quarta-feira, 14 de junho de 2023

Acabou a magia?

 

A revista francesa L’Express publicou edição fazendo análise impiedosa, mas oportuna, sobre a diplomacia brasileira, no início de terceiro mandato do atual presidente do país.

De acordo com a vali8ação dessa revista, “’a magia Lula’ acabou depois que o presidente brasileiro ‘desqualificou’ o ucraniano Volodymyr Zelensky e, ao mesmo tempo, ‘elogiou’ o venezuelano Nicolás Maduro.”.

A reportagem ressalta que a “diplomacia brasileira, criada em 1821, desfruta de ‘grande prestígio por seu profissionalismo e sua tradição reconhecida de pragmatismo’. Entretanto, hoje esses traços não estariam mais ‘funcionando’”.

A revista assinala que “Aqueles que admiravam o presidente brasileiro não o entendem.”.

A reportagem lembra que, desde a campanha eleitoral, o “’herói da esquerda latino-americana’ já desqualificava Zelensky como sendo um ‘cara’ que queria aparecer, enquanto a cidade ucraniana de Mariupol ‘desmoronava sob as bombas russas’”.

A revista L’Express faz questão de lembrar que, mais recentemente, na última cúpula do G7, no Japão, o presidente brasileiro “’se distinguiu’ novamente ao ser o único a não se levantar para cumprimentar o líder ucraniano, semanas depois de fazer comentários controversos sobre a guerra na Ucrânia e receber o chanceler russo Sergei Lavrov em Brasília. Assim, se esvaíram as ambições do Brasil, que esperava atuar como mediador na resolução do conflito iniciado por Vladimir Putin”.

Por fim, a reportagem ironiza, assinalando que “E na semana retrasada, de novo! O brasileiro reabilitou o presidente venezuelano, cuja única diferença com um ditador de direita é que ele é de esquerda”.

À luz do bom senso e da racionalidade, a verdade é que nunca existiu magia coisa alguma na pessoa da principal autoridade brasileira, como demorou a enxergar assim a importante revista francesa e, na mesma diapasão, outros relevantes meios de comunicação e autoridades do mundo político, que agora passam a notar e registrar gravíssimos defeitos na condução das políticas da diplomacia tupiniquim.

O certo mesmo é que a narrativa cediça à verdade, que foi construída em cima de trajetória absolutamente sem consistência, vem se relevando com muita clareza para o mundo pelo próprio protagonista, com os devidos contornos que lhe são peculiares, à vista dos fatos apontados diretamente pela revista francesa, quando antes os principais meios de comunicação fecharam os olhos para o pernicioso envolvimento dele com o submundo da criminalidade e dos esquemas deprimentes da corrupção, conforme os fatos revelados pela Operação Lava-Jato.

Enfim, onde realmente a revista L’Express estava quando a Justiça brasileira o condenou à prisão, precisamente em razão da comprovada prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, delitos tais capazes de mandar para o espaço sideral todas as magias do homem público, por vislumbrarem a materialização de atos criminosos incompatíveis com a prática de atividades políticas?

Por que somente agora a citada revista reconhece que acabou a magia desse político, quando bem antes disso ele já havia sido capaz de se enlamear, literalmente, com as piores sujeiras pútridas na vida pública, cujos atos deprimentemente maculados, reconhecidos pela Justiça brasileira, continuam sem qualquer explicação nem justificativa perante a Justiça e a sociedade por parte dele, mas que foram absurdamente ignorados pela imprensa e muitos brasileiros?

A verdade é que os processos consistentes às denúncias sobre as práticas de malversação de recursos públicos, cuja autoria é atribuída a ele, permanecem intactos na Justiça, aguardando julgamento ou apenas já foram arquivados por prescrição criminal, mas sem jamais haver justificativa contra as acusações propriamente ditas sobre as práticas de irregularidades com a gestão do dinheiro público, a exemplo do monstruoso desvio de dinheiro dos cofres da maior petrolífera brasileira, que, por conta disso, muitos aproveitadores devolveram parte do fruto dos roubos, à exceção do principal deles, que preferiu enganar muitos brasileiros, se passando por inocente, sem nunca ter provado absolutamente nada em contrário às suspeitas de corrupção.

Enfim, esperam-se que a coragem e a sinceridade, embora muito tardia e lamentavelmente, expressas pela importante revista francesa L’Express possam despertar a consciência de falsos brasileiros sobre o real sentimento de amor e patriotismo ao Brasil, para que eles reavaliem o seu apoio somente a políticos qualificados, competentes e interessados na defesa dos interesses nacionais e dos brasileiros.   

Brasília, em 14 de junho de 2023

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