitucional, sem espaço
para precisar culpar um ao outro e vice-versa.
No
caso específico do Executivo, somente houve competência plena, por enquanto, no
caso específico das armas, mas com relação a outros assuntos há enorme
dificuldade para a remessa de projetos ao Legislativo e isso não encontra
qualquer justificativa plausível.
Na
minha concepção, o presidente do país não precisa ter nenhum voto no Congresso
para ser eficiente no seu trabalho, bastando apenas competência gerencial para
ser possível a aprovação dos projetos destinados ao atendimento do interesse
público, desde que eles estejam devidamente bem elaborados e acompanhados dos
relevantes fundamentos e bem amparado juridicamente, com todas as indicações de
que a finalidade da matéria é exclusivamente para beneficiar os brasileiros, diante
dos esclarecimentos sobre a sua importância social, pelos motivos alinhados nos
respectivos projetos.
Em
razão dos fortes argumentos presidenciais, constantes dos projetos, os congressistas serão obrigados a aprová-los,
sob pena de arcar com a responsabilidade por deixar de cumprir o seu dever de
legislar, conforme as circunstâncias, uma vez que eles dependem do voto do
povo.
Infelizmente,
a incompetência generalizou-se na administração pública e os aproveitadores se
beneficiam disso, pela fragilidade da aceitação sem se dizer a verdade de que o
projeto é do interesse da sociedade e não do presidente do país, embora algumas
matérias possam ter ligação de apelo eleitoreiro.
É
lamentável que a falta de verdade ainda predomine e os seguidores do presidente
do país já estão plenamente convencidos de que ele se tornou verdadeira vítima
do sistema, como sendo o governante injustiçado que não tem condições sequer de
trabalhar, porque a força maligna de outros poderes não permite que ele consiga
fazer absolutamente nada, como se isso fosse realmente verdade.
Na
verdade, não é nada disso, pelo menos na visão de quem se atreve a resistir a
essa indelicadeza muito mais sobre a alegação da descabida vitimização,
evidentemente para não assumir a falta de iniciativa gerencial, tem sido forte
marca desse governo.
Não
há a menor dúvida de que é de se lamentar que o presidente do país que teve nas
mãos os melhores trunfos para se tornar um dos maiores políticos de todos os
tempos, mas hoje ele é um homem que consegue perder popularidade por força de
seus próprios atos, por ação ou omissão, e tudo vai depender da avaliação do
seu governo, que tem sido marcado pelas instabilidades criadas pelo próprio
presidente.
Bastava
o presidente do país ter sido extremamente sensível, participativo e marechal mesmo
na liderança de todas as medidas de combate ao vírus, inclusive com viés revolucionário,
em prol do combate à crise da pandemia do coronavírus.
Duvida-se
se o presidente do país não estaria com aprovação nas alturas se ele tivesse
tido a sensatez de entender que essa terrível doença teria sido verdadeiro
presente de Deus, no bom sentido, para o seu governo, porque, estando à frente
da Presidência do país, ele tinha a chave de ouro nas mãos para se transformar
no “sargentão” contra a Covid e tudo teria feito para mostrar os melhores
interesses no combate que fosse necessário ao caso, em todas às frentes de
batalha.
O
presidente do país poderia ter formado a melhor equipe especializada por
profissionais experimentados e competentes para a liderança do Ministério da
Saúde, quando preferiu colocar na chefia desse órgão o general leigo em saúde
pública e sanitarismo, apenas para ser seu capacho no cumprimento de suas
ordens absolutamente desnorteadas, por que advindas de quem também não tem
conhecimento sobre saúde pública e o resultado bisonho e lamentável contabiliza
mais de 600 mil mortes, até o momento.
Pobre
presidente do país, que teve todos os elementos poderosos nas suas mãos para se
tornar grande homem público, mas a visível falta de visão gerencial fê-lo
pessoa refratária às orientações do próprio governo, no combate à pandemia do
coronavírus e, por via de consequência, jogar para o espaço sideral futuro
glorioso e memorável, como herói prestador de imensuráveis serviços à causa da
humanidade.
É
esse o fiel retrato de homem público que se elegeu prometendo mudanças, mas,
agora, diante dos fatos, o seu futuro político é bastante incerto, justamente
porque ele não conseguiu implementar, na plenitude, as suas metas prometidas na
campanha eleitoral de significativas mudanças de governança, conforme mostram os
fatos.
Uma
das principais mudanças fracassadas diz respeito ao combate à corrupção, foi
completamente abandonada, porque foi exatamente no seu governo que a Operação
Lava-Jato foi melancolicamente extinta e jogada na lata do lixo e ele, para se
lambuzar por completo, ainda teve a indecência de se aliar logo ao Centrão, a
quem chamava de símbolo da "política velha", exatamente pela prática
arraigada do fisiologismo, como aproveitadores do dinheiro público.
Enfim,
muitas qualidades têm o presidente do país, mas muitos de seus atos não
identificam mais com o impoluto candidato que prometia mudanças plenas na administração
pública, mas algumas ficaram no caminho, como visto, inclusive quanto à promessa
de que ele não aumentaria imposto, mas ele aumentou, contrariando a sua
afirmação de que o povo não aguentava mais imposto, mas, infelizmente, ele acaba
de entender, contrariando a si próprio, que o povo aguenta sim mais imposto.
Os brasileiros precisam se conscientizar de que ainda estar
para aparecer o homem público com a dignidade de apresentar metas de trabalho e
cumpri-las no governo propriamente, porque é exatamente isso o que acontece nas
nações sérias e evoluídas, em termos políticos e administrativos.
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