sexta-feira, 23 de junho de 2023

Estratégia inteligente

 

Em vídeo que circula nas redes sociais, um experiente jornalista lança luzes sobre as estratégias técnicas empregadas pelo sistema dominante para derrotar o governo de então, mostrando que os líderes desse movimento foram vitoriosos porque souberam utilizar recursos inteligentes e competentes para garrotear facilmente a sua presa, em cada fase do processo que a liquidaria, em definitivo, no final da disputa.

A verdade descrita com bastante propriedade pelo sapiente articulista não merece reparo, na forma abordada por ele, mostrando fatos sob a ótica nua e cru, sem sopesar as circunstâncias que levaram ao adensamento da situação catastrófica e monstruosa que se encontra o Brasil.

Ou seja, parece lapidar a conclusão do inteligente e corajoso jornalista, mas a situação não é somente isso, uma vez que o degringolar  da República tem importante marco, que foi a partir de quando o então presidente do país decidiu peitar e enfrentar o  peso pesado do poderoso sistema atualmente dominante, talvez imaginando que seria mais forte, sob o entendimento, pelo visto, de que, quem tinha as chaves do poder, certamente poderia se beneficiar das facilidades para dominar a situação, mas as estratégias adotadas por ele se tornaram pífias e insuficientes.

A partir disso, as disputas foram se intensificando lado a lado, com o meticuloso movimento das peças do tabuleiro do poder, sendo desferido o lance mais ousado, em forma estratégica, por meio da anulação das condenações à prisão do maior corrupto da 0história republicana brasileira, de tal modo a macular os salutares princípios da moralidade e da integridade cívicas.

Embora tal medida não tivesse fundamento legal para respaldá-la, ela sequer questionada por ninguém, em que pese a monstruosidade representada por suas consequências, na seara jurídica, exatamente por não haver, para tanto, qualquer amparo legal nem constitucional, ficando tudo como se regular fosse.

Isso foi só o começo do mais importante golpe aos planos políticos do então presidente do país, que continuou atônito na lona, sem conseguir esboçar qualquer reação contra o impetuoso e esperto sistema, que, inteligentemente, o instigava à disputa, na certeza de que ele seria facilmente abatido, etapa por etapa, exatamente por já ter demonstrado postura de plenas incapacidade e incompetência para o combate, mas a impetuosidade dele incitava as provocações próprias do sistema, mesmo se mostrando cada vez mais presa fácil a ser derrotada, como de fato foi.

Ou seja, à vista dos fatos, não há a menor dúvida de que o dito popular de que o peixe morre pela boca pode ter acontecido com o então presidente do país, que aceitou disputar o poder com o decomposto sistema dominante e se deu muito mal, porque este foi muito mais competente e inteligente, em termos estrategicamente políticos, não dando a mínima chance para o então presidente mostrar qualquer forma de desenvoltura, quanto mais de reação à altura dos acontecimentos.

À toda evidência, o ex-presidente foi incapaz até mesmo com relação à decretação da intervenção militar, que poderia possibilitar não somente a purificação da sujeira que já imperava com o abuso de autoridades e a adoção de decisões e atos inconstitucionais, mas a verificação sobre a regularidade das últimas eleições brasileiras, a despeito de muitas denúncias sobre irregularidades na operacionalização das urnas eletrônicas, o que talvez nem tivesse permitido que o poder, no Brasil, estivesse sob o controle do sistema da escuridão político-administrativa.

Enfim, é preciso que as pessoas sensatas se conscientizem de que a inversão de valores, na República tupiniquim, pode ter por vertente situações que poderiam ter sido completamente diferentes se as pessoas envolvidas tivessem sido minimamente sensíveis, sensatas e racionais, em especial, jamais tendo se envolvido em disputa do poder por quem demonstrou ter muito mais domínio da situação e soube mover as peças políticas com muito mais habilidade e destreza.

Brasília, em 23 de junho de 2023

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