terça-feira, 20 de junho de 2017

Prova de insensibilidade

Em demonstração de desacordo com a Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo presidente da Venezuela, um general da reserva daquele país renunciou ao cargo de assessor do governo.
O citado oficial exercia o cargo de Secretário de Defesa Nacional e, na ocasião da renúncia, disse o seguinte: “A decisão tem relação com meu desacordo com o procedimento utilizado para convocar e eleger uma Assembleia Nacional Constituinte”.
Não obstante, agindo em consonância com a governança da tirania, o ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas reiterou seu apoio ao processo de que trata a Constituinte, que será eleita em 30 de julho, em que pese a rejeição manifestada pela oposição e expressiva parte dos venezuelanos, que protestam contra o governo e já anunciaram que não participarão desse abominável artifício anticonstitucional.
Entrementes, analistas eleitorais avaliam que a votação setorial, que vai escolher a maioria dos membros da aludida Assembleia, tem o condão de buscar o fortalecimento do chavismo, que perde força e ultimamente agoniza, diante dos maus-tratos e da truculência impostos pela tirania governista.
É muito estranho que o Estado já bastante degenerado, depauperado e completamente destruído pelo desgaste da incompetência administrativa, o ministro da Defesa e comandante das Forças Armadas ainda demonstre insensatez ao apoiar o governo desastroso da Venezuela, que foi capaz de destruir a dignidade do povo daquele país, ao impor, de forma visivelmente cruel e ditatorial, a miséria, o martírio e o sofrimento aos venezuelanos, que estão sendo simplesmente trucidados.
O país, na situação de destroço que se encontra, nunca esteve tão carente de pessoas equilibradas, sensatas e sensíveis às reais dificuldades por que vivem os venezuelanos, com a finalidade de se dá basta às atrocidades e aos massacres protagonizados pelo governo tirânico, truculento, incompreensível e desumano, como forma de pôr limites às arbitrariedades contra os princípios democráticos e os direitos humanos, onde há violento desrespeito aos direitos civis, às individualidades e às liberdades de pensamento e de expressão, além de possibilitar o retorno da nação aos níveis de civilidade, em respeito aos princípios humanitários.
É absolutamente incompreensível que as Forças Armadas sejam tão incompetentes, a ponto de não conseguir enxergar a realidade vivenciada naquele país, que se encontra submergido em terrível estado negro e perverso da crueldade praticada, às claras, contra os venezuelanos, embora elas estejam acontecendo de forma impune e a todo momento, numa sucessão de violência absolutamente absurda e inadmissível, conforme mostram os meios de comunicação, que vêm denunciando o peso da insensatez e da insensibilidade da tirania sobre os venezuelanos.  
Diante desse estado de indiscutível letargia da consciência cívica dos venezuelanos, não há a menor dúvida de que a tendência é piorar cada vez mais a deplorável e caótica situação daquele país, que se encontra em eterna agonia diante das gritantes irracionalidade, insensatez e insensibilidade das autoridades venezuelanas, com destaque para as Forças Armadas, que, em princípio, têm a responsabilidade de zelar pela normalidade democrática, à vista do seu completo desprezo aos princípios humanitários, ao se manifestarem em censurável apoio ao governo que comete atrocidades contra a população.
A situação de calamidade pública, generalizada sob os efeitos das crises social, moral, política, econômica e administrativa, põe em extremo perigo a população, ante o visível e progressivo estado de degeneração social e humanitária, já exige a intervenção naquele país, com base do Direito Internacional de proteção às pessoas, dos organismos e das instituições internacionais, a exemplo da Organização das Nações Unidas, para o fim de se encontrar medidas capazes senão de solucionar em definitivo, mas de minorar o gravíssimo sofrimento dos venezuelanos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 20 de junho de 2017

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