terça-feira, 8 de setembro de 2020

O meu inesquecível 7 de setembro

Recebi por meio do WhatsApp, por deferência especial do ilustre conterrâneo, o doutor Orniudo, a crônica da lavra do não menos ilustre uiraunense, o poeta Vandenildo Oliveira, que cuida, com muita precisão, sobre a movimentação toda especial dos preparativos e do dia propriamente dito de 7 de Setembro, em Uiraúna, que era realmente algo indescritível e muito animado, a tudo seguindo ritual mágico e animado, que, felizmente, somente acontecia naquele bons tempos, onde o prazer ditava o ritmo da nossa vida.

         

Puxa! Coisa mais linda e autêntica sem igual essa poesia, por mostrar o retrato muito mais fiel do que a própria realidade de tempos memoráveis e inesquecíveis.

Essa poesia me fez emocionar e até me arrepiar, de tanta similaridade encontrada na sua descrição com os mesmos acontecimentos da minha infância, cujos preparativos seguiam ritual rigorosamente sob organização nos mínimos detalhes, com a liderança e a coordenação da saudosa professora dona Lourdinha, com o entusiástico patriotismo ímpar do sentimento dela, que pulsava muito forte no seu semblante de intensa amante do que fazia, sempre visando ao engrandecimento das causas de Uiraúna.

Lembro-me com muitíssima saudade toda aquela movimentação que convocava a todos a se unirem para a comemoração do Dia da Independência, em puro sentimento de que o 7 de Setembro era sim a data mais importante da história do Brasil e realmente é, em termos de o país ter se desvencilhado das amarras dos poderes de Portugal, que tinha maior interesse nas potenciais riquezas econômicas brasileiras.             

Em termos histórico-políticos, realmente foi imensa a importância da Independência do Brasil, tendo em conta que, com a proclamação em si, ocorrida em 7 de setembro de 1822, pelo Príncipe Regente Pedro I, o Brasil rompeu, por meio de ato formal, seus laços de dominação do Reino de Portugal e passou a administrar os próprios interesses como nação que podia, a partir de então, manter relações diplomáticas com o resto do mundo.

Na verdade, a independência do Brasil de Portugal somente ocorreu, oficialmente, no ano de 1825, quando as duas nações, com a intermediação da Inglaterra, assinaram acordo de paz, no qual o Brasil garantiu o pagamento de 2 milhões de libras ao reino luso, a título de reparação à coroa portuguesa.

Ou seja, o grito de independência de Portugal teve como consequência o surgimento do Brasil como nação independente, com autonomia para a formação da nacionalidade genuinamente brasileira, sob a forma de monarquia com poderes para gerenciar os negócios do país, sem necessidade da ingerência de ninguém.

Mas, voltando aos fatos narrados na belíssima poesia, não poderia deixar de relembrar uma indescritível história que aconteceu precisamente comigo, quando, por obra maravilhosa da vida, eu fui designado para representar, nada mais, nada menos, o nobre Príncipe Regente Dom Pedro I, em um belo dia ensolarado de Uiraúna, eu estava lá, na Praça Padre França (Ainda é muito emocionante).

Muita gente se apinhava no lado da estátua do fundador da cidade e eu montado no cavalo branco, com uniforme absolutamente impecável, conforme mandava o figurino da melhor estilista da cidade, a minha amada e inesquecível mamãe Dalila, que seguiu o rigor do modelo fornecido do traje pela professora Lourdinha.

O detalhe impecável do evento foi justamente uma espada que remanescia do tempo imperial, toda desenhada, inclusive na sua lâmina, com motivos que lembravam a monarquia, e eu me preparei para gritar a mais firme expressão de brasileiro que realmente ama o seu Brasil: “Independência ou Morte!”, cujo som ecoou, com muito orgulho, pelo resto da minha vida.

Quis a história de Uiraúna que eu fiz a representação magistral do Príncipe Regente do Brasil, dom Pedro, por alguns instantes e logo na minha terra natal e foi naquele dia memorável que aquela cidade se tornou a mais importante do Brasil, quando eu dei o grito de "Independência ou Morte!", o qual nunca vai parar de ecoar dentro de mim, porque eu o guardo dentro do meu coração com muito carinho cívico.

A referida espada me foi emprestada pelo generoso primo Neco de Alferes, que guardava, de família, aquela relíquia, que nunca havia saído de seus aposentos, salvo pela primeira vez, com o empréstimo que ele fez questão de dizer que só fazia porque se tratava de neto de Juvino e ele não poderia negar para momento tão especial.

Foi realmente grande honra de ter usado aquela espada de tão precioso valor sentimental, porque ela representava a linda história de família, motivo pelo qual fiquei eternamente agradecido pela deferência muito especial à minha pessoa.  

Enfim, também guardo memoráveis e saudosas lembranças do dia 7 de setembro, em Uiraúna, por ser motivo de grandiosa concentração de carinho e amor ao Brasil, em demonstração da verdadeira importância do ato de independência, adotado por filho de Portugal, que aprendeu a amar o povo brasileiro e este precisa realmente ser eternamente venerado como um dos grandes homens da história política brasileira.

          Brasília, em 8 de setembro de 2020  

Nenhum comentário:

Postar um comentário