domingo, 2 de novembro de 2014

Modelo de desenvolvimento?

Muito recentemente, ainda na campanha eleitoral, um famoso economista dissera que a então candidata petista, hoje reeleita seria a única pessoa em condições de manter o modelo atual de desenvolvimento, apesar de reconhecer a fase crucial de consolidação do capitalismo brasileiro.
Á época, pareceu muito estranho e até estarrecedor que renomado economista ainda tivesse a audácia e ousadia de defender, com bastante ênfase, a desastrosa condução da economia brasileira, a par dos terríveis e ridículos desempenhos das políticas econômicas, conforme os resultados nada animadores do Produto Interno Bruto, que deve crescer, este ano, muito próximo zero, o que significa paupérrimo resultado para as notórias condições oferecidas de potencialidades e de riquezas existentes no país, que certamente contribuiriam para melhor crescimento caso os mecanismos obsoletos e ultrapassados adotados pelo governo fossem substituídos por políticas macroeconômicas modernas e aperfeiçoadas, em consonância com os princípios praticados pelos países desenvolvidos.
          À toda evidência, há cristalina propensão do colunista a partidarizar seu comentário, por afirmar que a presidente é a única em condições de manter o modelo de desenvolvimento, embora a postura gerencial do seu governo tenha sido péssimo exemplo da condução das políticas econômicas, como evidenciado no pífio desempenho do Produto Interno Bruto, que representará baíssimo nível de desenvolvimento, com substancial queda na arrecadação, significativa diminuição dos investimentos públicos, restrição da renda, ante o aumento do desemprego e achatamento de salários, crescente dificuldade da competitividade da produção nacional e alimentação do processo de retardo da retomada do desenvolvimento, justamente porque as práticas econômicas continuarão sendo as mesmas do governo que já perdeu as condições de governabilidade, cuja constatação tem sido muito forte com a retirada do país dos investimentos estrangeiros, à vista da desindustrialização que vem se acentuando nos últimos tempos.
De certa forma, o economista tem razão, porque o atual modelo é compatível com o governo que não teve capacidade para desenvolver coisa nenhuma, principalmente por não ter tido condições de reformar as estruturas do Estado, notadamente no que diz respeito à elevadíssima carga tributária, que é um dos principais fatores que contribuem para o fortalecimento do custo Brasil, que vem causando forte estrangulamento dos setores produtivos, inclusive da desindustrialização e do afastamento do capital estrangeiro, ante os instransponíveis gargalos aos investimentos no parque industrial, principal responsável ao desenvolvimento do país.
Por seu turno, não é de bom tom, por ser bastante temerário e injusto, que o profissional faça avaliação conclusiva sobre o desempenho de outro candidato que nunca presidiu o país, quando ele somente conhece o resultado apenas da candidata petista, cujo desempenho não é nada animador, ante os indicadores conhecidos por todos, a exemplo do PIB, com os resultados negativos do primeiro semestre, mostrando que o país teria entrado em recessão nesse período.
Não há dúvida de que é tendenciosa a afirmação do economista, precisamente porque ele não conhece absolutamente nada sobre a capacidade e a competência administrativa e gerencial do candidato tucano, que estavam concentradas nas suas metas e nos seus planos de governo, ainda delineadas apenas em forma de intenções, que são bastante insuficientes para fins de comparação de desempenho com quem já teve plenas condições de mostrar capacidade gerencial, mas seus resultados das políticas econômicas vão ficar para a história como os mais desastrosos e terríveis da história republicana.
Na verdade, o economista poderia ter tido melhor contribuído para a democracia e para a verdade dos fatos se tivesse o devido cuidado de analisar a questão em comento sem mostrar parcialidade e preferência pela então candidata petista, porque isso, além de ser induvidosamente condenável, por ser profissional também da imprensa e ainda por envolver tema de suma importância para a formação da opinião pública, exatamente no momento em que o comprometimento da sinceridade e da verdade pode contribuir para a formação da opinião pública e o fortalecimento democrático. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
          Brasília, em 1º de novembro de 2014

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