Com
a finalidade exclusiva para tentar blindar o presidente da República,
obviamente com o objetivo de se manter a imunidade dele, o que vale dizer definitivamente
ficar impune, caso ele não seja reeleito, o famigerado e desprezível Centrão
articula a criação, pasmem, do cargo de “senador vitalício”, cuja proposta
de Emenda à Constituição teria o condão de “beneficiar” ainda, precisamente pelo
vergonhoso e repudiável jeitinho brasileiro os ex-presidentes da República.
Segunda
a reportagem, a aludida informação teria sido revelada por duas importantes jornalistas
da área política, com trânsito no Congresso Nacional, por meio do podcast Papo
de Política, do g1, cujo notícia reverberou nas redes sociais.
A verdade é que, sem o foro privilegiado e sem
exercer cargo com foro especial, o atual presidente do país corre sim sério risco
de responder por crimes cuja autoria é atribuída a ele, por suspeita da prática
de desvio de função, diante de omissão ou ação devidamente coligidas por meio
de investigações, como, por exemplo, a prática de “rachadinha” em seu gabinete,
quando ele era deputado federal.
Além
de outros atos envolvendo suspeitas de práticas irregulares, o presidente do país
é acusado da autoria de nove crimes pela Comissão Parlamentar de Inquérito que
investigou os atos do governo, no combate à pandemia do coronavírus, tendo constatado
que o mandatário foi negligente e o enquadrou como agente público passível de
mais investigações, com vistas à confirmação ou não sobre os graves crimes, a
saber: a) prevaricação; b) charlatanismo; c) epidemia com resultado morte; d) infração
a medidas sanitárias preventivas; e) emprego irregular de verba pública; f) incitação
ao crime; g) falsificação de documentos particulares; h) crime de responsabilidade;
i) crimes contra a humanidade.
Segundo
as mencionadas jornalistas, o Centrão compreende que o presidente do país, tem
a proteção, agora, do procurador-geral da República e do presidente da Câmara
dos Deputados, mas, sem a imunidade inerente ao cargo público e sem a “proteção”
dos aliados, ele correrá enorme risco de ser julgado, condenado e, possivelmente,
preso, ante a diversidade dos supostos crimes, que podem se confirmar, cuja
autoria vem sendo atribuída a ele, à vista de fatos investigados.
Segundo
uma das jornalistas, o cargo de “senador vitalício” não necessariamente teria
espaço para votações nas decisões da casa, mas poderia discursar e emitir
opiniões, ou seja, seria um cargo meia tigela, com o rotulagem de fajutice da
pior espécie, apenas para ser usado especificamente para a proteção de criminosos
de colarinho branco e outros bandidos que militam na política, sem a menor
responsabilidade para prestar contas sobre seus atos à sociedade.
Os
homens públicos dignos, honrados, honestos, éticos e merecedores do respeito da
população assumem seus atos e os prestam contas quando à aplicação dos recursos
pertinentes, exatamente em nome da firmeza de caráter de ser autêntico no exercício
de cargos públicos eletivos, que têm como únicos e verdadeiros propósitos a
defesa e a satisfação do interesse público, na forma do ordenamento jurídico pátrio
e nos termos dos princípios republicano e democrático.
Com
a finalidade de materializar e consolidar os planos imorais, satânicos e
maquiavélicos, o presidente do país está avaliando o partido para se filiar,
com vistas à sua candidatura à reeleição, já tendo, entre as principais
possibilidades em vislumbre, o PP e o PL, que são, inacreditável mesmo, agremiações
integrantes logo do degradante Centrão, que já se preocupa, com bastante
antecedência, com o futuro tranquilo do homem mais ético do planeta, em mera analogia
com outro famoso político, que se diz o mais honesto do mundo.
Caso
o político com o mínimo de princípios moral e ético recebesse proposta no
sentido de ser beneficiado com a blindagem da impunidade, certamente que ele
somente teria a alternativa de ignorá-la, repudiá-la e menosprezar todos os
idealizadores de ideia mais ridícula, vil e degradante do mundo da política,
porque seria assim que se comportariam os verdadeiros políticos.
Isso representa a exata institucionalização de
medida que simplesmente torna o homem público verdadeiro verme e instrumento do
submundo da politicagem que as pessoas honradas e dignas vêm implorando há
muito tempo pelo seu sepultamento da mentalidade doentia dos homens públicos.
A
impressão que se tem, de antemão, é a de que o presidente da República, que prima
pela moralidade na administração pública, logo vai se pronunciar para rechaçar
terminantemente qualquer medida de exceção, em especial, com o propósito de o
beneficiar diretamente, porque agindo assim ele mostra que prefere defender até
a morte a legitimidade de seus atos, mesmo se for obrigado a cumprir pena de condenação,
porque é assim que se imagina para a sua índole de verdadeiro homem público.
