Na proximidade da campanha eleitoral, as atividades
políticas também começam a se intensificar em Uiraúna, Paraíba, a exemplo das declarações
de apoio ao candidato à reeleição por parte de políticos importantes e influentes, como no caso do governador do
Estado da Paraíba, que já se antecipou e declarou posição favorável ao prefeito
daquela cidade.
Ocorre que, para sacramentar seu apoio ao prefeito,
o governador fez questão de liberar verba destinada à ampliação asfáltica do
município, na forma de pavimentação em diversas ruas e avenidas, sendo que parte
dos recursos se destina à reforma da Escola Dr. José Duarte Filho, que terão
ampliadas as suas atividades educacionais.
Trata de clara demonstração de gesto político da
maior importância, principalmente em termos de prestígio ao prefeito, que
naturalmente se sente em boa companhia no pleito à recondução do mandato.
No bojo dessa adesão, o pré-candidato
recebeu expressivo elogio de sua excelência, por meio de mensagem de vídeo, tendo
ele declarado seu compromisso de apoio ao “prosseguimento ao ritmo de trabalho
que tem contagiado toda Uiraúna”, a par de que “Segundo
Santiago, sua experiência e sua
habilidade na gestão municipal já estão comprovadas pela população. Já o
considero o prefeito que mais trabalhou pela terra dos músicos e sacerdotes,
título conquistado em apenas sete meses de gestão”.
Não fosse a aludida declaração ter sido feita pela maior autoridade do
Estado, daria para se imaginar que alguém estaria brincando com coisa séria,
logo na antevéspera da campanha eleitoral, quando o governador diz que o atual
prefeito foi o que mais trabalhou por Uiraúna e isso, em termos políticos, é
muito poderoso se tal afirmação realmente tiver fundo de verdade.
Se
essa assertiva é verdadeira, seria muito interessante que o próprio prefeito
mostrasse para o povo da cidade quais trabalhos tão significativos foram capazes de impressionar positivamente a avaliação
do governador, a ponto de ignorar os trabalhos valiosíssimos dos grandes
prefeitos que já honraram o mesmo cargo.
É até possível que, diante da escassez de bons
administradores públicos, que deixam atrasar salários, não tapam buracos, não asfaltam
vias, não mandam calçar vias públicas e pecam em outros serviços rotineiros, próprias
e normais da gestão para a qual ele tenha sido eleito, como trabalho
indispensável à honra do exercício, o governador possa ter se empolgado e, em
gigantesco esforço de marketing político, sacado essa pérola para nomeá-lo o
mais trabalhador dos prefeitos de Uiraúna.
A
verdade é que os fatos mostram que ele vem cumprindo com regularidade as suas obrigações
de ser fiel aos compromissos inerentes ao cargo de gestor público, o que já é realmente
muito muito importante, mas jamais seria capaz de merecer, salvo melhor juízo,
o título atribuído pelo governador, porque isso se transforma em enorme injustiça
contra os grandes prefeitos da cidade, conforme o testemunho da história e da
própria população, que há de reconhecer a verdade sobre os fatos.
Assim, em que pese se tratar de importante apoio do
governador ao prefeito de Uiraúna, é de se lamentar ainda que as medidas
anunciadas quanto às obras para a cidade somente venham acontecer agora, nas
portas da entrada da campanha eleitoral, quando elas poderiam ter sido
efetivadas há muito tempo, já que são obras consideradas importantes, que não precisavam
coincidir com algo que servisse de vitrine como realização do candidato.
Sob os princípios da eficiência e competência administrativas,
nada impede que as obras públicas possam ser executadas normalmente no período
da campanha eleitoral, mas é extremamente antiético quando os recursos são
liberados e as obras iniciadas precisamente nesse importante período, em clara demonstração
de que o candidato conta com o prestígio de quem tem o poder.
É evidente que a legislação não proíbe essa forma
de procedimento, mas fica muito claro que isso não é a maneira mais apropriada
para se conquistar voto, diante da evidenciação de manobra que não condiz com a
normalidade administração de cristalinidade dos atos de administração sadia, digna
dos verdadeiros políticos que prezam pela lisura de seus atos na vida pública,
à vista de que não custava nada, por questão ética, se informar ao governador que
não é justo perante o adversário concorrente que a prefeitura se envolva com o
início de obras importantes logo agora, quando a campanha eleitoral começa para
ambos, onde deva prevalecer a observância ao princípio da igualdade de condições
perante o eleitorado.
