Passada
a acirrada disputa à corrida ao Palácio do Planalto, numa campanha das mais movimentadas
da história republicana, com destaque para os infames ataques aos adversários diretamente
e nas redes sociais, os brasileiros honrados ainda não assimilaram
completamente o seu infeliz e imprevisível desfecho, com a reeleição da
presidente que demonstrou incompetência para administrar o país com a grandeza
do Brasil, conforme demonstram os resultados das políticas econômicas e das
irregularidades com recursos públicos, protagonizadas pelo partido do governo e
mais dois integrantes por aliados políticos, segundo acusam os denunciantes da
Operação Lava-Jato.
A
campanha foi marcada pela baixaria disparada pela então presidenciável petista
e sua trupe, que dirigiam suas máquinas giratórias de guerra contra o candidato
que despontava na preferência de intenções de voto, passando a ser alvo de
calúnias, inverdades e acusações poderosas, mortíferas e sem trégua, com o
propósito de liquidá-lo inapelavelmente.
Logo no início do
processo de desconstrução do candidato tucano, a petista publicou em seu perfil
oficial mensagens com propostas para o segundo governo, como no caso da economia,
prometendo melhorar o setor, "mas
sem desempregar ou fazer arrocho salarial, como fez o governo do PSDB",
dando a entender que o tucano teria sido o destruidor do trabalhador, quando o
seu partido foi quem deu vida e promoveu a consolidação econômica do país, com
o Plano Real, que foi o programa brasileiro com o objetivo de estabilização e
reformas econômicas, sendo considerado de suma importância para o país, à vista
das amplas medidas econômicas já realizadas no Brasil, por
terem como objetivo principal o controle da hiperinflação que assolava o país.
No
embalo dos ataques destruidores, a então presidenciável disse que "o povo brasileiro não quer de volta aqueles
que trouxeram o racionamento de energia", naturalmente fazendo outra
referência direta aos governos do PSDB, embora o governo dela pouco investisse
na melhoria e ampliação na política energética.
A
petista também reiterava afirmações no sentido de que irá produzir as "mudanças necessárias na condução da política
econômica, mas não deixará voltar o tempo em que a riqueza do país não era
distribuída e as crises eram combatidas às custas do trabalhador e de seu
emprego e salário", esquecendo ela das precariedades econômicas da sua
gestão, a exemplo do pífio desempenho do Produto Interno Bruto, que terá
ridículo crescimento pouco acima de zero, com consequências terríveis para a
estagnação econômica.
Em
que pese a importância dos benefícios do Bolsa Família para as famílias carentes,
foi vergonhoso e lamentável o fato de que esse programa tenha sido objeto de
terrorismo contra o candidato tucano, com a indigna campanha promovida pelo PT,
no interior dos estados, com informação de que ele, se eleito, acabaria com o
benefício em apreço, embora o PT tenha sido contrário ao projeto do tucano para
transformá-lo em programa de Estado, com a obrigatoriedade de desvinculá-lo da
paternidade de qualquer partido político, livrando-o da maldade petista, que se
apoderou dele como se os recursos fossem da sua origem.
Os
apelos de mau gosto surgiram dos mais diversos matizes, mas o processo com
maior grau de degeneração política, com baixo nível de embates, surgiu com as
acusações de caráter pessoal, que obrigaram o Tribunal Superior Eleitoral a proibir
a baixaria do enfrentamento nos debates, como forma de manter o nível
suportável e de civilidade da disputa eleitoral.
Por
sua, demonstrando muito mais equilíbrio, o tucano optou para dizer aos
eleitores que a grande mudança já havia começado para valer, com vistas a "darmos ao Brasil um governo honrado, digno e
eficiente".
Embora
a petista se dissesse representar o governo do povo e não se cansar de criticar
a elite burguesa, a sua campanha ultrapassou os R$ 400 milhões em financiamento,
pasmem, tendo origem em bancos, empreiteiras e outras empresas, muitas das
quais com forte indício de ligação com os esquemas de corrupção, principalmente
com sede na Petrobras, fato que significa incoerência e irresponsabilidade
administrativa, justamente por ela ter sido apoiada financeiramente por
empresas suspeitas de cometerem práticas ilícitas em suas contratações, com
indiscutíveis ligações com o seu governo.
O
mais curioso é que as deficiências no seu governo foram todas negadas pela
petista, que não tem como se safar do arrocho que se avizinha no seu segundo
governo, inclusive partindo do sistema de energia elétrica, que recebeu aporte
expressivo de empréstimo governamental, um pouco mais de R$27,6 bilhões, que
deverão ser repassados imediatamente para as contas dos consumidores, que
deverão ter aumento, proximamente, nas suas contas, na ordem de 10 a 30%, sem
que esse fato tenha sido objeto de discussão com os eleitores.
O
certo é que a petista não se conteve em fazer ataques aos adversários, muitos
dos quais sem o mínimo de plausibilidade, mas ela se esqueceu de proteger seu
telhado de vidro, que deverá ser submetido à saraivada de pedradas logo em
breve, a começar pela intensificação das acusações de corrupção generalizada,
compra de apoio de sua base aliada, roubalheira na Petrobras, hiperfaturamento
na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, aparelhamento da administração
pública, pífio desempenho da economia, com o Produto Interno Bruto atingindo o
ridículo patamar zero de crescimento, aumento da inflação, descontrole dos
gastos públicos, aumento da taxa de juros, inchamento da máquina pública,
incremento do fisiologismo no serviço público, crescimento das dívidas
públicas, entre outras precariedades que demonstram o desgoverno e a sua
incompetência, a falta de confiança dos investidores, a desmoralização das
instituições, pela inexistência de medidas eficientes de controle e fiscalização
da aplicação dos recursos público e tudo mais de ruim que poderá marcar esse
governo como um dos piores da história republicana.
Custa
acreditar que a pequena maioria dos eleitores foi capaz de apoiar, em negação à
expressiva vontade de mudanças dos brasileiros, quem demonstrou os piores
atributos de retrocesso, incompetência e desmoralização da administração do
país, em evidente mostra de conformismo com o subdesenvolvimento e a corrupção,
que tem sido marcas incontestáveis do governo, dando a entender que o povo
ainda não está preparado para experimentar mudanças nas estruturas política,
social, cultural, econômica e democrática, que seriam alcançadas com as urgentes
e imprescindíveis reformas gerais, amplas e profundas, que o governo não fez nem
fará, para que o status quo não seja
mudado, como forma de se manter a perenidade no poder, em evidente prejuízo aos
interesses nacionais.
Urge
que a sociedade se conscientize, a par da sua responsabilidade cívica e
patriótica, sobre a necessidade de alternância do poder, como forma de
possibilitar as necessárias reformas e mudanças ao desenvolvimento nacional. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de novembro de 2014
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