Em
princípio, fica muito evidente que aquele grupo político imagina que o
presidente brasileiro vem praticando atos irregulares e, em razão disso, ele precisa
ser protegido permanentemente, inclusive depois que deixar o cargo, fato este
que apenas expõe a fragilidade dos princípios da moralidade e da dignidade na
administração pública, à vista da necessidade de proteção para quem pratica
atos irregulares.
O
Brasil precisa de medidas no sentido contrário do que são imaginadas por mentes
podres, mais necessariamente com a obrigatoriedade do zelo com a coisa pública
e da responsabilidade dos gestores públicos, sem iniciativa deprimente como essa
pretendida pelo principal grupo aliado do governo, declaradamente para a blindagem
de homem público que, ao contrário, precisa ter dignidade para assumir seus
atos, inclusive prestando contas à sociedade e justificando a boa e regular
prática inerentes a eles.
Enquanto
isso, trata-se, mais uma ideia nitidamente cancerosa que brota no seio da
política brasileira e a todo momento turbina o seu ambiente com as mais terríveis
e trágicas criações engenhosas para servirem de instrumento da desavergonhada impudência,
no sentido da disseminação da impune desmoralização que tem sido o apanágio dos
aproveitadores do dinheiro público, dos desonestos e, enfim, dos homens
públicos da velha política, que não perdem a pose, mesmo no seu papel principal
de ator carcomido pelo vírus da desmoralização.
Pelo
tanto que se fala do comportamento desse grupo político símbolo do podre e ultrapassado
fisiologismo, essa triste e incrível proposta não constitui nenhuma novidade,
porque ela apenas confirma a sua verdadeira índole de oportunista em todos os
sentidos vislumbrados pela política, que vem sendo utilizada por miserável
grupo para o benefício de seus integrantes, de maneira a mais explícita e
natural possível, porque é justamente nessa seiva da degradação moral que seus integrantes
se alimentam e se nutrem, conforme mostram o fatos, à saciedade.
Poderia
até se indagar, por questão do sentimento próprio da estranheza humana, diante
de situação degradante, em termos de princípios, mas qual é mesmo a culpa que
tem esse poderoso grupo político integrado por homens públicos sem a mínima qualificação
ético-moral e a resposta viria com o lapidar de extrema lucidez, qual seja, absolutamente
nenhuma, porque eles têm carta branca da sociedade para a soberania das suas ações
e decisões, inclusive para aprovar e implantar na administração pública brasileira
monstruosidades como essa?
A
legitimidade para a plena autonomia da transformação do Brasil em verdadeira
pocilga política tem a soberana chancela dos brasileiros, que são investidos da
competência constitucional para eleger seus representantes políticos, por meio
do sufrágio universal, que se reveste de autêntico e legal garantidor dessa
esculhambação oficializada.
A
verdade é que os congressistas integrantes do Centrão foram eleitos pelo povo,
sim, repita-se, exatamente pelo povo, que tem plena consciência em quem vota e
elege, não importando com o que o partido do seu candidato vai fazer com o seu
voto.
É
notório que o resultado é precisamente esse que está aí, onde os parlamentares
se associam em comum acordo para a disseminação de ideias as mais imundas e
indignas da vida pública, como essa de blindar político já com a certeza de protegê-lo
sobre suspeitas de atos revestidos de irregularidade, que ficam desobrigado de
burlar a exigência legal da prestação de contas sobre os seus atos na vida
pública, embora estes deveriam ser revestidos somente das práticas tendo por base
os princípios da legalidade, da moralidade e da probidade.
Diante
dessa deplorável situação de serena e contumaz imoralidade da vida pública
brasileira, não adianta sequer a insinuação de reclamação, repúdio e muito
menos estrebuchamento pelo terrível e desanimador status quo, porque a
única medida razoável e possível para o saneamento dessa pouca-vergonha é tão
somente os eleitores criarem vergonha na cara e aprenderem a votar corretamente,
por meio da escolha de homens públicos dignos e cônscios dos seus deveres
cívico e patriótico de honrarem os verdadeiros princípios institucionais da
política.
Urge
que os eleitores somente elejam seus representantes para o exercício de cargos
públicos eletivos que efetivamente se comprometam a trabalhar em defesa do
interesse público, evidentemente aqueles políticos que não integrem os partidos
do Centrão, porque estes já são eleitos com o firme propósito de formarem o
maior clube dos sem-vergonha do planeta, à vista de medida como essa da criação
de cargo de “senador vitalício”, que tem a característica de excrescência
própria das piores republiquetas.
Brasília,
em 31 de outubro de 2021
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