terça-feira, 20 de junho de 2023

O amor

 

Segundo a versão do padre Joãozinho, no seu pensamento de hoje, “O amor perfeito é amar de graça, sem interesse ou troca, sem busca de satisfação. Amar os inimigos é um amor assim! Aquele que me odeia, não me dá nenhuma satisfação; aliás, não me dá nenhuma razão para amá-lo. A lógica racional seria não amar, porque ele não me ama. Mas Jesus inverteu esta lógica! Amar quem não me ama, me dá a garantia de que este amor não tem nenhum tipo de interesse; portanto, ele é um amor semelhante ao amor de Deus, que nos amou quando ainda éramos seus inimigos (Mt 5,43-48).”.

É evidente que eu não ousaria discordar do sábio padre Joãozinho, mas entendo, na ordem do livre pensamento, que o verdadeiro sentido do amor é exatamente não haver condições para que ele se realize espontaneamente, em nome da causa maior da aceitação como princípio de incondicionalidade, uma vez que, do contrário, deixaria de sublimar o seu verdadeiro desiderato, na sua essência de acolhimento cristão, que tem com princípio somente o amor ao próximo.

A verdade é que somente pode existir uma forma de amor, que é aquela que só contempla a possibilidade de acolhimento, tolerância, aceitação e compreensão, tendo por propósito a construção do consenso e da convergência no relacionamento aceitável entre as pessoas, independentemente de suas idiossincrasias.

Na concepção cristã, somente deve prevalecer a forma clássica do amor, que dispensa qualquer outra maneira de adjetivação para ele, como, por exemplo, o amor perfeito, o amor verdadeiro, o amor puro, o amor divino ou qualquer outra tentativa de assemelhar à sua importância, exatamente porque ou tem o amor de raiz, que é totalmente diferente do amor que simplesmente se amolda ao momento ou à circunstância.

Ou seja, não existe amor perfeito ou imperfeito, mas sim deve prevalecer somente o amor, na sua essência, que é aquele instituído por Deus e pronto, porque, do contrário, tem-se o desamor.

Brasília, em 20 de junho de 2023

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