Essa regra fundamental tem como princípio o
entendimento segundo o qual o que se encontra em disputa no pleito eleitoral é
tão somente a avaliação sobre a capacidade administrativa e gerencial de cada
candidato e não o poder político, como parece querer ficar patente nesse caso,
em que o governador, além de declarar o seu apoio ao prefeito, o que somente
isso seria absolutamente normal, mas, ao mesmo tempo, ele comete grave equívoco,
que é anunciar a liberação de verba pública, para a execução de obras, como
forma de contrabalancear o braço da balança em favor do prefeito, o que se torna,
no mínimo deselegante, ante o processo eleitoral, que precisa ser conduzido sob
o saudável princípio constitucional da isonomia, em que os candidatos possam merecer
o mesmo tratamento e serem submetidos às mesmas condições, perante a legislação
eleitoral.
A propósito dos investimentos especialmente em
obras de asfaltamento na cidade de Uiraúna, parece que já passou do momento de seu
administrador se preocupar especificamente
com o reflorestamento tanto do perímetro urbano como, sobretudo, com das áreas
rurais, que passaram por longo período de intenso desmatamento e nada tem sido
realizado no sentido da recomposição desse bem importante e da maior preciosidade
para vida humana e animal.
Por oportuno, nesse sentido, recebi a irrecusável incumbência
do doutor Francisco Orniudo Fernandes, como forma de sugestão da maior
importância para que eu abordasse tema pertinente ao reflorestamento, no município
de Uiraúna, por ele entender que se trata de “Uma das causas das secas
é o desmatamento descontrolado e criminoso, para fins
comerciais, e o assoreamento dos nossos rios e açudes.”.
Pois bem, como é do conhecimento em geral, o desmatamento consiste
no processo progressivo e criminoso da retirada da cobertura vegetal, ficando a
terra pelada e desprotegida da sua proteção natural, o que realmente constitui grandioso
crime que se comete tanto contra ao ecossistema como ao próprio homem, que vem
pagando por suas agressões violentas, tendo como pano de fundo o poder
econômico, e nem se preocupa em reparar os danos causados por força de
atividades que visam ao lucro.
É evidente que as pessoas enxergam essa prática absurda apenas ação
normal, natural e necessária para possibilitar os meios capazes de suprir as
necessidades do ser humano, mas os fatos mostram que ela constitui um dos
maiores problemas ambientais da atualidade.
Em Uiraúna, a retirada da cobertura vegetal tem relação, basicamente,
com a urbanização e as atividades agropecuárias, ou seja, com a expansão natural
do agronegócio e as consequências prejudicais são proporcionais e imediatas aos
impactos dos desmatamentos.
Em linhas gerais, a exploração dos recursos naturais vem dos primórdios
da humanidade, mas se intensifica à medida em que a sociedade se desenvolve, de
modo que a sua intensificação colocou em risco o próprio equilíbrio do planeta
e o pior é que isso tende a comprometer a vida das gerações futuras, diante da escassez
dos componentes necessários ao seu meio de suprimento.
Em Uiraúna, as principais consequências do desmatamento estão
relacionadas com o meio ambiente e a tudo que lhe diz respeito, tendo em vista
que, ao se retirar a cobertura da terra, há o imediato comprometimento da
cadeia da biodiversidade da área, que praticamente sente a ausência da proteção,
que também acarreta o afugentamento das espécies da fauna, perdendo, ao mesmo
tempo, o habitat e as espécies da flora, causando enorme desequilíbrio
ambiental, além de contribuir para prejudicar as atividades primárias da caça,
da pesca e da agricultura, por conta da seca das fontes de água e do sumiço dos
animais e dos peixes, com prejuízo para as famílias e a economia.
Nos últimos anos, a grita geral em Uiraúna é no sentido de que
chove muito nas redondezas, em Cajazeiras, em Sousa e em outros lugares próximos,
mas o tempo embeleza, fica lindão, e a chuva, que é bom, se desvia e não cai na
localidade da maior carência.
Para isso, há sim explicação científica, que é a precisamente a insensata
retirada da cobertura vegetal, que também agrava a questão das mudanças climáticas,
a tanto reclamadas pelo homem, que foi o causador do status quo e nem se
preocupa em reparar os males causados à mãe natureza.
O desmatamento na região de Uiraúna também é considerado um dos
fatores responsáveis pelas alterações no clima, de modo que, ano após anos, a
cidade fica cada vez mais quente e o aumento da temperatura é sentido pelas
pessoas, que sofrem com a fragilização da saúde, em razão do natural choque
térmico, que tem o poder de causar diversos danos aos ecossistemas da Terra.
