sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Um pouco de lucidez

Segundo notícia veiculada pela mídia, a presidente da República resolveu participar da reunião do PT, em Fortaleza, neste final de semana, para fazer defesa da futura equipe econômica, a par de ter também sinalizado que dialogará mais com o partido na próxima gestão.
A atitude da presidente evidencia disposição para a realização à inflexão sobre diferente e mais adequada forma de se governar o país, à vista do sufoco e do desgaste sofridos para ela ser reeleita, quando foi obrigada a defender as precariedades da sua gestão, que agora ela reconhece que as políticas empregadas estavam equivocadas e que algo precisa realmente ser mudado de rumo, como forma de se evitar que a crise econômica seja aprofundada ainda mais do que já se encontra. Para tanto, ela pretende deixar claro que serão feitos indispensáveis ajustes fiscais, porém de maneira gradual, na tentativa de se acalmar seu partido.
Conforme a ideologia e o pensamento dos novos ministros da área econômica e isso eles já deixaram bastante claro, certamente serão anunciadas medidas duras para estancar o processo que levou o país ao estado de precariedade na condução das políticas econômicas, possivelmente em menor grau do que os petistas estão imaginando, mas há setores do partido da presidente temerosos de que a escolha do novo titular do ministério da Fazenda contribua para derrubar ainda mais a economia, que já atingiu o grau de alerta.
A intenção da presidente do país é debater com o Diretório Nacional do PT, instância regular máxima do partido, as questões da área econômica passíveis de urgentes ajustes, para se evitar o chamado fogo amigo contra a nova equipe do governo.
A mudança de mentalidade da presidente do país, com a espetacular guinada para o ajuste nas políticas fiscal e econômica, com vistas a se estancar a evidente sangria dos mecanismos de desenvolvimento econômico, mostra que ela não tinha alternativa senão concordar com as justas críticas da oposição de que o seu governo tinha sido verdadeiro fracasso para o país, ante os indicadores que mostravam claramente ineficiência e ineficácia gerenciais, em evidentes prejuízos para o interesse nacional.
O certo é que, agora, depois de dar o braço a torcer, ante a realidade dos fatos, que passam a ser vistos pela presidente, ela pretende defender posições ideais para a área econômica do seu segundo governo, mas o primeiro passo a ser dado é justamente tentar aplacar a fúria da ala descontente do seu partido com as escolhas dos ministros para comandar a revolução optada por ela para tirar o país do fosso profundo, que o petismo simplesmente considera absolutamente normal, embora o pouco de lucidez administrativa da presidente ainda tenha conseguido vislumbrar nesga de luz no final do túnel.
 Não há dúvida de que dobrar a resistência das alas radicais do partido, que já se acostumaram com os métodos retrógrados e obsoletos das políticas econômicas empregados nos últimos anos, quando, por meio dos quais, o partido conseguiu, mesmo assim, ser vitorioso e se manter no poder, não vai ser tarefa das mais fáceis para a petista.
Depois dos desastrosos resultados no desempenho das políticas econômicas, em que o país teve crescimento apenas medíocre e ridículo, não somente a presidente da República merece trégua e compreensão para tentar mudar a situação caótica da economia, mas o país não pode continuar sendo administrado sob práticas e procedimentos comprovadamente incompatíveis com suas potencialidades e riquezas, por exigirem a adoção de medidas urgentes, sensatas e capazes de revitalização dos instrumentos de desenvolvimento, em especial com o competente controle das contas públicas, que devem se submeter a rigoroso pente fino de ajustes de qualidade, de modo que sejam postos em prioridade os salutares princípios da austeridade, eficiência e eficácia como exclusivos mecanismos de Estado, com embargo dos interesses pessoais e partidários, por não condizerem com a administração séria, digna e honesta. Acorda, Brasil!
 
         ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
         Brasília, em 27 de novembro de 2014

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