Muito
recentemente, ainda na campanha eleitoral, um famoso economista dissera que a
então candidata petista, hoje reeleita seria a única pessoa em condições de manter o
modelo atual de desenvolvimento, apesar de reconhecer a fase crucial de
consolidação do capitalismo brasileiro.
Á
época, pareceu muito estranho e até estarrecedor que renomado economista ainda
tivesse a audácia e ousadia de defender, com bastante ênfase, a desastrosa
condução da economia brasileira, a par dos terríveis e ridículos desempenhos
das políticas econômicas, conforme os resultados nada animadores do Produto
Interno Bruto, que deve crescer, este ano, muito próximo zero, o que significa paupérrimo
resultado para as notórias condições oferecidas de potencialidades e de
riquezas existentes no país, que certamente contribuiriam para melhor
crescimento caso os mecanismos obsoletos e ultrapassados adotados pelo governo fossem
substituídos por políticas macroeconômicas modernas e aperfeiçoadas, em
consonância com os princípios praticados pelos países desenvolvidos.
À
toda evidência, há cristalina propensão do colunista a partidarizar seu
comentário, por afirmar que a presidente é a única em condições de manter o
modelo de desenvolvimento, embora a postura gerencial do seu governo tenha sido
péssimo exemplo da condução das políticas econômicas, como evidenciado no pífio
desempenho do Produto Interno Bruto, que representará baíssimo nível de
desenvolvimento, com substancial queda na arrecadação, significativa diminuição
dos investimentos públicos, restrição da renda, ante o aumento do desemprego e
achatamento de salários, crescente dificuldade da competitividade da produção
nacional e alimentação do processo de retardo da retomada do desenvolvimento,
justamente porque as práticas econômicas continuarão sendo as mesmas do governo
que já perdeu as condições de governabilidade, cuja constatação tem sido muito
forte com a retirada do país dos investimentos estrangeiros, à vista da
desindustrialização que vem se acentuando nos últimos tempos.
De
certa forma, o economista tem razão, porque o atual modelo é compatível com o
governo que não teve capacidade para desenvolver coisa nenhuma, principalmente
por não ter tido condições de reformar as estruturas do Estado, notadamente no
que diz respeito à elevadíssima carga tributária, que é um dos principais
fatores que contribuem para o fortalecimento do custo Brasil, que vem causando
forte estrangulamento dos setores produtivos, inclusive da desindustrialização
e do afastamento do capital estrangeiro, ante os instransponíveis gargalos aos
investimentos no parque industrial, principal responsável ao desenvolvimento do
país.
Por
seu turno, não é de bom tom, por ser bastante temerário e injusto, que o
profissional faça avaliação conclusiva sobre o desempenho de outro candidato
que nunca presidiu o país, quando ele somente conhece o resultado apenas da
candidata petista, cujo desempenho não é nada animador, ante os indicadores
conhecidos por todos, a exemplo do PIB, com os resultados negativos do primeiro
semestre, mostrando que o país teria entrado em recessão nesse período.
Não
há dúvida de que é tendenciosa a afirmação do economista, precisamente porque ele
não conhece absolutamente nada sobre a capacidade e a competência
administrativa e gerencial do candidato tucano, que estavam concentradas nas
suas metas e nos seus planos de governo, ainda delineadas apenas em forma de intenções,
que são bastante insuficientes para fins de comparação de desempenho com quem
já teve plenas condições de mostrar capacidade gerencial, mas seus resultados
das políticas econômicas vão ficar para a história como os mais desastrosos e
terríveis da história republicana.
Na
verdade, o economista poderia ter tido melhor contribuído para a democracia e
para a verdade dos fatos se tivesse o devido cuidado de analisar a questão em
comento sem mostrar parcialidade e preferência pela então candidata petista,
porque isso, além de ser induvidosamente condenável, por ser profissional
também da imprensa e ainda por envolver tema de suma importância para a
formação da opinião pública, exatamente no momento em que o comprometimento da
sinceridade e da verdade pode contribuir para a formação da opinião pública e o
fortalecimento democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
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