O
historiador e ilustrado mestre Xavier Fernandes escreveu importante crônica contando
alguns detalhes da magistral vida do cidadão Zé Gualberto, figura de proeminência
na sociedade de Uiraúna, Paraíba.
O
texto mostra em minúcia como ele vivia no seio da comunidade, que tinha por
salutar hábito de cultuar estreito relacionamento com a nata social da cidade,
sempre em permanente discussão das notícias e dos fatos da vida, em animadas
conversas que adentravam à noite sempre estrelada.
Os
fatos narrados na referida crônica se reportam aos tempos da minha infância,
quando eu tive a oportunidade de vivenciar as proezas do senhor Zé Gualberto e
dos amigos prediletos de jornada, o qual foi realmente um personagem impressionante
do seu tempo, por ter se notabilizado como o senhor notícia e passado para a história
da cidade como a pessoa que centralizava na sua casa a sede de onde se irradiava
as mais quentes e atualizadas informações, que eram veiculadas depois para os
quatro cantos da cidade e essa magnífica façanha perdurou enquanto vida ele teve.
Parabenizei
o insigne mestre Xavier Fernandes pela bela aula de história de Uiraúna,
envolvendo um dos mais importantes filhos da nossa amada terra, o ilustrado e
sensível homem notícia, que realmente se especializou na ímpar arte de agregador
social da cidade, para tratar de um pouco de tudo, mas o ponto nevrálgico mesmo
era a notícia, como a rainha dos assuntos.
Ele
tinha enorme prazer em manter a sua casa sempre cheia de visitas dos entendidos
e sábios da cidade, para se discutir variedades de assuntos que somente eram
disseminados na cidade depois das conclusões tomadas ali, sob a batuta do sábio-mor:
Zé Gualberto.
Tanto
isso era verdade que as pessoas somente acreditavam nas notícias que circulam na
cidade quando sabiam que elas tinham origem na casa dele, porque o seu rádio especializado
em notícias tinha a primazia de receber as primeiras e importantes informações
da Paraíba, do Brasil e mundo, com a pureza da fidelidade à verdade.
O
repórter Esso, a mais importante fonte de notícias da época, sobre todos os fatos
do quotidiano, tinha sede cativa na casa dele, motivo pelo qual ela estava
sempre cheia de pessoas ávidas para se atualizar sobre o que acontecia no
mundo.
Eu
ficava impressionado como ele apreciava tanto as notícias e a companhia de
muitas pessoas amigas, posto que a sua vocacionada disposição pela a filtragem
das notícias foi por toda a sua vida como a sua missão de amor, transformada na
sua causa mais importante, pelo menos enquanto eu o conheci.
O
meu testemunho é de quem morara de frente da casa dele, com condições superprivilegiadas
para acompanhar toda movimentação dos visitantes, durante o dia até à noite.
Em
termos de notícias e informações, o nobre Zé Gualberto pode ser agraciado como
autêntico patrono da classe, porque ninguém foi tão fiel como homem que amava
como ninguém a sua predileção de se manter atualizado sobre os fatos que aconteciam
no mundo.
Muito
obrigado, mestre Xavier Fernandes, por mais importante lição de história sobre
nossos conterrâneos, que muito enriquece os anais de Uiraúna.
Logo
em seguida ao meu comentário acima, o professor Xavier Fernandes agradece a
minha mensagem, afirmando o seguinte: “Caríssimo
Escritor e Mestre: Antônio Adalmir, Agradeço o seu precioso Comentário que dá
testemunha real e comprova fielmente com detalhes que foram vistos a olho nu, a
importância do nosso homenageado, quando recebia os amigos em sua sala durante
o dia e durante à noite no tradicional bate papo na calçada. Ali se completava
a resenha das notícias e dos fatos mais importantes do dia, entre uma xícara de
café e baforadas de cigarros de papel de seda e fumo de rôlo. A casa de Seu Zé
Gualberto, substituiu a casa do meu Avô Joãozinho Fernandes (Didi) que se mudou
para morar em João em Pessoa no ano de 1973 e tinha essa mesma movimentação de
acolhimento de cortesia e hospitalidade. E assim eram os costumes da Nossa
gente. Vi também essas rodas de bate papos na grande sala na Casa do Seu Avô
Juvino Fernandes, ali na rua Nova, quase vizinha a nossa. E assim se desenhou
um passado que nos deixou grande aprendizado e também muitas saudades!”.
Diante
disso, respondi ao mestre Xavier Fernandes, afirmando que as descrições
históricas da lavra dele são fiéis aos acontecimentos da época e têm o condão
de despertar interesse das pessoas para conhecerem, com maior profundidade, a
vida desses importantes personagens que ditaram os costumes dos tempos passados
e gloriosos de Uiraúna.
Daí,
a grande importância de seus textos, ilustre mestre Xavier Fernandes, a retratarem
com fidelidade e a devida cátedra os fatos do passado de Uiraúna, que merecem o
urgentíssimo resgate, sob pena de se perderem em futuro não muito longe, diante
do desaparecimento da progressiva memória viva daqueles que conviveram com
eles, quando, lamentavelmente, tudo será apagado, em definitivo.
Com o meu
incentivo a esse importantíssimo trabalho de restauração da rica história de
nosso povo, na liderança da pessoa de esforçado e inteligente historiador, o professor
Xavier Fernandes, que é merecedor dos melhores encômios por seu árduo trabalho em
benefício da cultura de Uiraúna.
Brasília,
em 30 de setembro de 2020
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