Agora que a eleição presidencial já faz parte do
passado bem recente, parece oportuno se fazer breve avaliação sobre o enorme desafio
que seria atribuído ao candidato de oposição se ele tivesse sido eleito, tendo
a gigantesca missão de renovar o sonho dos brasileiros, que consistiria, em
especial, nas mudanças que tanto o país precisa para superar as enormes barreiras
que estão impedindo o seu tão ansiado progresso.
O desafio da oposição seria, na verdade, compreender
a real situação do país, quanto às precariedades e as mazelas que grassam na
administração pública, agravada pela falta de alternativas que poderiam ter
sido implementadas nos últimos doze anos, que foram perdidos exatamente pela
inexistência de reformas fundamentais das estruturas do Estado.
Não há a menor dúvida de que a renovação do sonho
do brasileiro por um país moderno, moralizado, acreditado, democrático,
eficiente e desenvolvido, em todos os aspectos, é ser administrado por governo
competente e capacitado, que tenha condições para conduzir o país, de forma
alternativa ao atual governo, ao rumo do progresso social, cultural, econômico,
político e democrático, tendo a consciência sobre a premente necessidade da
implementação de reformas das estruturas do Estado.
Em princípio, as reformas deveriam enfocar,
prioritariamente, a racionalização sobre a pesada carga tributária, que agrava
o bolso do contribuinte e estrangula a possibilidade de investimentos; a
péssima qualidade da prestação dos serviços públicos, ante a degeneração da
saúde, da educação, da segurança pública, dos transportes, do saneamento
básico, da infraestrutura e das demais políticas e ações públicas de
competência do Estado; o inchaço da inoperante e ineficiente máquina pública,
que jamais poderia ser composta por quase quarenta ministérios senão para
servir de fomento ao abominável fisiologismo que impera na administração
pública, com a exclusiva finalidade de acomodação dos partidos políticos da
aliança de sustentação da base de apoio do governo, sem o menor fundamento para
justificar tamanho desperdício de recursos públicos, em razão do prejuízo
quanto ao custo-benefício, que deve ser levado em conta em termos de
responsabilidade do administrador público, que tem o dever de observar os
princípios da eficiência e da eficácia na aplicação dos dinheiros dos contribuintes,
que são compelidos ao pagamento de extorsivos tributos para a realização de
gastos com a manutenção de órgãos públicos absolutamente inúteis e
dispensáveis; a melhoria da eficiência das políticas econômicas, que se
desviaram das realidades macroeconômicas mundiais e se encontram em rota de
colisão com o progresso; entre tantas mazelas expostas no governo de incertezas
e de desconfianças.
É inegável que o governo justifica sua atuação
administrativa, pelo menos foi basicamente o seu foco na campanha eleitoral, por
meio da transferência de renda, na forma do assistencialismo social, que é
importante, mas incapaz de abonar as deficiências nas demais políticas e ações
essenciais ao desenvolvimento, principalmente na condução do sistema econômico,
que expõe precariedades intransponíveis, a exemplo, entre outros, do pífio
desempenho do Produto Interno Bruto, que é resultado da falta de reformas dos
mecanismos que interferem nos sistemas de produção e de industrialização, que
são prejudicados notadamente com o indesejável e inadmissível custo Brasil, que
vem contribuindo para o estrangulamento dos meios de produção e principalmente
da competitividade da produção nacional, que não consegue superar os preços dos
produtos importados, fato que também contribui para causar a debandada do
capital estrangeiro, que ainda se depara com os empecilhos que poderiam ser
eliminados com as reformas que o governo nunca se dispôs a promover, embora
tivesse as melhores condições para realizá-las, por ter o Congresso Nacional
sob o seu inteiro domínio.
Na realidade, prevaleceram no governo as políticas
de dominação, onde os fins sempre justificavam os meios, pondo para o espaço sideral
os anseios de mudanças, que não passaram de mero devaneio por parte da
sociedade bem mais conscientizada sobre a triste realidade
político-administrativa do país, que não condiz exatamente com suas
potencialidades e riquezas, que seriam capazes de elevá-lo a patamares mais
elevados caso elas fossem administradas com a devida competência gerencial à
sua altura.
É induvidoso que houve momentos passíveis de sonhar
com verdadeiras mudanças na administração do país, com o vislumbrar da possibilidade
de o novo estadista pudesse promover as reformas indispensáveis ao seu
desenvolvimento, tendo em vista que as atuais políticas ultrapassadas e
obsoletas têm o condão de perenizar o subdesenvolvimento social, político,
econômico e democrático, em total dissonância com a modernidade e os avanços da
humanidade, nos quais o Brasil deveria ser inserido, obrigatoriamente, como
forma de se beneficiar dos benfazejos fluidos perseguidos pelos países
evoluídos, que já aboliram as velhas e retrógradas políticas de dominação, que
objetivam materializa a perenidade no poder, em claro detrimento das causas
nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de novembro de 2014
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