Um famoso articulista do site do IG afirmou, de forma
categórica, que “Está muito difícil, para qualquer um, entender este país,
neste dia 19 de novembro (dia da bandeira)”, porque: “Como um carinha de terceiro escalão da Petrobrás pode devolver ao
erário 250 milhões de reais? Como as dez mais importantes empreiteiras do
Brasil poderão ser retiradas das obras (pois tem contratos e são tecnicamente
qualificadas) ou como podem continuar a cumprir contratos (depois do escândalo)?
Como, uma presidente pode se arvorar em patrono da moralização, quando seu
governo, seu partido e seus aliados, dificultam qualquer apuração, no congresso,
dos mal feitos denunciados? Como estabelecer uma política democrática capaz de
eficiência e honestidade quando boa parte do congresso está comprometida com as
práticas de financiamento proporcionadas pelos agentes corruptores? Como Dilma
poderá salvar a economia desmentindo tudo o que foi prometido na eleição? Como
governar com uma manchete por dia ampliando o cenário da corrupção? Como montar
um governo, se 90% dos candidatos aos cargos correm o ‘risco do dia seguinte’?
Como limpar a poeira, se não chove?”.
Não há a menor dúvida de
que o país está sendo governado sob a ótica da hipocrisia, porque o brasileiro não
se conscientiza sobre a gravidade da situação político-administrativa, por
fazer de conta que a responsabilidade não é sua, quando ele é o principal
elemento que poderia contribuído para melhor escolher seu representante no
Executivo e Legislativo, com o expurgo da vida pública dos maus políticos,
comprovadamente incompetentes e despreparados, que não conseguiram mostrar
eficiência nas políticas públicas, notadamente nas ações políticas e na
prestação dos serviços públicos de qualidade.
A corrupção e a deficiência
na administração do país poderiam ser evitadas desde o eleitor, quando ele tem
o poder constitucional de limpar da política a podridão e os maus elementos,
que se tornaram profissionais hábeis nas atividades políticas, promovendo ações
adequadamente assistencialistas e populistas para agradar as massas carentes com
a ajuda do Estado, como forma de haver a justa recompensação de forma espúria
com os votos dos eleitores beneficiados com recursos públicos, em evidente
demonstração de aproveitamento oportunista, com viés estritamente eleitoreiro,
em evidente demonstração de politicagem condenável pela legislação de regência.
Aliás, no entendimento do PT e do governo, o país vive
às mil maravilhas. Basta se atentar para as “ponderadas” palavras do ficando
ministro da Fazendo, que teria dito que a administração do país se encontra em
boas mãos, tanto que a maioria dos brasileiros - o certo seria dos eleitores -
aprovou, nas urnas, a gestão da presidente da República, dando a entender que a
minoria é composta por imbecis e ignorantes, que não compactua com aquela
maioria, que acha excelente a gestão que consegue gerenciar a nação no meio do
caos econômico e da desmoralização.
Veja-se que o desempenho do Produto Interno Bruto pode
se aproximar de zero este ano, o que vale dizer que o crescimento será de nada,
fato que poderá contribuir para a desindustrialização, a drástica redução da
arrecadação de tributos, a diminuição da renda dos trabalhadores, a falta de
emprego, a retirada do capital estrangeiro e, por via de consequência, a
generalizada falta de investimentos público e privado, complicando por completo
o já fraco desenvolvimento do país, que até já vem se acostumando com a falta
de perspectivas de progresso econômico, que tem sido dificultado exatamente
pela terrível resistência do governo em promover as tão ansiadas reformas das
estruturas retrógradas do Estado, que não pode mais continuar com uma das
maiores cargas tributárias, altíssimos encargos previdenciários, elevadas taxas
de juros, falta de controle sobre a inflação, as contas públicas e as dívidas
públicas, tudo conspirando contra o crescimento do país.
Por sua vez, parece que o governo não compreendeu
muito bem como a sociedade não se acostumou ainda com a monstruosidade das
endêmicas e sistêmicas corrupções na administração pública, que contaminaram,
de forma indelével e arraigada, como no caso em evidência da Petrobras, que
teve seu patrimônio dilapidado e se encontra há bastante tempo no olho do
furacão do noticiário policial, dando conta de que o PT, PMDB e PP, partidos da
base de sustentação do governo, se articularam para desviar recursos da estatal
para arrigar seus cofres, de maneira fraudulenta e criminosa, cuja prática
deletéria somente foi admitida pelo governo depois dos prejuízos que isso vinha
causando à campanha da reeleição da presidente do país, o que vale se afirmar
que apenas por obra e graça da eleição presidencial a roubalheira na estatal teria
sido reconhecida pela administração do país.
Realmente, não é nada fácil entender como um país
destroçado pela incompetência administrativa e desmoralização, em razão da
falta de controle e fiscalização eficientes, ainda consegue se manter na maior
harmonia e tranquilidade políticas, sendo governado justamente pelo principal partido
que conseguiu o inédito impeachment de um presidente da República que teria se
beneficiado de possível desvio de recursos públicos equiparados ao roubo de
galinhas, se comparados aos rombos e estragos "tsunâmicos" do
mensalão e do agora petrolão, sendo que este se traduz em bilhões de reais
desviados dos cofres da principal empresa brasileira, que teve seu capital
reduzido à quase metade.
A sociedade precisa de conscientizar, com urgência,
sobre a necessidade de reformas na estrutura do Estado e de mudanças na
administração do país, que não pode continuar sendo gerenciado na atual forma
deletéria de seus interesses, sob pena do estabelecimento da banalização e
perenidade da incompetência e da corrupção com recursos públicos. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de novembro de 2014
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