quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Todos são filhos de Deus!

            Dias atrás, li mensagem postada no Facebook, em que dizia que uma cantora e escritora evangélica teria se manifestado no sentido de que católicos não são filhos de Deus.

A mensagem supostamente escrita pela aludida artista tem o seguinte texto: “(...) como é maravilhoso poder louvar a Deus, e quero dizer mais... para nós os filhos de Deus não existe quarta-feira de cinzas, mas sim quarta-feira do fogo, (...)“.

Com isso, há a interpretação segundo a qual a expressão acima sugere que a cantora teria insinuado que apenas os evangélicos são filhos de Deus.

Não há a menor dúvida, pensando assim, de que o texto em apreço suscita altivo desrespeito ao sentimento daqueles que professam a religião católica.

De seu turno, fala-se que a cantora teria pedido perdão aos católicos, talvez não em razão do próprio arrependimento sobre a opinião em si, mas devido à intensidade da repercussão negativa da fala dela, o que certamente teria forte reflexo na parte econômica referente à vendagem do produto do seu trabalho artístico.

Trata-se de manifestação com teor indevido, injusto e deselegante, por insinuar a existência de religiões superiores e inferiores, em clara demonstração de que somente o pensamento dos evangélicos tem validade perante Deus e isso é forma sim de discriminação e ofensa à honrosa manifestação religiosa dos católicos, que têm direito de professar seu credo aos rituais da Santa Madre Igreja Católica, sem aceitar nenhuma forma de censura.  

O verdadeiro cristão respeita o seu semelhante, inclusive e especialmente no estrito campo da religiosidade, onde existe cenário bastante fértil para as pessoas demonstrarem o quanto são autênticos seres humanos que podem merecer o devido respeito como tais.

A pessoa com o mínimo de sensibilidade cristã e humana sabe que não tem direito algum de julgar o seu irmão em Cristo e muito menos de formular sentença sobre as pessoas e templos religiosos, porque quem faz isso é somente digno de piedade, por se valer de poder que não tem e nunca terá nem mesmo sobre si, ante o disparate da profanação sobre religiões confessadas por outras pessoas que têm o mesmo direito dela de seguir a religião que bem entender, sem nenhum constrangimento.

Na forma da poderosa faculdade atribuída ao homem do livre arbítrio, cada pessoa pode fazer as escolhas na vida como melhor lhe convém, apenas a depender daquilo que melhor se encaixar no seu sentimento de pensar e agir, que deve também ser o caso dela, que precisa atentar para o respeito à reciprocidade, em termos de pensamento.

Acredita-se que a cantora deva ter achado por bem seguir a religião evangélica, por livre e espontânea vontade, que até pode ser a melhor opção para ela e sobre isso nenhuma restrição tem cabimento, por parte de ninguém e vice-versa, porque isso faz parte do seu livre pensamento religioso.

As críticas que essa pessoa faz aos religiosos de outra profissão de fé e à Igreja Católica apenas têm o condão de mostrar a sua insignificância perante a sociedade, que não reconhece nela nenhuma autoridade vinda da divindade professada por ela, para profanar o santo nome de religião católica e de seus seguidores, em outro segmento de pensamento inerente ao ser humano, que goza do mesmo direito dela, não de criticar as outras religiões, mas de fazer a sua escolha por seita que melhor lhe aprouver, segundo o seu pensamento religioso do seu agrado.

Essa pessoa perdeu excelente oportunidade para ficar calada e de contribuir para a prática do devido respeito à dignidade que todas as pessoas são merecedoras, inclusive a ela, não importando qual a religião por elas proferidas, porque é sabido que a melhor mesmo é aquela professada individualmente, com o devido respeito às demais, como forma do aperfeiçoamento das relações sociais entre as pessoas civilizadas.

Em conclusão, transcrevo, por parecer bem apropriado ao caso, belíssimo e lapidar texto da lavra do famoso líder e fundador do Espiritismo, Allan Kardec, que diz: “Quando todos os homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos, de que esse Deus, soberanamente justo e bom, nada de injusto pode querer, e que o mal vem não Dele, mas dos homens; todos se consideram filhos do mesmo Pai e estenderão as mãos aos outros.”.

É exatamente em harmonia com esse secular pensamento que todos os seres humanos devem se espelhar em Deus, que é Pai de todos e que cada qual cuide-se, se preferir, em adorá-Lo da maneira como bem entender, respeitando a crença do seu agrado, como forma de disseminação de amor entre os verdadeiros irmãos.

          Brasília, em 10 de setembro de 2020

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