O
partido derrotado na última eleição presidencial entrou no Tribunal Superior
Eleitoral com pedido de auditoria, para que seja verificada a
"lisura" dos procedimentos pertinentes à votação.
Na
solicitação, o partido sugeriu a criação de uma comissão com representantes do
tribunal e de partidos, para verificar o sistema que apura e faz a contagem dos
votos, sob os argumentos questionando a confiabilidade da apuração e a
infalibilidade da urna eletrônica, ante as críticas disseminadas nas redes
sociais.
No
texto, consta justificativa de que “Não
tem nada a ver com pedido de recontagem dos votos nem estamos questionando o
resultado. Só queremos evitar que esse sentimento de que houve fraude continue
a ser alimentado nas redes sociais”.
O
PSDB cita denúncias e desconfianças na internet e nas redes sociais, sob o alegação
de que a sociedade questiona a veracidade do resultado das eleições e diz que a
auditoria é necessária para garantir a “confiança
do povo brasileiro no processo eleitoral. É justamente com o objetivo de não permitir que a credibilidade do
processo eleitoral seja colocada em dúvida pelo cidadão brasileiro que nos
dirigimos neste momento à presença de Vossas Excelências para, respeitosamente,
requerer a Vossa Excelência que permita a realização de um processo de
auditoria nos sistemas de votação e de totalização dos votos, por uma comissão
de especialistas formada a partir de representantes indicados pelos partidos
políticos, mediante os seguintes procedimentos”.
Causa enorme perplexidade o fato de que o ex-presidente
da República petista teria dito, de forma acintosa, prepotente e agressiva, em
discurso pronunciado em Pernambuco, conforme vídeo que circula na internet, que
verbis: “É por isso que nós temos que
garantir a reeleição da Dilma. Olhe, Dilma! Eu vou lhe dizer uma coisa. Eles
tentaram duas vezes me derrotar e não me derrotaram. Derrotaram no comecinho
quando eu ainda estava meio... Eles não evitaram a gente te eleger, quando
ninguém te conhecia. Eu vou te contar uma coisa: Eles não sabem. Eles não sabem
o que nós seremos capazes de fazer. Eles não sabem. Eles não sabem o que nós
seremos capazes de fazer. A fazer com que você seja a nossa presidenta por mais
quatro anos nesse país.”.
As aludidas argumentações,
ante a força das ameaças e provocações nelas contidas, já seriam mais do que
suficientes para se suspeitar sobre o resultado da eleição que deixou quase a
metade dos brasileiros perplexa e sem entender muito bem como a pequena maioria
dos eleitores teria a insensibilidade e a imprudência de votar pela continuidade
de governo que reconheceu a roubalheira na Petrobras, ou seja, na sua gestão, tendo
prometido punir os envolvidos e promover a reparação dos danos causados aos
cofres da estatal, tudo por falta de eficientes controle e fiscalização da
aplicação dos recursos públicos, que teriam contribuído também para as
contratações, com preços superfaturados, para a manutenção da rapinagem na
estatal, cuja parte dos recursos teria sido gasta na eleição da presidente do
país, no pleito de 2010.
Também não se compreende como essa pequena maioria
dos eleitores teria concordado com a continuidade da incompetência na
administração das políticas econômicas, propiciando que o Produto Interno
Bruto, deste ano, chegue muito perto de crescimento zero ou nenhum crescimento,
fato que pode contribuir para complicar ainda mais a grave crise econômica,
diante da tendência do incremento da desindustrialização, do desemprego, da
redução da renda dos trabalhadores, da diminuição da arrecadação dos tributos, da
falta de recursos para investimentos público e privado em obras importantes e
ampliação do parque industrial, entre outras precariedades que estão
contribuindo, de forma direta e efetiva, para o estrangulamento dos mecanismos
de desenvolvimento do país.
Impende se ressaltar que o país perde importantes
oportunidades de crescimento, por demonstrar claras incompetência e
ineficiência na condução das políticas econômicas, por não ser possível conseguir
a transformação das potencialidades econômicas, ante a deficiência gerencial,
em substanciais riquezas e benefícios para o país e a sociedade, notadamente em
prejuízo para o desenvolvimento do país, apesar das condições favoráveis que
não são aproveitadas adequadamente, por falta de qualificação dos mecanismos e das
políticas econômicas.
Diante das fraudes, corrupções, mazelas,
precariedades, deficiências, ameaças, desconstruções e suspeitas de
manipulações nos procedimentos administrativos, tudo isso atribuído à candidata
à reeleição, é inacreditável que ainda seja possível tanta gente acreditar que
ela tenha conseguido apoio majoritário nas urnas, vencendo, de forma
surpreendente, a vontade da população, em maioria de mais de 70%, por mudanças
que o governo não teve nem terá condições de promovê-las, por incompetência e falta
de vontade política, fatos que justificam, induvidosamente, a auditoria
pretendida não somente pelo partido derrotado na última eleição, mas pelos
brasileiros honrados e defensores da moralização e da competência na
administração pública.
Em razão desses fatos, urge a realização da auditoria
suscitada, como forma de prestigiar o salutar princípio da transparência também
no processo eleitoral, tão importante na moderna democracia, e de escoimar, em
definitivo, possíveis dúvidas sobre a lisura do pleito eleitoral que
surpreendeu os brasileiros honrados, por terem acreditado que as mudanças
seriam realmente viáveis, ante as deficiências e a desmoralização na aplicação
dos recursos públicos e no comando do país, de modo que, à toda evidência, a
nação não pudesse continuar sob a administração deletéria e prejudicial ao
interesse público. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de novembro de 2014
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