Também é importante se ressaltar que o desmatamento descontrolado pode
contribuir não somente para as mudanças provocadas no solo e nos recursos hídricos,
mas também para os incômodos processos da erosão do solo, tendo em conta que
a cobertura vegetal auxilia na infiltração da água da chuva e, sem ela, a água
escorre sobre o solo e facilita o processo natural da erosão.
Nessa
mesma cadeia desencadeada pela erosão, importa frisar que a perda da vegetação
ao redor de nascentes e bacias hidrográficas contribui enormemente para se potencializar
os assoreamentos dos rios e açudes, principalmente quando o desmatamento acontece
em regiões montanhosas e próximas a morros, exatamente por causa da retirada da
proteção do solo.
Daí
a necessidade da preocupação com o reflorestamento às margens de rios, córregos
e nascentes, para que possa contribuir para aumentar a proteção dos recursos
hídricos, na manutenção do lençol freático e na função de evitar erosões e
assoreamentos, e ainda garantindo a qualidade da água e a preservação da biodiversidade.
Ante
o exposto, fica muito claro que o problema do desmatamento é muito grave, porque
as suas consequências se convertem em prejuízos ao bem-estar e a qualidade de
vida dos seres vivos da Terra.
É preciso que o homem se conscientize de que toda população depende
das florestas conservadas, seja para a produção de oxigênio, o fornecimento de
matéria-prima ou a produção de tantos outros bens essenciais à vida.
A escassez dos bens e recursos naturais tem como consequência óbvia
o padecimento da vida do homem e dos animais, ficando cada vez mais difícil para
a sobrevivência das gerações futuras.
É muitíssimo valioso que os homens públicos possam pôr na sua
agenda de trabalho importante anotação para lembrar à consciência cívica de
cidadania sobre a vital relevância do reflorestamento, mediante o replantio das
árvores próprias da região, que tem a capacidade de realimentar a mãe igualmente
vital na vida de todos os filhos tanto de Deus como da natureza, porque somente
assim será ainda possível minorar a inclemência das altas temperaturas
ambientes.
À toda evidência, é certo que o tema versado sobre reflorestamento
carece de estudos apropriados em cada região e localidade, à vista das suas peculiaridades
e especificidades, considerando que os fatos aqui abordados se baseiam em tese,
que até pode se confirmar parcialmente, sem maiores análises apropriadas, diante
das situações climáticas apresentadas nos últimos anos na região de Uiraúna,
onde as chuvas não conseguem a captação de água necessária à reposição dos
açudes e ainda a insuportável elevação da temperatura ambiente.
Como
medida preventiva contra o desmatamento desordenado e até criminoso, ante os danos
causados à natureza, convém que o governo municipal não somente decida
priorizar investimentos em reflorestamento como normatizar as atividades nesse
sentido, como medida também de valorização da natureza e do bem-estar do próprio
homem.
Pessoalmente, eu ficaria eternamente agradecido que, em cada palmo
de Uiraúna (força de expressão) seja plantada árvore frutífera, de maneira
cuidadosa e planejada ecologicamente, com a marca da região, em especial,
goiaba, araçá, manga, cajá, caju, pinha, cana, pitomba e tudo o mais que seja
viável e possa transformar a nossa querida terra natal em verdadeiro pomar de
fazer inveja aos melhores botânicos do mundo, i.e., que a cidade seja exemplo
para o resto do mundo como lugar que valoriza de verdade a natureza e os seus
recursos indispensáveis à vida.
Nessa mesma linha, penso que seja excelente ideia que a prefeitura
possa incentivar a criação de hortas comunitárias, mantidas com recursos e os
cuidados públicos, para que todos possam usufruir de seus benefícios.
Convém que o poder público crie e mantenha, como já fazem as cidades
que incentivam o reflorestamento das áreas degradadas, berçário das plantas regionais
que pretendam disseminar, como forma de facilitação do gosto pela campanha de
melhoria da vida dos uiraunenses, que certamente ganhariam verdadeiro amor com
o ressuscitamento da natureza e deles próprios.
Diante de todo o exposto, à vista da indiscutível importância do
tema relativo ao desmatamento, faço veemente apelo aos candidatos aos cargos de
prefeito e vereadores de Uiraúna que elejam como assunto prioritário de seus respectivos
trabalhos a premente necessidade do reflorestamento do município de Uiraúna,
compreendendo o replantio de árvores nas áreas urbana e rural, como importante forma
de ressuscitamento das preciosas riquezas naturais indispensáveis às vidas.
Brasília, em 16 de setembro de 2020
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