Não é a primeira vez
que mensagem com conteúdo deplorável como esse aparece para trucidar a
consciência de brasileiros honrados e dignos, que teriam sido vergonhosamente enganados
por meio de fraudes na operacionalização das urnas eletrônicas, cujos
resultados do pleito eleitoral difere da verdadeira vontade do povo.
Sim, porque isso tem o
peso de toneladas de massacre sobre a consciência cívica, evidentemente no caso
de que a notícia a que se refere o vídeo em causa contradiga o resultado das
últimas eleições, na forma proclamada pela Justiça eleitoral.
Ou seja, à vista dessas informações
clandestinas, as urnas eletrônicas teriam sido brutalmente violentadas, por
meio de falsificação propositadamente com a finalidade de se eleger outro
candidato do desejo do povo, cujo resultado da votação teria sido completamente
dissonante daquele anunciado pelo órgão oficial, que até pode ter fundo de
verdade, ante a falta de transparência sobre a operacionalização do sistema
eleitoral brasileiro.
Diante de situação
extremamente esdrúxula como essa, suscita-se a indagação sobre o que teria
levado os interessados na fidedignidade das eleições a se silenciarem e
aceitarem covardemente situação indiscutivelmente irregular e inadmissível em
uma democracia, onde é preciso que prevaleçam a verdade e a transparência dos
atos inerentes ao interesse público, considerando em especial a monstruosidade
sobre a sustentação de resultados eleitorais fictícios e inexistentes, caso, repita-se,
as informações oferecidas pelo vídeo em causa sejam verdadeiras.
O pior e o mais grave
de tudo isso é que essa monstruosa falsificação, se realmente tenha existido, tem
por finalidade a sustentação de terrível mentira, como se ela tivesse fundo de verdade,
que se mantém válida exatamente devido à falta de transparência, uma vez que
somente por meio do acesso aos dados das eleições seria possível a confirmação dos
verdadeiros resultados das urnas eletrônicas, mas isso é impossível, em face do
sigilo imposto pelo principal órgão eleitoral.
Isso que representa o
vídeo em apreço somente poderia existir no mundo surreal, em que a falseta idealizada
e efetivada pelo homem tem o poder de prevalência como se verdade fosse e ainda
ninguém se revolta e age para exigir a comprovação da correta operacionalização
do sistema eleitoral brasileiro, porque isso é apenas o normal cumprimento do
princípio da transparência na administração pública, por força da salutar norma
democrática e civilizatória insculpida no art. 37 da Constituição.
A verdade é que todos
os homens públicos que foram prejudicados e nada fizeram para a devida
reparação dos danos decorrentes das possíveis irregularidades, caso as fraudes
em comento sejam verdadeiras, são considerados indignos de respeito, por se
acovardarem e não fazerem jus à confiança e ao apoio dos brasileiros honrados e
dignos, quando o seu dever é o de lutar por seus direitos e pela verdade sobre
os fatos até as últimas consequências, doa a quem doer, à vista da prevalência,
no Estado Democrático de Direito, da repulsa às suspeitas de irregularidades.
Os brasileiros precisam
se conscientizar de que o aperfeiçoamento dos princípios democráticos e
republicanos tem como alicerces a verdade e a transparência, fundados nas quais
tem-se a plena certeza o respeito aos atos da administração pública.
Brasília, em 4 de junho de 2023
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