Segundo a versão do padre Joãozinho,
no seu pensamento de hoje, “O amor perfeito é amar de graça, sem interesse
ou troca, sem busca de satisfação. Amar os inimigos é um amor assim! Aquele que
me odeia, não me dá nenhuma satisfação; aliás, não me dá nenhuma razão para
amá-lo. A lógica racional seria não amar, porque ele não me ama. Mas Jesus
inverteu esta lógica! Amar quem não me ama, me dá a garantia de que este amor
não tem nenhum tipo de interesse; portanto, ele é um amor semelhante ao amor de
Deus, que nos amou quando ainda éramos seus inimigos (Mt 5,43-48).”.
É
evidente que eu não ousaria discordar do sábio padre Joãozinho, mas entendo, na
ordem do livre pensamento, que o verdadeiro sentido do amor é exatamente não
haver condições para que ele se realize espontaneamente, em nome da causa maior
da aceitação como princípio de incondicionalidade, uma vez que, do contrário,
deixaria de sublimar o seu verdadeiro desiderato, na sua essência de
acolhimento cristão, que tem com princípio somente o amor ao próximo.
A
verdade é que somente pode existir uma forma de amor, que é aquela que só
contempla a possibilidade de acolhimento, tolerância, aceitação e compreensão,
tendo por propósito a construção do consenso e da convergência no relacionamento
aceitável entre as pessoas, independentemente de suas idiossincrasias.
Na
concepção cristã, somente deve prevalecer a forma clássica do amor, que
dispensa qualquer outra maneira de adjetivação para ele, como, por exemplo, o
amor perfeito, o amor verdadeiro, o amor puro, o amor divino ou qualquer outra
tentativa de assemelhar à sua importância, exatamente porque ou tem o amor de
raiz, que é totalmente diferente do amor que simplesmente se amolda ao momento
ou à circunstância.
Ou
seja, não existe amor perfeito ou imperfeito, mas sim deve prevalecer somente o
amor, na sua essência, que é aquele instituído por Deus e pronto, porque, do
contrário, tem-se o desamor.
Brasília, em 20 de junho de 2023
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