À vista da enorme expectativa
sobre o resultado dos testes nas vacinas contra o Covid-19, o anúncio da
suspensão dos testes da vacina desenvolvida em conjunto pela Universidade de
Oxford, no Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca caiu como uma bomba no
mundo científico.
A aludida suspensão teria sido motivada
pelo desenvolvimento, em uma voluntária vacinada, da doença identificada como “mielite
transversa”, sintoma neurológico que pode ou não estar associado à vacina.
Na verdade, em que pese
o inesperado anúncio possa ter a entonação de espécie de balde de água fria, quanto
às expectativas mais otimistas para se confirmar a milagrosa vacina contra a
covid-19, em menor tempo possível, ela, de outra forma, mostra que precisa de
muita paciência para se esperar o imunizante com eficácia garantida.
Diante de terrível pandemia,
com a infecção de quase 30 milhões de pessoas e o óbito de mais de 900 mil
pessoas, no planeta, a segurança sanitária é a principal motivação para a busca
da tão sonhada vacina, em todo mundo, à vista de outro remédio para o caso.
Ocorre que essa
segurança precisa não somente garantir a contenção da transmissão do novo
coronavírus, mas, também, a certeza de que o imunizante não ofereça efeitos
colaterais prejudiciais à vida, a par de que seu efeito deva ser duradouro, sob
alta taxa de eficácia, sob pena de não valer o sacrifício, em termos de
investimentos com estudos para a sua obtenção
A Organização Mundial
da Saúde, que acompanha com muito interesse o desenvolvimento dos testes das
vacinas, informou que “a segurança é o principal foco dos ensaios clínicos
para se encontrar uma vacina”, tendo ressaltado que “suspensões
temporárias de ensaios clínicos de vacinas não são incomuns”.
O certo é que a Covid-19
ainda continua sendo verdadeiro mistério para o mundo médico e científico,
podendo acontecer novidade enquanto não forem concluídos os estudos e os testes
nas vacinas, em especial.
Tem sido comum o surgimento
de estudos associando a infecção pelo novo coronavírus a uma série de sintomas
secundários e posteriores, a exigirem ampliação das análises pertinentes, o que
demanda tempo e paciência no curso desses testes.
De acordo com opinião de
especialistas, a doença pode contribuir para quadro clínico com manifestações
dermatológicas com variação de urticária até necrose, segundo resultado de
pesquisas ainda em andamento, além e outros relatos de sintomas circulatórios,
cardíacos, renais, respiratórios, entre aqueles que superam a doença.
Segundo os cientistas,
o desenvolvimento de uma vacina leva-se em conta maneira de simulação da doença
com o mínimo de sintomas possíveis e isso demanda cuidado e tempo, sob pena de
não haver a necessária precisão do objeto imunizante, o vale dizer que, quando
a doença a ser anulada é ainda pouco conhecida, como é o caso específico da
covid-19, o processo requer ainda mais cuidado e abrangência das análises.
A vacina desenvolvida
em conjunto pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a farmacêutica
AstraZeneca é uma entre nove iniciativas na fase 3 dos ensaios ou testes, que é
a última etapa para se ter certeza sobre a sua eficácia, em termos imunizantes
de qualidade e eficácia, com a segurança da inexistência de efeitos colaterais.
A boa notícia é que a Universidade
de Oxford anunciou, ontem, que retomará a fase 3 dos testes para sua potencial
vacina contra a Covid-19, tendo por base resultado de processo de revisão,
presidido por comitê específico de revisão de segurança independente e do
regulador do Reino Unido, que recomendou a retomada dos testes.
A aludida universidade
disse que "Globalmente, cerca de 18 mil pessoas receberam as vacinas do
estudo como parte do ensaio. Em grandes ensaios como este, espera-se que alguns
participantes não se sintam bem e todos os casos devem ser avaliados cuidadosamente
para garantir uma avaliação cuidadosa da segurança".
A universidade destacou
que está comprometida com a segurança dos voluntários e com "os mais
altos padrões de conduta".
Além do Reino Unido, os
testes da vacina em apreço estão sendo realizados também em outros países,
incluindo o Brasil.
É muito importante que
todo processo seja revestido de plenas transparência e lisura, mediante pesquisas
sérias e responsáveis, exatamente por envolver a imunização de vidas humanas,
que certamente não há de descartar a continuidade das importantes e salutares medidas
preventivas concernentes às regras de distanciamento, ao uso de máscaras e
álcool em gel, sempre contando com a compreensão e a paciência das pessoas que
amam à própria vida.
Há toda evidência de que
a humanidade anseia por que o resultado positivo dos testes seja finalizado com
a maior brevidade possível, para viabilizar a produção em larga escala da vacina
e, enfim, garantir a aplicação em massa de um imunizante contra o novo
coronavírus, sob a perfeição de todos os cuidados adotados em situação tão
especial do Covid-19.
Brasília, em 13 de setembro
de 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário