Na expectativa da sentença do juiz da Operação
Lava-Jato, com relação ao caso do tríplex do Guarujá, o ex-presidente da
República petista disse que prova a sua inocência “todo dia” e que está “esperando
alguém que possa provar a minha culpabilidade. Se tiver uma decisão que não
seja a minha inocência, quero dizer que não vale a pena ser honesto neste país”.
Em seguida, o político disse que “Tudo o que eu fiz foi provar minha
inocência. Eu fui a uma audiência, os procuradores estavam lá, tiveram chance
de me mostrar alguma prova, eles não mostraram absolutamente nada. Fui eu que
tive que provar minha inocência, quando eram eles quem deveriam provar minha
culpabilidade”.
De forma enfática, ele sentenciou: “Se tiver uma decisão que não seja a minha
inocência, quero dizer que não vale a pena ser honesto neste país”.
O ex-presidente disse que “todo brasileiro de juízo perfeito é favorável ao combate à corrupção”,
mas voltou a criticar a força-tarefa da Operação Lava-Jato, ao afirmar que “há uma subordinação das investigações e das
decisões judiciais à imprensa.”.
Explicitando melhor a sua opinião sobre o poder
imprensa, ele afirmou que “Quando um juiz
vai julgar, ele está pensando na opinião pública, quando um promotor vai
acusar, ele está pensando na opinião pública, quando um delegado vai consolidar
um inquérito, ele está pensando na opinião pública, quando deveriam estar
pensando na denúncia. O que você não pode é ficar subordinado a uma manchete de
jornal, porque aí você não está fazendo justiça, você está fazendo pirotecnia”.
No que diz respeito à ação referente ao tríplex, que
o Ministério Público Federal assegura que é do ex-presidente, fruto de propina
da OAS, com vinculação a contratos firmados com a Petrobras, o petista disse
que continua desafiando os procuradores a provarem que o imóvel é dele, nestes
termos: “Desafio o Ministério Público a
provar que o apartamento é meu. Que tenha um documento, que tenha um centavo,
que tenha um real, que tenha um documento em cartório. Continuo desafiando o MP
a me apresentar uma prova”.
Com relação às acusações de corrupção ocorrida na
Petrobras, durante o seu governo, o político disse que ninguém sabia, tendo
afirmado que “Essas denúncias todas que
estão aparecendo agora nem o Ministério Público sabia, nem o procurador sabia,
nem a polícia sabia, nem a imprensa sabia. Só Deus e quem praticou o crime
sabiam”.
É evidente que suas pretensões políticas, únicas
hipóteses de livrá-los das garras da Justiça, diante de tantas acusações sobre
a prática de atos irregulares que pesam sobre seus ombros, não permitem que ele
venha assumir qualquer culpa pelos fatos que estão sendo investigados pela
Lava-Jato, porque isso poderia ser o começo do fim da sua já combalida carreira
política.
Não obstante, induvidosamente, os fatos cuja autoria
é imputada ao político são da maior gravidade e têm o peso de macular, por
completo, a sua vida política, que já foi das mais esplendorosas, mas foi
submergida à decadência diante das acusações sobre o seu envolvimento com a
corrupção, que é considerada a maior da história republicana, cujos reflexos
lhe atormentam, a ponto de ele indicar a imprensa como sendo a culpada por seu
fracasso, quando ela apenas noticia os fatos e os acontecimentos, em harmonia
com a sua importante missão de informar, na forma da transparência que precisa
ser dada a tudo que interessa à humanidade.
A verdade é que a paciência dos brasileiros já se
exauriu, há muito tempo, à espera de definição da Justiça sobre a real
participação ou não do ex-presidente nesse deprimente escândalo denominado
petrolão, objeto das investigações a cargo da Operação Lava-Jato, que já mandou
mais de uma centena de bandidos para a prisão, com base em levantamentos que
forneceram provas e mais provas sobre o desvio de recursos dos cofres da Petrobras.
Segundo os levantamento, os recursos daquela
estatal, sob o controle dos governos petistas, abasteceram os cofres de partidos
políticos, inclusive o do ex-presidente, que teria se beneficiado de propina
que garantiu e abasteceu a farra das campanhas eleitorais, em montanhas de
recursos provenientes de contratos superfaturados celebrados por aquela empresa,
que por pouco não foi à bancarrota, de tanto ser assaltada por um bando de
inescrupulosos e antipatriotas políticos, executivos e empresários, sendo que
alguns estão presos, outros podem ser condenados à prisão e uns continuam soltos
e se vangloriando da sua honestidade, embora os fatos e os indícios
teimosamente inclinam para arrolá-los como partícipes em malditos festins
patrocinados com recursos públicos.
Os brasileiros anseiam ardentemente por que a
Justiça mostre, em definitivo e por meio de provas cristalinas e
incontestáveis, quais realmente são os ladrões que se beneficiaram da
roubalheira disseminada com recursos da Petrobras, para que termine, de vez,
essa tormenta de se ouvir sempre alguém proclamando sua honestidade, quando
vários processos guardam fartura de fatos mostrando exatamente o contrário, tratando
do exame de graves crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de
influência, organização criminosa, obstrução de Justiça, tudo em dissonância
com os ícones da honestidade, moralidade e dignidade.
Os brasileiros precisam saber, o quanto antes, como
é possível especialistas, possuidores de currículos invejáveis e enriquecidos
de longos experiências e conhecimentos técnico-profissionais, elencarem dados e
elementos fazendo acusação contra autoridades sobre a existência de fortes
indícios de irregularidades, quando se sabe do elevadíssimo grau de
responsabilidade que isso pode implicar, inclusive sob pena de incorrem em
crime de prevaricação caso suas acusações sejam destituídas de consistência,
quanto mais por haver o envolvimento de homens públicos da maior relevância, a
exemplo de ex-presidente da República. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de junho de 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário