quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Urge a conscientização da sociedade

Um famoso articulista do site do IG afirmou, de forma categórica, que “Está muito difícil, para qualquer um, entender este país, neste dia 19 de novembro (dia da bandeira)”, porque: “Como um carinha de terceiro escalão da Petrobrás pode devolver ao erário 250 milhões de reais? Como as dez mais importantes empreiteiras do Brasil poderão ser retiradas das obras (pois tem contratos e são tecnicamente qualificadas) ou como podem continuar a cumprir contratos (depois do escândalo)? Como, uma presidente pode se arvorar em patrono da moralização, quando seu governo, seu partido e seus aliados, dificultam qualquer apuração, no congresso, dos mal feitos denunciados? Como estabelecer uma política democrática capaz de eficiência e honestidade quando boa parte do congresso está comprometida com as práticas de financiamento proporcionadas pelos agentes corruptores? Como Dilma poderá salvar a economia desmentindo tudo o que foi prometido na eleição? Como governar com uma manchete por dia ampliando o cenário da corrupção? Como montar um governo, se 90% dos candidatos aos cargos correm o ‘risco do dia seguinte’? Como limpar a poeira, se não chove?”.
Não há a menor dúvida de que o país está sendo governado sob a ótica da hipocrisia, porque o brasileiro não se conscientiza sobre a gravidade da situação político-administrativa, por fazer de conta que a responsabilidade não é sua, quando ele é o principal elemento que poderia contribuído para melhor escolher seu representante no Executivo e Legislativo, com o expurgo da vida pública dos maus políticos, comprovadamente incompetentes e despreparados, que não conseguiram mostrar eficiência nas políticas públicas, notadamente nas ações políticas e na prestação dos serviços públicos de qualidade.
A corrupção e a deficiência na administração do país poderiam ser evitadas desde o eleitor, quando ele tem o poder constitucional de limpar da política a podridão e os maus elementos, que se tornaram profissionais hábeis nas atividades políticas, promovendo ações adequadamente assistencialistas e populistas para agradar as massas carentes com a ajuda do Estado, como forma de haver a justa recompensação de forma espúria com os votos dos eleitores beneficiados com recursos públicos, em evidente demonstração de aproveitamento oportunista, com viés estritamente eleitoreiro, em evidente demonstração de politicagem condenável pela legislação de regência.
Aliás, no entendimento do PT e do governo, o país vive às mil maravilhas. Basta se atentar para as “ponderadas” palavras do ficando ministro da Fazendo, que teria dito que a administração do país se encontra em boas mãos, tanto que a maioria dos brasileiros - o certo seria dos eleitores - aprovou, nas urnas, a gestão da presidente da República, dando a entender que a minoria é composta por imbecis e ignorantes, que não compactua com aquela maioria, que acha excelente a gestão que consegue gerenciar a nação no meio do caos econômico e da desmoralização.
Veja-se que o desempenho do Produto Interno Bruto pode se aproximar de zero este ano, o que vale dizer que o crescimento será de nada, fato que poderá contribuir para a desindustrialização, a drástica redução da arrecadação de tributos, a diminuição da renda dos trabalhadores, a falta de emprego, a retirada do capital estrangeiro e, por via de consequência, a generalizada falta de investimentos público e privado, complicando por completo o já fraco desenvolvimento do país, que até já vem se acostumando com a falta de perspectivas de progresso econômico, que tem sido dificultado exatamente pela terrível resistência do governo em promover as tão ansiadas reformas das estruturas retrógradas do Estado, que não pode mais continuar com uma das maiores cargas tributárias, altíssimos encargos previdenciários, elevadas taxas de juros, falta de controle sobre a inflação, as contas públicas e as dívidas públicas, tudo conspirando contra o crescimento do país.
Por sua vez, parece que o governo não compreendeu muito bem como a sociedade não se acostumou ainda com a monstruosidade das endêmicas e sistêmicas corrupções na administração pública, que contaminaram, de forma indelével e arraigada, como no caso em evidência da Petrobras, que teve seu patrimônio dilapidado e se encontra há bastante tempo no olho do furacão do noticiário policial, dando conta de que o PT, PMDB e PP, partidos da base de sustentação do governo, se articularam para desviar recursos da estatal para arrigar seus cofres, de maneira fraudulenta e criminosa, cuja prática deletéria somente foi admitida pelo governo depois dos prejuízos que isso vinha causando à campanha da reeleição da presidente do país, o que vale se afirmar que apenas por obra e graça da eleição presidencial a roubalheira na estatal teria sido reconhecida pela administração do país.  
Realmente, não é nada fácil entender como um país destroçado pela incompetência administrativa e desmoralização, em razão da falta de controle e fiscalização eficientes, ainda consegue se manter na maior harmonia e tranquilidade políticas, sendo governado justamente pelo principal partido que conseguiu o inédito impeachment de um presidente da República que teria se beneficiado de possível desvio de recursos públicos equiparados ao roubo de galinhas, se comparados aos rombos e estragos "tsunâmicos" do mensalão e do agora petrolão, sendo que este se traduz em bilhões de reais desviados dos cofres da principal empresa brasileira, que teve seu capital reduzido à quase metade.
A sociedade precisa de conscientizar, com urgência, sobre a necessidade de reformas na estrutura do Estado e de mudanças na administração do país, que não pode continuar sendo gerenciado na atual forma deletéria de seus interesses, sob pena do estabelecimento da banalização e perenidade da incompetência e da corrupção com recursos públicos. Acorda, Brasil!
         
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 26 de novembro de 2014

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