quinta-feira, 1 de junho de 2023

Insensibilidade hamana

 

Importante apresentador global se mostrou indignado e muito incomodado com as declarações do presidente brasileiro acerca do abrandamento das crueldades e barbaridades protagonizadas pela ditadura venezuelana, quando o mandatário chegou a classificá-la como sendo verdadeira democracia.

Diante disso, o apresentador de televisão refutou as aludidas declarações, tendo afirmado que ele teria visto com os próprios olhos a situação das famílias que fugiram do país, devido às maldades do seu governo ditatorial, nestes termos: “Ninguém me contou. Fui lá e vi. Estive na fronteira e conversei com dezenas de famílias nos campos de acolhimento fugindo da ditatura venezuelana. Não é só uma narrativa. É real e não tem nada a ver com democracia”.

A declaração do apresentador vem após a repercussão da visita do presidente ditador venezuelano ao Brasil, em que o chefe de estado brasileiro, em discurso de recepção, afirmou que foi criada uma narrativa antidemocrática para a gestão do governo do líder da Venezuela, precisamente nestes termos: “Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo. Você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo”.

A vindo do ditador venezuelano ao Brasil foi criticada, com severidade, pelas imprensa e sociedade séria brasileira, inclusive por países amigos do Brasil, por se tratar de monstruosa ditadura que impera naquele país, em que a população vive subjugada a regime extremamente hostil de privações as mais terríveis possíveis.

Há vários anos, aquele país foi transformado em ditadura dos horrores, em que os alimentos e produtos de primeira necessidade são escassos e muitos são  inexistentes, que, mesmo assim, eles ainda são distribuídos de forma racionada para a população, que também perdeu a sua dignidade, diante da falta de liberdade para se manifestar e se expressar em defesa de seus direitos de cidadania, uma vez que o governo controla com mão de ferro o pensamento e as ideias do povo.

Essa forma de absolutas crueldade e desumanidade impingida ao povo da Venezuela já obrigou a migração de milhões de pessoas, que fugiram para outros países, evidentemente em busca de condições de sobrevivência, diante dos maus-tratos proporcionados pela ferrenha e impiedosa ditadura, que tem sido implacável contra quem se atreve a enfrentá-la, conforme evidenciam as notícias vindas de lá.

Quando a maior autoridade pública de nação da grandeza do Brasil declara que toda forma de desgraça, sofrimento e miséria atribuída ao governo desventurado fica apenas no campo da narrativa construída por opositores ao regime demoníaco, como forma de distorcer os fatos verdadeiros existentes naquele caustico país, fica muito clara a verdadeira mentalidade consistente na precisa insensibilidade como pessoa que nega a sua natureza de ser humano, quando é capaz de ficar cego e impassível à dura e inflexível realidade dos fatos visíveis pelos olhos humanos e pelas lentes dos meios de comunicação.

A verdade é que a tentativa de se transformar verdadeira tragédia humanitária em mera narrativa, com total menosprezo à realidade dos fatos, como quem pretende dar nova forma, em passe de mágica, a indiscutível pessoa horrenda e monstruosa em apenas vítima castigada por processo de perseguição, tem o real condão de expor a mesma índole ideológica desse facínora, sanguinário e desumano ditador, que não se envergonha nem se sensibiliza por reiteradas práticas de horrorosos crimes contra a humanidade.

Convém o necessário registro de que a assumida revelação da insensibilidade acerca dos verdadeiros sentimentos humanitários, na forma como foi declarada publicamente, sem o menor pudor, a banalização da prática de crimes contra a humanidade, como os maus-tratos predominantes existentes naquele país, como se isso fosse mera narrativa, que precisa ser sustentada pelo atroz mentor e protagonista dessa sentida tragédia, tem a cumplicidade de expressiva parcela de brasileiros que ajudaram a colocar no poder pessoa visivelmente contrária aos princípios humanitários, por solidarizar-se com a disseminação de crimes de lesa-humanidade.

Concita-se que os brasileiros, conscientizados sobre a necessidade da preservação dos salutares princípios humanitários, se manifestem em defesa de implacável condenação aos homens públicos cuja ideologia é declaradamente favorável às práticas de crimes de lesa-humanidade, como os que vêm acontecendo em muitos países latino-americanos, que são insensivelmente considerados como mera narrativa.

Brasília, em 1º de maio de 2023

Nenhum comentário:

Postar um comentário