domingo, 25 de junho de 2017

Balbúrdia na República

Segundo reportagem da revista VEJA, as novas acusações, desta vez da Polícia Federal e do doleiro do PMDB, o presidente da República fica cada vez diminuído no cargo, que teria conseguido resistir à renúncia, no início da avalanche das denúncias do empresário da JBS.
A referida matéria ressalta que “Desde que seu governo foi atingido na testa pela delação do empresário Joesley Batista, o ‘bandido notório’, o presidente Michel Temer nunca viveu uma semana tão desastrada.”, ao se reportar à semana passada, quando o presidente se encontrava em viagem no exterior.
A revista esclarece que “A Polícia Federal, encerrando uma etapa das investigações da delação, concluiu que existem evidências ‘com vigor’ mostrando que Temer praticou ato de corrupção. Além desse petardo, o operador Lúcio Funaro, conhecido como doleiro do PMDB, começou a abrir o bico, (...). Entre outras acusações, disse que o partido mantinha uma quadrilha para abocanhar verbas da Caixa Econômica Federal — e Temer era quem fazia a distribuição dos recursos surrupiados.”.
A reportagem é concluída com a se seguinte afirmação: “O presidente Temer, mesmo no exterior, encerrou a semana menor do que começou. Com denúncias e acusações surgindo em ritmo quase diário, Temer é hoje um presidente moralmente acossado, politicamente fragilizado e administrativamente atordoado, pois seu governo despende mais energia com a polícia do que com a política. Está se apequenando institucionalmente, obrigado a se explicar a todo instante, instado a bater boca com quem chama de ‘bandido notório’ e testemunhando a agonia de amigos. E sua situação tende a piorar ainda mais.”.
Os fatos mostram que, em termos de administração pública, o país não poderia estar em pior situação de governabilidade ou ingovernabilidade, ante a completa degeneração dos princípios da administração pública, quando o seu principal condutor se encontra absolutamente cercado de más notícias e desqualificado quanto ao fator confiabilidade, a transmitir ao mundo e principalmente ao mercado financeiro, que não acredita mais nele.
No caso, o presidente do país se encontra ilhado por acusações de irregularidades de todos os matizes, inclusive a de maior gravidade de corrupção, com o envolvimento de recursos públicos, fato que o obriga a se dedicar à inoportuna tarefa de se explicar constantemente sobre atos gravíssimos cuja autoria lhe é atribuída.
Não poderia haver quadro pior para a nação do que essa de desmoralização do principal agente público, porque isso somente contribui para agravar as crises social, moral, política, econômica e administrativa, ante a falta de confiança para investimentos em atividades produtivas, fato que é péssimo para a recuperação econômica, que vem de recessão e ainda enfrenta alta taxa de desemprego, precisando urgentemente de boas notícias para sair, em definitivo, dessa precária e incômoda situação.
Conquanto o presidente do país agoniza sem alternativa de superação, em curto prazo, por suas forças, porque os fatos tendem a se potencializar contra ele, diante as reais denúncias prestes a serem formuladas pelo procurador-geral da República, não se vislumbra a menor possibilidade do surgimento de solução e muito menos de aparecer alguém com capacidade e condições para assumir a importante tarefa de pôr o país no trilho da retomada da normalidade político-administrativa.
          A verdade é que os políticos, considerados de maior liderança do país, estão igualmente envoltos com acusações sobre a prática de irregularidades, fato que acena para o enfrentamento de longa tempestade no cenário político, com consequências desastrosas, principalmente para a economia, diante da falta de esperança de melhora do preocupante quadro de desemprego, que tem sido verdadeiro martírio para os brasileiros.
Os brasileiros anseiam por que os fatos que pesam sobre os ombros do presidente da República sejam investigados, julgados e solucionados com a maior celeridade possível, de modo que a verdade seja posta à mesa o quanto antes, para se permitir que a normalidade da vida político-administrativa da nação seja alcançada urgentemente e que cessem imediatamente os danos causados ao patrimônio do Brasil, por força da degeneração dos princípios da administração pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 25 de junho de 2017

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