sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Política de dominação?

Agora que a eleição presidencial já faz parte do passado bem recente, parece oportuno se fazer breve avaliação sobre o enorme desafio que seria atribuído ao candidato de oposição se ele tivesse sido eleito, tendo a gigantesca missão de renovar o sonho dos brasileiros, que consistiria, em especial, nas mudanças que tanto o país precisa para superar as enormes barreiras que estão impedindo o seu tão ansiado progresso.
O desafio da oposição seria, na verdade, compreender a real situação do país, quanto às precariedades e as mazelas que grassam na administração pública, agravada pela falta de alternativas que poderiam ter sido implementadas nos últimos doze anos, que foram perdidos exatamente pela inexistência de reformas fundamentais das estruturas do Estado.
Não há a menor dúvida de que a renovação do sonho do brasileiro por um país moderno, moralizado, acreditado, democrático, eficiente e desenvolvido, em todos os aspectos, é ser administrado por governo competente e capacitado, que tenha condições para conduzir o país, de forma alternativa ao atual governo, ao rumo do progresso social, cultural, econômico, político e democrático, tendo a consciência sobre a premente necessidade da implementação de reformas das estruturas do Estado.
Em princípio, as reformas deveriam enfocar, prioritariamente, a racionalização sobre a pesada carga tributária, que agrava o bolso do contribuinte e estrangula a possibilidade de investimentos; a péssima qualidade da prestação dos serviços públicos, ante a degeneração da saúde, da educação, da segurança pública, dos transportes, do saneamento básico, da infraestrutura e das demais políticas e ações públicas de competência do Estado; o inchaço da inoperante e ineficiente máquina pública, que jamais poderia ser composta por quase quarenta ministérios senão para servir de fomento ao abominável fisiologismo que impera na administração pública, com a exclusiva finalidade de acomodação dos partidos políticos da aliança de sustentação da base de apoio do governo, sem o menor fundamento para justificar tamanho desperdício de recursos públicos, em razão do prejuízo quanto ao custo-benefício, que deve ser levado em conta em termos de responsabilidade do administrador público, que tem o dever de observar os princípios da eficiência e da eficácia na aplicação dos dinheiros dos contribuintes, que são compelidos ao pagamento de extorsivos tributos para a realização de gastos com a manutenção de órgãos públicos absolutamente inúteis e dispensáveis; a melhoria da eficiência das políticas econômicas, que se desviaram das realidades macroeconômicas mundiais e se encontram em rota de colisão com o progresso; entre tantas mazelas expostas no governo de incertezas e de desconfianças.
É inegável que o governo justifica sua atuação administrativa, pelo menos foi basicamente o seu foco na campanha eleitoral, por meio da transferência de renda, na forma do assistencialismo social, que é importante, mas incapaz de abonar as deficiências nas demais políticas e ações essenciais ao desenvolvimento, principalmente na condução do sistema econômico, que expõe precariedades intransponíveis, a exemplo, entre outros, do pífio desempenho do Produto Interno Bruto, que é resultado da falta de reformas dos mecanismos que interferem nos sistemas de produção e de industrialização, que são prejudicados notadamente com o indesejável e inadmissível custo Brasil, que vem contribuindo para o estrangulamento dos meios de produção e principalmente da competitividade da produção nacional, que não consegue superar os preços dos produtos importados, fato que também contribui para causar a debandada do capital estrangeiro, que ainda se depara com os empecilhos que poderiam ser eliminados com as reformas que o governo nunca se dispôs a promover, embora tivesse as melhores condições para realizá-las, por ter o Congresso Nacional sob o seu inteiro domínio.
Na realidade, prevaleceram no governo as políticas de dominação, onde os fins sempre justificavam os meios, pondo para o espaço sideral os anseios de mudanças, que não passaram de mero devaneio por parte da sociedade bem mais conscientizada sobre a triste realidade político-administrativa do país, que não condiz exatamente com suas potencialidades e riquezas, que seriam capazes de elevá-lo a patamares mais elevados caso elas fossem administradas com a devida competência gerencial à sua altura.
É induvidoso que houve momentos passíveis de sonhar com verdadeiras mudanças na administração do país, com o vislumbrar da possibilidade de o novo estadista pudesse promover as reformas indispensáveis ao seu desenvolvimento, tendo em vista que as atuais políticas ultrapassadas e obsoletas têm o condão de perenizar o subdesenvolvimento social, político, econômico e democrático, em total dissonância com a modernidade e os avanços da humanidade, nos quais o Brasil deveria ser inserido, obrigatoriamente, como forma de se beneficiar dos benfazejos fluidos perseguidos pelos países evoluídos, que já aboliram as velhas e retrógradas políticas de dominação, que objetivam materializa a perenidade no poder, em claro detrimento das causas nacionais. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 13 de novembro de 2014

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