domingo, 25 de junho de 2023

Verdadeiro?

Diante de vídeo que circula nas redes sociais, com mensagem analisando o desempenho do último ex-presidente do país, uma pessoa escreveu a seguinte mensagem: “Presidente verdadeiro e sem lero-lero, sem mentiras, e que defendia seu povo com unhas e dentes, aliás, lembrando bem que foi nessa mesma reunião que o traíra do (omiti o nome) se levantou e saiu por estar no ‘governo errado’, como disse o (omiti o nome)! Lembrando também que essa reunião particular só com Ministros, jamais deveria ter sido exibida ao público, como fez o sacana ex-ministro (omiti o nome), com o intuito de acabar com a reputação do ex-Presidente (omiti o nome).”.

Na verdade, a beleza da consciência cívica consiste exatamente no direito de as pessoas pensarem e se expressarem livremente, evidentemente cada qual tendo  a oportunidade para expor as suas opiniões, mesmo que elas tenham somente a sua verdade, porque, enfim, é isso que importa.

A princípio, na administração pública, a regra é a transparência, ex-vi do disposto no art. 37 da Constituição, o que vale dizer que nenhuma reunião do governo deve ser classificada como sigilosa, salvo se o objeto dela for para tratar de assuntos estratégicos de segurança nacional ou outro assunto de extrema importância cuja divulgação possa comprometer  os interesses do Brasil.

Em governo com o mínimo de seriedade e especialmente compromissado com o interesse público, todos os seus atos precisam ser transparentes, como forma da necessária evidenciação da lisura e da regularidade, em consonância com os salutares princípios republicanos e democráticos.

 A partir da resistência à transparência dos atos da administração, a expectativa que se tem é a pior possível, diante da possibilidade de haver algo ruim que precisa ser escondido, evitado ao conhecimento da opinião pública e da sociedade em geral, exatamente para a injustificável proteção de algo ou de alguém e isso é péssimo e muito ruim para a imagem do governo, que tem a permanente obrigação constitucional da transparência de seus atos.

 Por seu turno, a história mostra que o ministro da Justiça deixou o cargo por divergência com o presidente do país, quando ele pretendia mudar a direção da Polícia Federal, que possibilitaria a mudança do superintendente do órgão, no Rio de Janeiro, que investigava suspeitas de prática de irregularidades envolvendo filhos do presidente, mais especificamente com relação a suspeitas sobre a prática das famosas “puxadinhas”, nos gabinetes deles.

 Esse imbróglio terminou muito ruim para o governo, posto que ele conseguiu realizar o seu intento, justamente logo depois da saída do ministro.

Isso é fato verdadeiro, que precisa ser dito e ficar às claras.

Por fim, é bom tom que fique bastante claro que, se o último presidente do país defendesse o seu povo, ele jamais teria ficado calado, depois das eleições, quando ele se recolheu, em estrondoso silêncio, no conforto da sua residência presidencial, dando às costas para os apelos veementes dos seguidores dele, que ficaram, por mais de sessenta dias, sob impiedoso e cruel relento, submetidos às intempéries de chuvas, tempestades, sol inclemente e outras dificuldades, sem que eles tivessem o merecimento de qualquer satisfação por parte do mandatário do país, a não ser a negativa da intervenção militar, que poderia ter salvo o Brasil das tragédia da desgovernabilidade atual.

Essa omissão, além de ser a prova da falta de sentimento verdadeiro pelo povo, é a prova irrefutável e indiscutível da falta de amor à pátria e aos brasileiros, uma vez que a entrega do poder ao nefasto sistema dominante, visivelmente alinhado com a índole da desonestidade e dos esquemas criminosos, à vista dos escândalos investigados e julgados, que são do conhecimento geral.

O certo mesmo é que o último ex-presidente, depois de ter fugido do país, antes do término do mandato, até agora, não se dignou a esclarecer e justificar, como é do seu dever, a inadmissível negativa da intervenção militar, que tinha amparo no artigo 142 da Constituição e era absolutamente necessária, quando a medida possibilitaria a verificação sobre a regularidade das últimas eleições, a despeito de inúmeras denúncias sobre suspeitas de irregularidades na operacionalização das urnas eletrônicas.

A verdade mostra triste e deplorável fim de político que foi muito mais aproveitador do poder do que benfeitor das causas de interesse do povo, em especial por ter entregue o Brasil, sem resistência alguma, como era seu dever em contrário, ao domínio do sistema das trevas.

Espera-se que os brasileiros honrados e dignos se conscientizem sobre a verdade dos fatos, de modo que os político-administrativos sejam avaliados segundo o mérito do seu legado, inclusive no que diz respeito aos  seus erros e omissões prejudiciais ao Brasil e aos brasileiros.

            Brasília, em 25 de junho de 2023 

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